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O que já se sabe sobre as prisões do assalto ao aeroporto Quero-Quero em Blumenau

Polícia Civil de Santa Catarina divulgou informações em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 13

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 13, a Polícia Civil de Santa Catarina divulgou informações sobre as investigações e prisões efetuadas em relação ao assalto do aeroporto Quero-Quero, em Blumenau – crime ocorrido em março de 2019. O inquérito foi nomeado de Operação Aeroporto 1 e tem mais de mil páginas.

A polícia informou que em breve deve iniciar a Operação Aeroporto 2 e não descarta uma terceira fase. Até o momento cinco integrantes da quadrilha responsável pelo crime já foram presos, outros três identificados estão sendo procurados. Ao todo, acredita-se que mais de 15 indivíduos estejam envolvidos.

Planejamento e investimento milionário

De acordo com o delegado Anselmo Cruz, da Divisão Estadual de Investigações Criminais (DEIC), o planejamento do assalto iniciou em meados de agosto e setembro de 2018. Um grupo de São Paulo veio para Santa Catarina, e aqui os criminosos alugaram diversos imóveis e começaram a estudar o crime.

Já foram descobertos ao menos seis locais entre Blumenau e o litoral catarinense onde os suspeitos ficaram durante todo o período. Além disso, seis veículos também foram adquiridos.

O armamento utilizado para o crime também requisitou alto investimento. No dia do assalto, foram utilizados oito fuzis AK-47, e uma metralhadora .50, capaz de atravessar veículos blindados. Segundo o inquérito, o dinheiro aplicado no crime gira em torno de R$ 800 mil.

No crime, os bandidos levaram R$ 9,8 milhões. Segundo polícia, eles utilizaram caminhão de lixo, que saiu de Itajaí, para transportar o dinheiro e as armas até a Região Sudeste do país. Até o momento apenas R$ 18 mil foram apreendidos, pois foram encontrados em um imóvel em Itajaí, dias após o crime.

Prisões

Dos mais de 15 possíveis envolvidos no assalto, oito já foram identificados pela polícia. Cinco deles estão presos, dois pela Polícia Civil de Santa Catarina e outros em outras cidades do país. No estado, um dos presos é um funcionário da empresa de transportes de valores. Ele teria participado desde o início do planejamento com informações privilegiadas do funcionamento dos transportes de malotes de dinheiro.

O principal elaborador do roubo também está preso. Ele foi detido pela Polícia Federal no Ceará por também ter planejado o assalto ao Aeroporto Viracopos, de Campinas, em São Paulo. Ele ainda é suspeito de integrar o grupo que roubou 718,9 kg de ouro do terminal de cargas do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, também no estado de São Paulo.

Aliás, dos identificados até o momento, quatro vieram de São Paulo. O inquérito aponta que eles trabalhavam em núcleos. Além dos que participaram ativamente do assalto na pista do aeroporto, existe o grupo de estelionatários, que deu suporte para o aluguel de imóveis e na compra de veículos e alimentação, e o terceiro núcleo representado pelo vigilante, como informante.

Homicídio

No assalto, uma jovem de 22 anos, funcionária da empresa vizinha ao Aeroporto Quero-Quero foi morta após ser atingida por um disparo. A polícia informou que não tem como identificar o autor dos disparos. “Provavelmente nem se a gente tivesse no local do tiroteio teríamos como saber quem atirou”, afirmou Cruz.

O mesmo se aplica aos dois vigilantes que foram baleados no crime. Segundo o delegado pela força do armamento e a forma que os criminosos agiram, “eles claramente queriam matar os funcionários”.

Grupo criminoso não atuou em bancos em Santa Catarina

Outros grandes assaltos foram registrados em Santa Catarina após o roubo em março de 2019. Casos como o roubo ao Bradesco em Blumenau, em setembro, e a uma agência cooperativa de Vidal Ramos, em dezembro, por exemplo. Porém, de acordo com o delegado Anselmo Cruz, “nenhum dos crimes teve envolvimento da mesma quadrilha, e todos eles foram realizados por grupos diferentes”.