Operação Mensageiro: empresário de Brusque que recolhia propina é condenado à prisão
Caso é considerado maior esquema de corrupção de Santa Catarina
Um empresário de Brusque foi condenado à prisão no âmbito das investigações da operação Mensageiro. O caso é considerado o maior esquema de corrupção da história de Santa Catarina. Ele foi condenado a 26 anos de prisão, mas, em razão de um acordo de colaboração premiada, a pena baixou para dez anos de prisão.
O envolvimento do empresário no esquema é ligado ao cunhado, que era prefeito de Itapoá, no Norte do estado. O empresário recolhia propina com o “mensageiro” e entregava os envelopes ao cunhado. O recolhimento ocorria em frente a um estabelecimento comercial em Brusque.
A decisão é do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), sob relatoria da desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer. Além do empresário brusquense, outros nove foram condenados. O documento foi assinado no dia 28 de setembro. Detalhes do acordo de colaboração premiada não foram revelados.
Depoimento do empresário de Brusque
Em depoimento à desembargadora, o empresário disse que possui uma vida normal de negócios e que não dependia de prefeitura. Ele mencionou também que foi envolvido no esquema pelo cunhado e que não compactuava com isso, além de alegar que não precisava disso e que não ganhava nada.
“Eu nem abria os envelopes [com dinheiro de propina], mas isso foi continuando, duas vezes, três vezes, até que chegou em um ponto que falei: ‘não quero mais’. Falei que não preciso disso, você é evangélico (sic)”.
O empresário disse ainda no depoimento para a desembargadora que tinha conhecimento de que o dinheiro era de propina, mas que não participou da negociação de valores e reforçou que não recebia nada em troca.
“Não tinha envolvimento com os negócios dele (cunhado), na prefeitura. Eu não tinha envolvimento com o esquema. Eu fui envolvido no esquema, mas eu não tinha participação no esquema”.
Decisão judicial impede publicação de nomes
Uma decisão judicial impede a identificação dos colaboradores premiados no âmbito da operação Mensageiro por veículos de comunicação. Por este motivo, as identidades dos envolvidos, bem como nome e foto, não foram divulgados na matéria.
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