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Pesquisa da Furb aponta que nível do mar pode subir até 1 metro no Vale do Itajaí

Efeitos das próximas décadas podem afetar Blumenau, além de alagar cidades litorâneas

O ciclone que deixou um rastro de destruição no Sul do Brasil nesta semana é apenas um exemplo do desequilíbrio ambiental. Uma pesquisa realizada pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) apontou que mudanças climáticas no Vale do Itajaí podem causar uma elevação do nível do mar em até 1 metro nas próximas décadas.

Por questão de proximidade, cidades litorâneas serão mais afetadas. Algumas correm o risco de serem inundadas. Apesar da distância relativa quanto ao oceano, Blumenau não deve sair ilesa desta alteração no nível das águas.

“Tudo está conectado com tudo e nada está inteiramente isolado. E as mudanças climáticas e seus efeitos constituem grandes desafios da contemporaneidade”, analisa o geólogo Juarês Aumond, doutor em Engenharia Civil e professor da pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Furb, que há 50 anos estuda a vida e a estrutura do planeta.

Os dados fazem parte da pesquisa desenvolvida por ele com a doutoranda Alessandra Hodecker Dietrich. Consequências em cidades como Balneário Camboriú e Itajaí, que constantemente são invadidas pelo mar, já podem ser observadas.

Futuro da região

Projeções para os próximos 70 anos mostram que muitos locais hoje habitados e parte da cidade serão tomados pela água. A variação também trará erosão e alagamento de áreas de terra firme, forçando populações a migrarem para o interior do continente.

O geógrafo explica que o problema não é exclusivo do Brasil. Ele cita exemplos como os incêndios no último ano na Califórnia e na Austrália. Para ele, poucos países têm se preocupado com o clima. Mas reforça a importância de cada um fazer sua parte.

Entre as atitudes que podem ser tomadas no dia-a-dia, Aumond lista a atuação de medidas contra o desmatamento, revegetar áreas de vazios urbanos, eliminar, ao máximo, os resíduos domésticos, reciclar os resíduos que vão para aterros e lixões, diminuir a utilização, para deslocamento, de veículos, usar transporte público, quando são pequenas caminhadas fazer a pé, e exigir de governos municipais, estaduais e federais, políticas públicas adequadas.

“O mar está propício para retomar sua posse gradativamente nos próximos anos, gerando riscos para a população. Futuramente essas regiões sofrerão com o aumento do nível do mar, haverá um grande número de desabrigados e desastres”, adverte o professor.


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