O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt esteve em Brasília na manhã desta sexta-feira, 21, onde acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar o projeto de lei que transforma os ataques em escolas em crimes hediondos. A medida foi adotada após minuta de projeto de lei elaborada pelo vereador Emmanuel Tuca (Novo), com a participação do presidente Almir Vieira (PP) e vereador Adriano Pereira (PT), devido ao ataque na creche Cantinho Bom Pastor.

Em seu discurso, Mário confessou a satisfação de participar desse momento importante para a segurança pública das escolas.

“Hoje, completam 3 meses e 16 dias daquele fatídico dia 5 de abril que ceifou na cidade de Blumenau a vida de quatro preciosas crianças e, além disso, feriu-se outras cinco crianças. Isso em 20 segundos. Foram 20 segundos necessários para que Blumenau e famílias fossem feridas, para crianças serem retiradas do seio familiar. Destaco que eram quatro filhos únicos em famílias que hoje tem um vazio em seu ninho”, comentou.

O prefeito ainda parafraseou Jenifer, a mãe de Bernardo, uma das vítimas do crime, que diz “o que eu quero hoje é o compromisso de todos vocês para me ajudar a salvar um dia os seus netos e seus filhos para que a gente consiga garantir mais segurança para essas crianças porque é muito triste ter o único filho agredido e assassinado dessa forma”.

Para Mário, o encaminhamento do projeto de lei que transforma em crime hediondo os ataques em escolas é extremamente importante. Ele aproveitou para fazer um apelo ao Congresso Nacional para que os parlamentares trabalhem na matéria com celeridade para ajudar a proteger ainda mais a vida das crianças.

“Continuamos não tendo receita pronta para enfrentar esse desafios em nossa cidade, mas fizemos um trabalho forte e hoje, para enfrentar e cuidar de nossas crianças, precisamos ter seguranças em nossas escolas. Precisamos além dos muros e cercas, ter seguranças em uma cidade que caminhava para fazer o contrário, para derrubar muros, cercas e trazer para as escolas os pais e famílias”, citou o prefeito.

Ele também comentou que desde o crime foram implantadas câmeras de seguranças, botões do pânico e o atendimento psicológico e multiprofissional dentro dos educandários.

Pedidos do prefeito

Mário também citou outros temas que ele já teria debatido com governadores e o presidente, sendo o cuidado da maioridade penal. Ele defende uma responsabilização maior para adolescentes entre 14 e 17 anos envolvidos em ataques em escolas.

O prefeito também comentou que a mãe do autor do ataque em Blumenau disse que a vida do rapaz mudou após o início do uso de entorpecentes. Por isso, Mario também apela que não seja liberado o uso de drogas para que não se torne um gatilho para outros crimes.

O aumento das penas também foi pontuado pelo prefeito. “Aumento de penas como aqui estamos fazendo e por isso minha satisfação, presidente, do encaminhamento deste projeto que aumenta a pena e transforma em crime hediondo esses tipos de ações. Claro, se pudermos aumentar ainda mais, além desses 20%, com certeza será um instrumento de proteção adiante”, finalizou.

Em busca da aprovação

O Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Flávio Dino, também discursou durante o evento e comentou que é preciso “separar o joio do trigo para fazer Justiça”.

O presidente Lula declarou que ao lado do ministro Flávio Dino pretende conversar com o Congresso Nacional para que os projetos de lei sejam aprovados de forma rápida.

Ele comentou que está trazendo para o governo federal a responsabilidade da segurança pública do país, trabalhando junto com estados e municípios. “Não queremos ocupar o papel do Estado. Quem cuida da polícia estadual é o governador do estado. O que nós queremos é ser parceiro e contribuir”, pontua.

Lula ainda declarou que a intenção é diminuir a violência no país, prometeu lutar por um país desarmado e disse que quem deve estar armado é a polícia.

“As pessoas precisam aprender a se respeitar, não podem ficar se achincalhando, se xingando, se violentando como temos visto em todos os lugares do país, como na torcida de futebol, política e Câmara de Vereadores. Onde vamos parar? O que está acontecendo aqui é um passo importante. Não será o primeiro nem o último, vamos continuar cuidando da sociedade brasileira como ela imagina que a gente deve cuidar, com muita paz, cuidado e ao mesmo tempo, com muita segurança”, finalizou.


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