Se a perspectiva de futuro da humanidade no planeta está sombria e as notícias que se acumulam a cada dia não são nada animadoras, por que os líderes mundiais não se mexem, não tomam atitudes concretas, dignas de quem está realmente preocupado com o bem-estar das próximas gerações? “Nosso Planeta: o alerta do maior ecologista do nosso tempo”, de David Attenborough, da Editora Globo, 2022, certamente, ajudará a resolver essa questão.
Após a leitura desse livro, rico em dados e com sólido embasamento científico, concluí que nenhum gestor público, de chefes de Estado e ministros a vereadores e secretários municipais, deve ignorar o conteúdo dessa obra, uma verdadeira “bíblia” a ser seguida, urgentemente, por toda a humanidade.
Os fatos apresentados com objetividade cirúrgica, sobre a terrível ameaça ambiental mundial que paira sobre todos nós, deveriam e devem ser do conhecimento de todos. De fácil leitura, merece também ser amplamente divulgado e trabalhado nas escolas.
David Attenborough nos faz o cruel diagnóstico, mas, também, fornece a receita para salvar o Planeta de uma terrível catástrofe ambiental que rebaixará para muito pior a qualidade de vida das próximas gerações, comparada com a nossa atual qualidade de vida.
Um contrassenso, pois, se deixarmos tudo como está, nossa geração está agindo ao contrário do que fizeram nossos antepassados que deram duro demais para garantir uma melhor qualidade de vida para nós.
Frases de David Attenborough
Para o leitor ter uma ideia, seguem algumas frases ou tópicos, adaptados ou não, que pincei dessa obra: “Nós, humanos, sozinhos na Terra, somos poderosos o suficiente para criar mundos e depois destruí-los”;
“A verdade sobre a situação atual de nosso planeta é muito além de alarmante. (…) Nosso futuro no planeta, o único lugar, até onde sabemos, em que existe vida de qualquer tipo, está em jogo. (…) O que há de mais moderno em compreensão científica sugere que o mundo está em vias de entrar em colapso”;
“Gostaria de não estar envolvido nessa luta, porém, me sentiria muito culpado se, tendo percebido quais são os perigos, decidisse ignorá-los”;
“Desde o início da civilização humana, estima-se que já tenhamos três trilhões de árvores (número quase inimaginável) a menos no mundo”;
“Não podemos continuar a derrubar as florestas tropicais para sempre, e qualquer coisa que não possamos fazer para sempre é, por definição, insustentável”; “Imagens de satélite mostram que a extensão do gelo no verão ártico encolheu 30% em trinta anos (…) O degelo tem um atraso, um início lento. Mas, quando começar, será impossível parar”.
“Nenhuma praia do planeta está livre dos nossos resíduos”
“Desde a década de 1950, em média, as populações de animais selvagens caíram pela metade” (Comentário: para que tem um mínimo de noção da história geológica da vida, esse fato é simplesmente aterrador!!);
“Antes da agricultura ser inventada, poucos milhões de humanos viviam como caçadores-coletores. Agora somos bilhões. Não podemos voltar aos nossos hábitos de caçadores-coletores. Nem gostaríamos”;
“Os especialistas da indústria alimentícia calcularam que precisaremos produzir mais alimentos nas próximas décadas do que todos os agricultores da história cultivaram desde que foi inventada a agricultura, há 10 mil anos!” (…) Para que entre 9 e 11 bilhões de pessoas vivam de forma sustentável na Terra, deve ocorrer uma mudança em nossa alimentação. O que comemos se tornará mais importante do que o quanto comemos.”
(Comentário: posso explicar melhor sobre isso numa próxima coluna)
“Muitas vezes falamos em salvar o planeta, mas a verdade é que devemos fazer essas coisas para nos salvar”;
“Chegamos tão longe porque somos as criaturas mais inteligentes que já viveram na Terra. Mas, se quisermos continuar a existir, será necessário mais do que inteligência. Será necessário sabedoria”.
“Para que a vida realmente se desenvolva neste planeta, deve existir uma vasta biodiversidade”;
“Para restaurar a estabilidade de nosso planeta devemos restaurar sua biodiversidade, exatamente o que removemos. É a única maneira de sair desta crise que nós mesmos criamos. (…) Devemos renaturalizar o mundo!” Comentário: já escrevemos sobre renaturalização, com exemplos pontuais e locais em artigos anteriores, nesta coluna.
Esta foto não representaria a imagem da estupidez humana se a exploração da madeira de araucária não tivesse acontecido de forma irracional, absolutamente depredatória e insustentável.
A madeira desta espécie chegava de forma tão volumosa aos portos nacionais que, por alguns anos e em alguns momentos essa exportação chegou a representar 5 (cinco) por cento do PIB Nacional!
Só por esse fato o governo federal teria condições e obrigação de indenizar e implantar vários dos nossos parques nacionais, principalmente os que protegem o pouco que restou de florestas com araucárias, caso do Parque Nacional de São Joaquim.
Foto Lauro E. Bacca na região de São Joaquim em 1980.
Assista agora mesmo!
Casarão da família Karsten tem detalhes que revelam origem da empresa e história do têxtil na região: