“Nós deixamos os pais a par disso para eles terem cuidado redobrado, mas graças a Deus foi um caso isolado”, disse.
O delegado responsável pelo caso, David Sarraff, não quis se manifestar sobre o assunto para não atrapalhar as investigações.
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Polícias Civil e Militar pedem cautela à população sobre casos disseminados via redes sociais
“Tem uma notícia bem chata para dar para vocês: seguinte, ontem, no BIG, um casal tentou arrancar a filha de quase três anos dos braços de uma amiga nossa. Isso é fato, aconteceu ontem, então se previnam, pensem bem ao levar as crianças para o mercado. Não vá sozinho, só você e uma criança. Vamos duplicar isso! Eles estão tentando levar crianças, a gente não sabe para quê! Mas assim: a gente pensa que vai acontecer numa cidade grande, longe da gente, e às vezes está aqui do nosso lado”.
Áudios como esse se multiplicaram entre usuários do WhatsApp de Blumenau e região nos últimos dias. Em outro relato, uma Kombi estaria parando em vias residenciais e tentando atrair crianças para fazer fotografias, quando na realidade estariam tentando raptá-las. Até fotografias de suspeitos já circulam por redes como Facebook e WhatsApp.
O Município Blumenau vem acompanhando a proliferação de denúncias de supostos raptos há mais de uma semana, desde que uma mãe denunciou à Polícia Civil uma tentativa de sequestro na rua da Glória. Porém, para além deste caso, que ocorreu há mais de 20 dias, não há sinal de uma onda de tentativas de raptos em Blumenau e região.
A mulher, de 25 anos, que por medo prefere não ser identificada, havia buscado o filho por volta das 16h no Centro de Educação Infantil Osvaldo Deschamps, na quarta-feira, 7. Enquanto caminhava com o pequeno e passava perto do posto de saúde, teve o trajeto interrompido por um casal que estava dentro de um carro verde.
Uma mulher de olhos claros, cabelo curto e loiro, que era a passageira, abriu o vidro e pediu informações sobre um endereço. Depois, tentou puxar o menino para dentro do veículo, mas não conseguiu. A secretária do CEI, Ivone Mueller, acompanhou a vítima até à Delegacia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente.
“Nós deixamos os pais a par disso para eles terem cuidado redobrado, mas graças a Deus foi um caso isolado”, disse.
O delegado responsável pelo caso, David Sarraff, não quis se manifestar sobre o assunto para não atrapalhar as investigações.
Era domingo, 25, à noite, quando uma família de Blumenau circulava pelos corredores do supermercado BIG, no bairro da Velha. Mãe e filha, de seis anos, pararam na seção de equipamentos para piscina, quando uma mulher, acompanhada de alguém que parecia seu marido, aproximou-se e disse algo incompreensível sobre café.
A mãe se assustou com a abordagem e saiu pelo corredor, mas foi seguida pelo casal. De acordo com o relato dela à reportagem do Município Blumenau, a mulher se aproximou e fez menção de tocar na criança.
“Eu não posso afirmar que era para pegar ela, para roubar minha bolsa ou outra coisa, eu não sei. Mas não foi só para pedir uma informação. Ela foi me encarando, me lembro bem deles me olhando bem no olho”, conta.
Mãe e filha então saíram pelo corredor e procuraram ajuda. O marido dela circulou pelo supermercado e acabou encontrando o casal, que não falava português direito, mas dizia algo sobre café. Ele presumiu que fossem haitianos.
Devido ao susto, a mulher teve um pico de pressão e resolveu ir embora o quanto antes. Não pediu imagens de câmeras de segurança e não pretende prestar queixa à polícia. À reportagem, disse que pretende esquecer o episódio.
Imagens de uma Kombi identificada com adesivos circulam por grupos de WhatsApp e Facebook há dias na região. As fotos teriam sido feitas em Indaial, onde o veículo estaria abordando crianças para fazer fotografias.
De acordo com as acusações anônimas, as pessoas na tal Kombi usariam o serviço como fachada para tentar levar embora crianças e adolescentes. A placa do veículo seria irregular. Uma pessoa teria checado na internet e o cadastro apontou para um Meriva, de São Paulo, e não para uma Kombi. A desconfiança virou corrente e o medo se espalhou.
O setor de Relações Públicas e Comunicação da PM em Indaial confirmou que a Kombi está circulando pela cidade, mas que não encontrou nenhum tipo de irregularidade. Sobre a placa, a PM acredita que o autor do comentário na rede social não a anotou corretamente.
A placa condiz com o veículo, uma Kombi de São Paulo. Os donos dela informaram à PM que fazem fotos das crianças somente na presença dos pais.
O comandante do 10º BPM, Jefferson Schmidt, reiterou as informações passadas pela PM de Indaial e afirmou que o veículo também foi abordado nesta quarta-feira, 28, em Blumenau em uma barreira. Novamente foi verificado que não há nada errado com o veículo nem com os ocupantes.
Tanto para a Polícia Militar como para a Polícia Civil, o único caso concreto, e que está sob investigação, é o da rua da Glória. Os demais não são tratados como crimes a serem investigados.
“Tem áudio em vários grupos de WhatsApp com a mesma versão de texto e vozes diferentes, de cidades diferentes”, exemplifica o tenente-coronel Jefferson Schmidt, comandante do 10º de Polícia Militar de Blumenau.
Para evitar os boatos, a orientação é sempre tentar confirmar com os órgãos oficiais primeiro.
“Esses áudios e fotos via rede social são disseminados sem qualquer compromisso das pessoas em confirmar, isso toma uma proporção muito grande”, alerta o delegado regional de Blumenau, Egídio Ferrari.
Segundo ele, como prevenção, os pais devem ter atenção em tudo e em todos, principalmente ter os filhos sempre à vista. O tenente-coronel Schmidt complementa:
“É importante conversar com os filhos menores que já têm algum entendimento para que não deem atenção para estranhos, não aceitem guloseimas, brinquedos. Essa orientação precisa vir de casa, dos pais, que são as pessoas que as crianças mais confiam.”