O que já se sabe sobre o desmoronamento que soterrou trabalhadores em Blumenau
Barranco cedeu quando trabalhadores na obra de um hotel construíam a fundação de um muro de contenção
O desmoronamento de um talude nos fundos do terreno onde será erguido um hotel, na Via Expressa, em Blumenau, soterrou três pessoas nesta quarta-feira, 27. Dois operários morreram e um terceiro foi encontrado vivo quatro horas depois do incidente. Três casas tiveram de ser interditadas.
A operação de resgate mobilizou Corpo de Bombeiros, Samu, Defesa Civil, Polícia Militar, Guarda de Trânsito, além de profissionais do município em áreas como geologia, psicologia e assistência social.
Veja abaixo um resumo do que já se sabe sobre a tragédia:
O deslizamento
Por volta das 11h45, operários que trabalhavam na fundação de um muro de contenção foram surpreendidos por uma avalanche de terra e pedras. Havia um buraco com cerca de 1,70 metro de profundidade próximo ao barranco. Era onde estavam as vítimas.
Vítimas
O desmoronamento soterrou três trabalhadores. Por volta das 13h30, quase duas horas depois do incidente, o corpo de Romero Geraldo da silva, 28 anos, foi encontrado.
Élcio José Padilha, 30 anos, também não resistiu ao soterramento. O corpo dele foi encontrado quase ao mesmo tempo em que os socorristas descobriram um sobrevivente. O resgate ocorreria durante a noite.
Ademir José Ferreira, 42 anos, foi o único escapar com vida. Ele permaneceu sob pedras e barro durante nove horas. Quando foi retirado do buraco eram quase 21h. Ferreira trabalhava há dois meses na empreiteira e há uma semana na obra.
A esposa dele, Maria Terezinha de Oliveira, acompanhava aflita o trabalho de resgate. Ele tem dois filhos, de 14 e 10 anos de idade.
Casas interditadas
Três casas que ficam no alto do barranco foram interditadas pela Defesa Civil de Blumenau até que seja descartado o risco de novos desabamentos. Como o terreno se movimentou, há possibilidade de novos deslizamentos de terra.
A obra do hotel
Um hotel da bandeira HI!, da rede Intercity, está sendo construído no terreno às margens da Via Expressa. A empresa responsável pelo empreendimento é a catarinense Beluga Estruturadora de Negócios.
Por meio de uma nota oficial, a empresa afirmou que está focada em prestar auxílio às vítimas e aos familiares delas. Sobre a obra, garantiu ter todos os alvarás e autorizações necessários para o trabalho que estava sendo executado.
A Defesa Civil de Blumenau afirmou que a licença da obra não permitia cortes no talude existente. O Secretário de Defesa do Cidadão, Carlos Menestrina, disse que a situação será investigada. Um fiscal do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) também esteve no local.
Escavação
Os três trabalhadores atuavam no entorno de um buraco com 1,70 metro de profundidade. Segundo a nota da empresa, eles atuavam na fundação de um muro de contenção projetado.