Paixão por crianças e generosidade: quem era Flavia Godinho, vítima de homicídio brutal em Canelinha
Grávida, Flavia foi morta na quinta-feira e teve seu bebê tirado de seu ventre
Uma mulher alegre, dedicada à família e de um coração generoso. Assim, os amigos descrevem Flavia Godinho Mafra, 24 anos, vítima de um crime que chocou o estado.
Casada há quase um ano com Valdeli Mafra, seu primeiro namorado, a jovem esperava ansiosa pela a primeira filha, Cecília, prevista para nascer em setembro. Os sonhos da família recém-formada, entretanto, foram interrompidos brutalmente na tarde de quinta-feira, 27, quando Flavia foi atraída para um chá de bebê surpresa e assassinada com golpes de tijolo. A pequena Cecília foi tirada de seu ventre com um estilete pela mulher que confessou o crime à polícia e está presa.
Flavia foi sepultada no início deste sábado, 29, sob grande comoção de familiares e amigos que ainda não acreditam que tudo terminou de forma tão trágica.
À espera de Cecília
Formada em Pedagogia pela Unifebe, a jovem era apaixonada por crianças e trabalhou durante alguns anos como professora na educação infantil. Neste ano, porém, ajudava uma das melhores amigas em uma loja de bordados em Canelinha.
Jeisiane Benevenute Pacheco conhecia Flavia desde a infância, mas as duas ficaram mais próximas durante a adolescência. A amiga participou de vários momentos importantes da vida de Flavia, como o casamento e também foi escolhida para ser uma das madrinhas de Cecília.
“A Flavia era meu braço direito aqui na loja. Me ajudava muito. Neste ano, por causa da pandemia, ela ficou mais afastada porque além da gravidez, ela tinha diabetes, era do grupo de risco, então achamos por bem ficar em casa. Mas a gente se falava todos os dias pelo celular”, conta.
A amiga descreve Flavia como uma pessoa meiga, carinhosa e muito generosa. “Ela era muito boa de coração para as pessoas. Se comovia. Se a pessoa era boa com ela, já dava um sorriso, confiava muito nas pessoas e por maldade acabou confiando nesta mulher que tirou a vida dela”.
Jeisiane destaca que Flavia e o marido formavam um casal muito especial. “Ela era decidida, caprichosa, adorava fazer decoração, gostava de música. Era muito apegada com a mãe e o marido era tudo para ela. Ele está muito arrasado, ela era o apoio dele”, diz.
A amiga conta ainda que Flavia estava radiante com a gravidez e que fez questão de preparar tudo para a chegada da filha. “A Cecília foi muito amada e mimada por ela. A Flavia foi uma mãezona na gravidez. Ficamos muito felizes de sermos escolhidos para sermos padrinhos da Cecília. Agora, vamos ajudar ele a cuidar dela”.
Jeisiane ainda custa acreditar que a vida da amiga foi interrompida de forma tão brutal. “Eu tenho muitas lembranças boas dela. É difícil falar. Para mim, ela continua viva, ainda não dá para acreditar que isso aconteceu”.
“Não tinha dia ruim para ela”
Josiane Firmo da Silva, outra amiga e escolhida de Flavia para ser madrinha de Cecilia, descreve a vítima como uma pessoa sorridente. “Ela era uma pessoa incrível, sempre sorridente, não tinha dia ruim com ela. Sempre brincalhona, uma ótima professora”, diz.
A amiga diz que Flavia também era uma ótima filha e esposa e sempre estava disposta a ajudar. Josiane lembra que a amiga estava muito feliz com a chegada da filha.
“Ela estava feliz e muito ansiosa agora no final. Ela iria se consultar na terça-feira em Florianópolis e talvez já ficasse lá para o parto porque ela tinha diabete gestacional. A Flavia era muito importante para todos nós e merecia ser muito feliz”.
*Colaborou Jotaan Silva