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O coronavírus foi infectado pela política de Brasília

Olhando pelo lado mais positivo dessa pandemia, o coronavírus está servindo para mostrar muita coisa que antes, num estilo de vida egocentrista, a gente nem daria muita bola.

Mas hoje muita coisa mudou, e mesmo que daqui a um mês todo mundo volta a viver como antes da covid-19, a gente reaprendeu a viver com as pessoas da nossa casa, a gente descobriu que passar mais tempo em casa é bom, a gente reaprendeu que a liberdade é necessária e a gente redescobriu que na política nada é por acaso.

Como num passo de mágica ressurge um político que foi um dos estopins da pior crise moral que a política brasileira viveu desde a sua descoberta. Quem assistiu a entrevista do carioca Roberto Jefferson, mais dono do que presidente do PTB, pôde observar que a política de Brasília dá voltas e nunca sai do lugar.

Vimos que o Brasil ainda está dividido em direita e esquerda e ambos se aliam com que for preciso para derrotar o outro lado. Bolsonaro buscou Roberto Jefferson, podendo dar a ele a caneta do Ministério do Trabalho, e já mira o MDB que não ajuda ninguém de graça.

A esquerda petista, ainda comandada por Lula, se aliou com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, ambos do DEM, que foi enxotado do Ministério da Saúde com a demissão do ministro Mandetta.

Agora o PDT, com a ajuda de Rodrigo Santa Cruz, presidente da OAB nacional, entra com pedido de impeachment de Bolsonaro na Câmara Federal depois que Rodrigo Maia deixou caducar várias medidas provisórias editadas pelo Palácio do Planalto.

Enfim, as eleições de outubro já começaram em janeiro e durante a janela eleitoral, onde os ocupantes de cargos puderam trocar de partidos, vimos que as executivas municipais quase em nada opinaram para onde o vereador ou o prefeito poderia ir ou vir. Tudo foi decidido em Brasília, por quem realmente manda nos partidos.

Os prefeitos Mário Hildebrandt, de Blumenau, e Fabrício Cardoso, de Balneário Camboriú, tiveram suas vidas políticas definidas depois de conversas que aconteceram bem longe de Santa Catarina e muitos dos vereadores da cidade foram para os seus partidos atuais depois de muita costura política determinada pelas executivas nacionais.

O Republicanos, inclusive, determinou a saída do empresário Ericsson Luef por entender que ele iria mais atrapalhar do que ajudar numa futura aliança com o prefeito de Blumenau.

Ou seja, o que estamos vendo hoje no centro da política nacional, vai chegar por aqui e muita coisa ainda vai acontecer até a definição das candidaturas a prefeito das principais cidades de Santa Catarina, porque quem conseguir abocanhar mais prefeituras no estado, var ter um valioso trunfo para a tão sonhada eleição de 2022.

Quem viver, verá!