OAB de Blumenau divulga nota de repúdio após advogado ser flagrado fazendo ofensas racistas
Caso foi registrado nesse domingo
A Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Blumenau, por meio da sua Diretoria e da Comissão de Direitos Humanos, divulgou uma nota de repúdio após o advogado Luiz Henrique Eltermann Viotti, de 31 anos, ser suspeito de ter falas racistas durante a 38º Oktoberfest.
Luiz chegou a ser preso e encaminhado à Polícia Civil, mas após custodia, conquistou liberdade provisoria. Em nota, a OAB de Blumenau repudiou a ação e afirmou que o ato foi inaceitável. Além disso, atualizou de que a entidade ainda não foi notificada, mas acompanhará de perto o desenrolar das investigações.
Confira a nota completa:
Nota de Repúdio
A Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Blumenau, por meio da sua Diretoria e da Comissão de Direitos Humanos, diante dos fatos noticiados pela imprensa envolvendo um advogado da cidade, na madrugada de domingo durante a Oktoberfest, reitera que repudia todo e qualquer ato de racismo ou injúria racial.
Tais atos são inaceitáveis e contrários aos valores da igualdade, justiça e respeito que defendemos como instituição. Estamos comprometidos em acompanhar de perto o desenrolar das investigações sobre esse incidente. Até o momento, a entidade não foi oficialmente comunicada em relação ao ocorrido.
Reforçamos nosso compromisso com a promoção de uma sociedade justa, igualitária e sem preconceitos, e continuaremos a trabalhar para que a advocacia seja um exemplo de respeito aos direitos humanos.
Blumenau, 30 de outubro de 2023
Rodrigo Eduardo Soethe, presidente
Patrícia Ribas Athanázio Hruschka, vice-presidente
Adriane Gratsch Thiem, secretária geral
Everton Freygang, secretário adjunto
Harry Ern Jr., tesoureiro
Lenice Klener, presidente da Comissão de Direitos Humanos
Crime de racismo
O possível episódio de racismo que ocorreu na Oktoberfest Blumenau na madrugada de domingo, 29, foi melhor esclarecido e a reportagem do jornal O Município Blumenau teve acesso exclusivo a imagens da situação.
O fato ocorreu por volta das 3h do domingo. De acordo com o boletim de ocorrência e depoimento da vítima, que trabalhou como segurança da festa, o episódio aconteceu após ele ter que cessar uma briga que ocorria entre os pavilhões 1 e 2. Luiz, que estava envolvido nesta briga, foi separado e removido do evento.
Ainda de acordo com o relato da vítima à Polícia Civil, o advogado passou a proferir xingamentos racistas, como “preto filho da p…” e “preto vagabundo”, além de tentar mostrar autoridade dizendo frases como “você não sabe com quem está falando”.
Ainda de acordo com as imagens é possível notar que, quando ele recebe a informação de que responderá pelos atos racistas, ele afirma ser advogado e também ser de “família grande”.
Após audiência de custódia na tarde deste domingo, 29, Luiz foi colocado em liberdade provisória. De acordo com o processo, ele não chegou a ser algemado.
Para a juíza de plantão, o advogado afirma ter sido vítima de agressão durante a prisão. Ele diz não saber se os ferimentos foram feitos pela segurança da festa ou pela Polícia Militar, mas que estaria com marcas no pescoço e que teria sido “praticamente asfixiado”.
A juíza de plantão Horacy Benta de Souza Baby determinou que não há prova da materialidade e indícios suficientes para que Luiz ficasse preso preventivamente. Ele também não teria histórico de crime de racismo anterior a esse caso. Porém, como se trata de um crime inafiançável, ele precisará cumprir medidas cautelares.
Saiba mais sobre o caso: EXCLUSIVO – “Preto filho da…; minha família é grande!”; câmera flagra como ocorreu racismo na Oktoberfest Blumenau;
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