“O clima é tenso e a expectativa é de greve”; o que diz o representante da categoria da limpeza urbana de Blumenau
Sindicato dos trabalhadores alega que as negociações com a empresa não avançaram
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Privadas de Limpeza Urbana e afins no Estado de Santa Catarina (Sintiplu-SC), Francisco Porrua Junior afirma que “o clima é tenso” nas negociações entre a categoria de trabalhadores e a Racli Limpeza Urbana, responsável pela coleta de lixo urbana de Blumenau. Nesta quarta-feira, 18, a categoria comunicou o estado de greve, que iniciará no sábado, 21, caso não ocorra avanços nas negociação entre as partes.
“A minha expectativa, enquanto representante da categoria, é que vai haver paralisação. Eu queria não falar isso, queria falar que vai dar tudo certo e que não haverá paralisação, mas como está muito tenso e a empresa não está aceitando fornecer o que a categoria está pedindo em termos de melhoria de salário, ela tem os motivos dela, eu entendo, mas é uma negociação e estamos sentando para negociar. Mas a minha expectativa é de que deve ter a greve, quero estar enganado”, diz o presidente do sindicato que representa a categoria.
Reivindicações da categoria
Nesta quarta-feira, 18, a categoria comunicou o estado de greve com 72 horas de antecedência, conforme determina a lei. Sendo assim, caso as negociações não avancem até sábado, 21, será deflagrado o estado de greve. A categoria tem algumas reivindicações como nova frota de veículos, aumento de salários e do vale-alimentação, além de mais segurança para os trabalhadores.
O movimento iniciou após o acidente que causou a morte de Ezequiel Albino Ramiro, de 27 anos, que foi atingido por um caminhão no dia 11 de agosto.
“Isso gerou uma comoção, pois foi uma tragédia. Como foi uma tragédia, as medidas legais relacionadas ao acidente foram todas tomadas. Na sequência houve uma manifestação dos trabalhadores que procuraram o sindicato e que estão descontentes com as normas de segurança e aproveitaram esse mesmo momento para reivindicar melhorias no salário e remuneração em geral”, explicou Francisco em entrevista ao jornal O Município Blumenau na manhã desta quinta-feira, 19.
Estado de greve
De acordo com Francisco, após os fatos foi marcada uma reunião com a Racli, que ocorreu na terça-feira, 17. O encontro teve horas de duração. De acordo com a ata da reunião, participaram do encontro o presidente do Sinteplu-SC, bem como os advogados, representantes dos trabalhadores da empresa, assim como os advogados da Racli e o Diretor de Operações e o engenheiro de Segurança da empresa.
“Aconteceu a reunião, foi uma reunião tensa, das 10h30 até as 16h, e não avançamos muito nas cláusulas econômicas. Avançamos nas cláusulas relacionadas à segurança com manutenção de caminhão e segurança no trabalho. Foi levado para a assembleia o resultado da reunião e foi deliberado que entraremos em estado de greve, pois precisamos dar um prazo legal para a empresa, que são 72 horas. Se nesse período não acontecer nenhum avanço nessa negociação e que atenda os anseios da categoria, aí sim se deflagra a greve propriamente dita”, relata o presidente do Sintiplu-SC.
Questionado sobre as negociações, Francisco é categórico ao afirmar que “até o momento não recebemos nenhum retorno da empresa”, e complementa que o último retorno ocorreu na reunião de terça-feira.
“Se a empresa nos chamar hoje ou amanhã [sexta-feira] e apresentar uma proposta interessante, nós apresentamos na assembleia e se eles [trabalhadores] acharem que vale a pena, não se entra em greve”, detalha.
Ele ainda explica que caso a greve seja deflagrada, quem decidirá o tempo de duração será a Justiça. “Nossa atividade é essencial e que não pode ser abandonada. Por ser uma atividade essencial e uma questão de saúde pública, pois o lixo não pode ficar acumulado muito tempo, por lei nós somos obrigados a liberar 30% da frota para trabalhar e fazer a coleta e 70% paralisa. Porém, a Justiça do Trabalho vai decidir. Não imagino que vai durar muito tempo, geralmente esse tipo de greve não dura mais do que três dias”, acrescenta.
Demissões
O jornal O Município Blumenau recebeu a informação de que algumas pessoas teriam sido demitidas na quarta-feira, 18. No entanto, Francisco afirma que nenhum deles eram pessoas na linha de frente do movimento da categoria.
“A empresa, desde que pague os direitos dos empregados na demissão, pode demitir. Agora se nós deflagrarmos a greve no sábado, 21, no período de greve ela não pode demitir ninguém”, explica.
Posicionamento da Racli
A reportagem do jornal O Município Blumenau procurou a assessoria da Racli para pedir uma nota de posicionamento sobre a situação. No entanto, a assessoria informou que é necessário conversar com o sindicato patronal Selur que é quem intermedeia as negociações com o sindicato dos trabalhadores.
Nós tentamos contato com o sindicato por ligação e mensagem, mas até a publicação desta matéria não tivemos retorno. O espaço está aberto para pronunciamentos da Racli ou Selur.
Samae se pronunciou
A reportagem também entrou em contato com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Blumenau para pedir um posicionamento sobre o tema. Em nota, a autarquia diz que “cobra que a situação entre empresa e trabalhadores seja resolvida da melhor maneira possível para todos”.
Confira a nota do Samae
Nota:
O Samae de Blumenau informa que acompanha o caso e cobra que a situação entre empresa e trabalhadores seja resolvida da melhor maneira possível para todos, para que o essencial serviço de coleta de lixo na cidade não seja afetado.
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