Negociações do transporte coletivo de Blumenau emperram e Sindetranscol fala em greve
Assembleia geral foi marcada pelo sindicato para a próxima quarta-feira, 15
A negociação anual entre empresa e funcionários do transporte coletivo de Blumenau emperrou. Após uma série de reuniões nesta semana, a próxima assembleia geral da categoria, marcada para quarta-feira, 15, terá o assunto greve em pauta.
O Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau, Gaspar e Pomerode (Sindetranscol) ainda não definiu o local, mas já se sabe que serão duas reuniões, uma às 9h e outra às 15h. Depois de dois dias (8 e 9) de negociações coletivas entre BluMob e Sindetranscol, nenhum acordo foi feito.
Os representantes dos trabalhadores do transporte coletivo querem principalmente garantias de que o grupo não será atingido pela lei da terceirização e pela reforma trabalhista. Essa última começa a valer neste sábado, 11. Para isso, pedem que novas cláusulas, aprovadas em assembleia, sejam inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho . Durante as negociações, a BluMob não aceitou a exigência.
Em nota, a empresa informou ter interesse de manter os termos da convenção atual, “sem perdas de direitos aos trabalhadores”. Durante as conversas com o Sindetranscol, disse que no futuro, se houver necessidade, estarão abertos ao diálogo sobre mudanças no texto. Outro ponto abordado pelos representantes patronais foi a queda no número de passageiros do transporte coletivo, ressaltando as dificuldades econômicas que atinge o setor no país inteiro.
Segundo o presidente do Sindetranscol, Pradelino Moreira da Silva, os trabalhadores estão preocupados com a possibilidade de terceirização e de terem contratos intermitentes. A categoria também não concorda com a flexibilização da regra que exige acompanhamento do sindicato nas homologações de rescisões.
“Nem chegamos a discutir as cláusulas econômicas, porque para nós o mais importante é incluir essas cláusulas na convenção”, enfatizou.
De acordo com comunicado do Sindetranscol:
“Do ponto de vista econômico temos um “índice oficial” de inflação, através do INPC [Índice Nacional de Preço ao Consumidor]. Apesar de ainda não estar publicado pelo IBGE o índice final dos últimos doze meses, sabemos que será muito pequeno, não chegando nem perto de 1,8%. (…) Não podemos nem pensar em aceitar apenas o INPC, bem como um índice de aumento real muito baixo, porque teremos que aguentar com esse salário e o valor dos tíquetes alimentação até Novembro de 2018”.