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Pelúcias feitas de retalhos levam conforto para pacientes internados em hospitais de Blumenau

Projeto existe desde 2017 e já doou mais de 2 mil naninhas

Carla Baloni, 37 anos, descobriu um câncer de mama em 2016 e passou por várias quimioterapias, perda de cabelos, enjoos, mastectomia bilateral nas duas mamas, e várias outras dificuldades. “Descobrir um câncer nunca é fácil, o chão se abre em nossos pés e parece que caímos num buraco sem fundo de exames, agulhas e doença”, relata ela. 

Quando seu tratamento acabou, em 2017, Carla queria muito agradecer por passar por tudo isso e ter ficado bem de uma forma que levasse experiências dela, amor e conforto para pessoas que também estavam passando por tratamento oncológico. 

Foi dessa forma que ela descobriu o projeto Naninhas do Bem, ursos de pelúcia feitos com retalhos de tecido e que poderiam ser doados para pessoas que estavam internadas nos hospitais. Atualmente o projeto conta com 18 pessoas trabalhando no projeto de forma voluntaria.

Naninhas do bem

O projeto surgiu em 2014 como uma iniciativa de Deise Borba, e que Estela Junqueira, influente youtuber artesã, divulgou no YouTube em suas redes sociais. O objetivo era que todas as pelúcias produzidas fossem doadas para hospitais durante o Natal.

Carla já conhecia esse projeto a algum tempo e sabia que ninguém na região produzia, quando decidiu trazer ele para Blumenau.

Dessa forma, ela decidiu se organizar e montar um grupo para começar a produção das Naninhas, convidou algumas amigas, e conta que quando percebeu, já haviam mais de 18 amigas e conhecidas ajudando na confecção das pelúcias. 

Redes Sociais

Ela também relata que a maioria das pessoas que trabalham com o projeto são mulheres que já passaram por algum tratamento de câncer anteriormente, e que agora querem trabalhar ajudando os outros.

Todas as ações do projeto acontecem no Hospital Santo Antônio, em lares de idosos e em ONGs que atendem famílias em situação vulnerável de Blumenau, mas o maior foco do projeto é fazer doações para as áreas pediátricas, maternidade, psiquiatria, de quimioterapia e principalmente na área de oncologia do hospital.

“A ideia das naninhas é trazer aconchego, segurança, carinho e acalento para as crianças que estão internadas em tratamento”, Carla Baloni, criadora do projeto aqui em Blumenau. 

Atualmente não se tem registro de quantas naninhas foram doadas, por conta deste último ano da pandemia da Covid-19, mas no último naninhômetro — “sistema” que contava quantas naninhas haviam sido doadas, o número já havia passado de 2,8 mil.

A organização não tem fins lucrativos, já que prefere não vender as pelúcias, e funciona 100% de doações, mas Carla relata que recebe vários contato de mães querendo dar Naninhas para seus filhos. Dessa forma, a organização solicita dois metros de tecido tricoline ou R$ 35. 

Ela também relata que a organização participa da Feira da Amizade para conseguir comprar o material chamado fibra siliconada, que é a parte mais cara da Naninha, e que o projeto nunca recebe doações, já que um quilo custa cerca de R$ 30, e enche apenas oito Naninhas.

“Eu não gosto muito de trabalhar com vendas de naninhas e gosto de reforçar que o projeto de funciona 100% por doações, e que nós participamos da Feira da Amizade uma vez por ano, para conseguir dinheiro para comprar as fibras. Se nós recebêssemos doações de empresas ou de pessoas, não realizaríamos a feira, já que os outros materiais, tecidos e malhas, suprem nossas necessidades“, comenta Carla. 

Na Feira, a organização utiliza o ‘slogan’: “Compre uma Naninha e nos ajude a doar 8”. Dessa forma, a organização consegue ainda mais motivação para produzir um número grande de pelúcias durante um ano.

Redes Sociais

Ações

Além de fazer eventos durante o ano, Carla e as outras voluntárias se juntam, se vestem de Papai Noel e saem distribuindo naninhas pelos hospitais na manhã de Natal. 

“É uma experiência muito legal entrar nos quartos, que estão às vezes com um clima triste, e com 15 minutos de conversas, brincadeiras e a distribuição das naninhas, alegrar aquela família que está passando por um momento tão difícil”, relata Carla.

 

Devido à pandemia, o projeto passou por uma pausa. Contudo, como as coisas vêm se normalizando por conta da vacinação contra a Covid-19, alguns eventos irão acontecer no mês de dezembro.

Cerca de 250 Naninhas irão ser doadas para creche no bairro da Velha, para o Ibis, Instituto Brasileiro de Igualdade Social, que atende famílias em situação veraneável, e também para o Hospital Santo Antônio, em um evento de Natal. 

Como ajudar

As pessoas podem colaborar com o projeto fazendo dações de tecidos, tricolines, tecido de algodão, malha e qualquer retalhos, desde que sejam maiores de 45 cm, para poderem ser feitos os pés, mãozinhas, corpos e orelhas. 

Quem quiser saber mais sobre o projeto ou como ajudar com doações, pode entrar em contato através do telefone (47) 9783-2829 ou pelo Instagram


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