Número de diagnósticos de HIV em Blumenau é alto em 2020, mesmo durante pandemia
Nos últimos 11 meses, foram 160 novos casos na cidade
A pandemia de Covid-19 em 2020 fez com que as pessoas tivessem menos contato físico entre elas em todo o mundo. A necessidade do isolamento e o distanciamento social foi e permanece sendo indicado por especialistas. Porém, mesmo neste cenário, uma outra doença, que também possui ampla divulgação das formas de prevenção continua tendo números altos de novos diagnósticos em Blumenau: o HVI.
Neste ano, de janeiro a novembro deste ano foram 163 novos casos. O número é menor que o comparado a 2019, quando 223 novos diagnósticos foram registrados no mesmo período, mas segue sendo alto e preocupante, como aponta o infectologista Ricardo Freitas.
“Cabe destacar que neste ano menos pessoas fizeram o teste. A maioria foram os assintomáticos. As outras pessoas, que correram o risco não saíram de casa pra isso, muito por conta da pandemia. Por isso o número é muito alto, é muito preocupante”, destaca o médico.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, atualmente no Brasil, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV. Em Blumenau, uma média de 3 mil a 3,2 mil pessoas buscam remédios mensalmente no Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção (Cedap).
Assim como no país, em Blumenau, os novos casos também são em maioria de jovens entre 24 e 40 anos. De acordo com o infectologista Ricardo Freitas, mesmo este público sendo um dos que mais tem acesso a informações em relação a prevenção à doença, existe o chamado acomodamento de conhecimento.
“É igual ao que acontece com a Covid-19. As pessoas estão normalizando a doença, normalizando as UTIs lotadas. Com a evolução dos tratamentos e como morrem poucas pessoas atualmente por conta do HIV, e quando morrem não são noticiadas, justamente esse pessoal mais jovem se acomoda. Acha que não vai ficar doente. É bastante complicado”, relata.
O médico também destaca a quantidade de contraceptivos. Além do uso de preservativo, ele fala sobre a profilaxia, tanto pré, quanto pós, que já existe é disponibilizada pelo Cedap em Blumenau.
“A pré é usada por profissionais do sexo. É claro que o indicado é que eles também usem preservativo, mas fazem esse tratamento pra aumentar a prevenção. Tomam todo dia uma pílula. E existe o tratamento pós contagio, que é quando a pessoa se expôs ao risco e deve tomar os medicamentos nos dias seguintes”.
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