O Banco Central reajustou a taxa básica de juros (Selic) passando de 6,25% para 7,75%
São poucas as pessoas que realmente sabem da taxa Selic e se interessam pelo seu comportamento. Mas na verdade trata-se de uma ferramenta que afeta a população toda, pois com ela o governo intervêm na economia, tentando reduzir a inflação ou tornando os empréstimos mais baratos, por exemplo. Esse mês, o Comitê de Política Monetária […]
São poucas as pessoas que realmente sabem da taxa Selic e se interessam pelo seu comportamento. Mas na verdade trata-se de uma ferramenta que afeta a população toda, pois com ela o governo intervêm na economia, tentando reduzir a inflação ou tornando os empréstimos mais baratos, por exemplo.
Esse mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, aplicou mais um incremento de 1,5 ponto porcentual da taxa Selic, que passou de 6,52% para 7,75%, sendo a sexta elevação consecutiva. Mas, e tudo isso o que significa? Quais são as consequências para a economia?
Entenda o funcionamento da Selic:
Ela é definida como a taxa básica de juros da economia. O nome dela significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, ou seja, o sistema gerenciado pelo Banco Central no qual são negociados títulos públicos federais. A Selic, justamente, é a taxa média registrada neste tipo de operações realizadas entre instituições financeiras.
Ainda que possa parecer um conceito técnico e longe do nosso cotidiano, ela é o principal instrumento da política monetária do país. O Banco Central irá incrementar ou diminuir seu valor, dependendo do objetivo procurado.
Se o objetivo do governo for estimular a economia, então o Copom reduz a taxa básica. Desse jeito, é mais conveniente para os bancos emprestar para os particulares (pessoas físicas ou companhias), do que para o próprio estado, incrementando a oferta de créditos e fazendo com que as taxas de juros deles fiquem menores. Assim, com maior número de opções financeiras, há mais dinheiro circulando incentivando o consumo. Ao mesmo tempo, como o lucro da renda fixa é menor, os investidores aceitam tomar mais riscos colocando dinheiro em diversos projetos para obter melhores rendimentos.
Pelo lado oposto, como vêm acontecendo nos últimos meses, a Selic também pode ser utilizada para controlar a inflação. Através dessa taxa o Banco Central consegue manter o volume de dinheiro em circulação. Quando elevada, os juros nos créditos oferecidos pelos bancos ficam mais caros, portanto há menos dinheiro nas carteiras das pessoas, reduzindo a demanda de produtos e serviços (consumo) e, desse jeito, limitando o crescimento permanente e generalizado dos preços (inflação).
O que mudancas esperar sobre a taxa Selic no futuro?
É claro que, atualmente, a maior preocupação do Banco Central é tentar pôr um freio na inflação, que no mês passado ficou em 1,25%, acumulando uma alta de 8,24% neste ano e 10,67% nos últimos 12 meses de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Sendo que na última pesquisa Focus, do Banco Central, os analistas aumentaram de 9,17% para 9,33% as expectativas para inflação de 2021, não se descarta que sejam estabelecidos novos incrementos da taxa Selic até o fim do ano para tentar conter o aumento nos preços.
O importante a levar em conta para os cidadãos, é que com o aumento da Selic, não apenas tomar créditos, mas também parcelar as compras com o cartão de crédito, está deixando de ser conveniente pelo incremento dos juros cobrados. Os especialistas consideram que é momento de economizar, conter os gastos e, finalmente, esperar a hora certa para investir aproveitando as oportunidades.