“Para ser uma força política importante, PSL vai precisar de muito mais do que lacração”

Colunista analista eleições na Câmara, Senado e Assembleia Legislativa

Qual o real tamanho do PSL?

Iniciado o ano legislativo na última sexta-feira com a posse dos parlamentares eleitos, a política começa a ganhar forma no estado e no país. Se considerarmos as votações para a presidência do Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, surge a dúvida de qual é a real capacidade de domínio do Partido Social Liberal (PSL).

O resultado das eleições de 2018 não pode se resumir à eleição de Jair Bolsonaro ou do comandante Carlos Moisés, mas também pelo expressivo resultado para as Câmaras e Assembleias em todo o país. Porém, a julgar pelo primeiro teste, seja no Senado, Câmara e na Assembleia Legislativa em Santa Catarina, o partido contentou-se em ser uma força menor.

Na esfera nacional, apesar de o presidente não envolver-se pessoalmente nas eleições da Câmara e do Senado, delegou a tarefa ao chefe da Casa Civil. Onyx Lorenzoni (DEM–RS) enquadrou o PSL e conseguiu emplacar na presidência do Senado Davi Alcolumbre (DEM–AP). É claro que para isso aproveitou o ativismo presente nas redes sociais contra Renan Calheiros (MDB–AL).

Na Câmara dos Deputados, o governo Bolsonaro e Onyx Lorenzoni não levaram em consideração o passado condenável de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Aliás, o “Botafogo” como era conhecido pelos amigos da Odebrecht, conseguiu votos de partidos da direita e da esquerda.

Chama atenção o rápido domínio que o Democratas, ex-PFL, ex-Arena já demonstra na política nacional. Além de dominar a duas casas legislativas, controla também três ministérios do governo Bolsonaro.

Na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, destaca-se a escolha do deputado Júlio Garcia (PSD) para liderar a Casa. O veterano deputado, que assumiu pela terceira vez a presidência do parlamento estadual, foi eleito por unanimidade.

Se na esfera nacional o governo Bolsonaro saiu fortalecido, mesmo que seu partido ainda bata cabeça, em Santa Catarina, o comandante Moisés e seu partido apequenaram-se. O PSL, mesmo sendo a segunda maior bancada, ficou fora da Mesa Diretora e não deve ter assento em nenhuma comissão importante.

O fato é que, se o PSL realmente quer se impor como uma força política importante no cenário nacional ou estadual, vai precisar muito mais do que retórica estridente, lacração em rede social e sectarismo político. Deve apreender negociar, ouvir aliados e adversários.

Até agora, apesar do número expressivo de deputados e senadores, o partido comporta-se como um partido pequeno, sem identificação ideológica, sem organicidade interna e dependente de uma liderança carismática.

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