O que pode explicar a abstenção de 25% do eleitorado blumenauense
Análises preliminares apontam motivos para que Blumenau tenha repetido cenário de 2020, quando abstenção foi de 27%
Nestas eleições de 2024, Blumenau tinha 265.491 eleitores aptos a votar, mas apenas 197.630 compareceram às urnas no 1° turno, 6 de outubro. A abstenção foi de 67.861 eleitores, um total de 25,56%. Os dados são da Justiça Eleitoral de Santa Catarina.
Ao jornal O Município Blumenau, o advogado com atuação na área do Direito Eleitoral, César Wolff, aponta que alguns fatores podem explicar a porcentagem no município.
“Essa tem sido uma tendência verificada em Blumenau. Na eleição de 2020, foi de 27% a abstenção no 1º turno. Algumas análises preliminares indicam desinteresse pelo voto maior na população com baixa instrução, repúdio ao tom agressivo dos candidatos e até dificuldades de deslocamento no dia das eleições”, avalia.
Além disso, no Brasil, o voto é obrigatório e não há “grandes consequências” para quem não comparece ou opta por não votar. Porém, Wolff pontua que a abstenção também pode ser lida como um ato de protesto.
“Apesar de o voto se constituir numa das mais importantes conquistas da sociedade civilizada, a abstenção pode ser lida como um protesto coletivo e silencioso a toda a classe política. Com as consequências de quem não vota são mínimas, o eleitor se sente livre em sua decisão soberana entre votar ou simplesmente não comparecer.”
Questionado se é possível projetar se essa tendência irá aumentar ou diminuir nas próximas eleições, ele afirma que “vai depender do comportamento do próprio sistema político. Quanto mais se descolar do eleitor, maior deve ser a tendência ao não comparecimento às urnas”.
Quanto às campanhas que podem ser feitas para que as pessoas votem, Wolff reafirma a obrigatoriedade do voto no país, essencial para um país democrático e com representatividade política. “Afinal, quanto menor o número de eleitores, menor a legitimidade dos governantes eleitos.”
Portanto, encontrar formas de atrair os eleitores é uma tarefa de toda a sociedade, afirma. “A Justiça Eleitoral fez uma ampla campanha de filiação voltada aos jovens nas eleições de 2022. Portanto, pode e deve mirar também a importância do comparecimento dos eleitores às urnas. De qualquer forma, no Brasil, todo eleitor sabe da sua obrigação de comparecer às urnas, de modo que cabe a toda sociedade refletir sobre essas causas e trabalhar em busca do eleitor desinteressado.”
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