A pandemia de covid-19 paralisou as atividades acadêmicas presenciais e pegou os professores que não tinham tanta familiaridade com a tecnologia de surpresa, já que a sala de aula foi transferida para o computador. O jeito foi se adaptar, buscando compartilhar experiências com colegas que já atuam nas redes sociais para dar conta das aulas a distância.  

É pensando em juntar, tanto os professores que têm dificuldade quanto aqueles já nativos digitais, que o perfil no Instagram Sala dos Professores, espaço criado pelo Educa Mais Brasil, tem produzido debates e conteúdos que apontam a tecnologia como uma verdadeira aliada no processo educacional. “O Sala dos Professores nasceu para ser uma sala de conhecimento compartilhado. É uma transposição da sala dos professores presencial para o ambiente virtual, para que a gente possa trocar experiências, socializar, compartilhar dicas”, apresenta a docente Carol Silveira. 

A série Papo de Intervalo produzida semanalmente pelo perfil recebe professores de vários cantos do país para dividir experiências e dar dicas de como outros docentes podem desenvolver os seus projetos nas redes sociais. “Durante a quarentena, a gente vive essa tensão e tudo mais, mas é um momento em que o professor tem para criar coisas novas, talvez até expandir os horizontes da própria profissão, da carreira”, contou o professor de redação Bruno Rodrigues, entrevistado no Papo de Intervalo. Bruno é dono do @trintalinhas, curso que nasceu na internet e hoje conta com mais de 40 mil seguidores no Instagram.  

Bruno é de Maceió, mas compartilha conhecimentos com alunos de qualquer lugar do mundo através da internet. Nesse período o professor descobriu outros talentos, além de intensificar os trabalhos na web, tornando-a um espaço produtivo para alunos e docentes. “Vejo a internet como uma possibilidade riquíssima. Não vejo ela como um destruidor de lares”, brinca. 

Também produtora de conteúdo nas redes sociais, a professora Alba Marília (@professoraalbamarilia) contou no terceiro episódio da série como foi o processo de transição das aulas presenciais da rede pública de Quixeramobim (CE) para o ambiente virtual. “As aulas não são on-line como a maioria das escolas particulares, nós estamos fazendo as aulas gravadas, enviamos para o grupo [no WhatsApp] e, ao longo do dia, vamos fazendo uma troca de interação entre a família”, explicou.  

Para ela e seus colegas, o desafio foi driblar a realidade da rede pública de ensino a qual muitos alunos não têm acesso a internet. “Infelizmente nós temos muitas crianças que não têm o acesso à internet, ao computador ou celular. Então, tem muitas crianças que estamos fazendo uma forma de chegar a elas, que é possibilitando que a família vá buscar as atividades na escola para que essas crianças não fiquem sem essa oportunidade de aprendizado e de desenvolvimento”, explicou.