Com mais de 100 mil votos, Ismael comemora vitória individual, mas reflete resultados do PSD
O atual deputado estadual, Ismael dos Santos (PSD), foi eleito deputado federal na eleição deste domingo, 2. Principal nome político da Assembleia de Deus em Santa Catarina, a vitória do PSDista já era esperada nas urnas. Como ele mesmo afirma, era o momento de colher os frutos do trabalho e reduto eleitoral.
“Costumo dizer que tradicionalmente na política existe o bordao de que eleição não é tempo de plantar, mas de semear, e é o que fizemos, através do nosso trabalho, através do que desempenhamos ao longo do tempo. Seria mais confortável eu buscar reeleição, mas o cenário mudou e fui empurrado pelo partido para buscar a Câmara Federal. E agora é o momento de agradecer a todos que nos ajudaram a conquistar essa eleição, a todos eleitores que confiaram no meu trabalho e no meu nome para representar Blumenau, a região e Santa Catarina”, afirmou Ismael.
Desempenho individual e do PSD
A expectativa individual do deputado era de alcançar 100 mil votos. Ela foi conquistada e ultrapassada, chegando 110.531. Entretanto, durante entrevista à coluna, Ismael não escondeu a preocupação com o resultado do PSD no pleito.
“Tivemos um dejavu do 17 nas últimas duas semanas. Vimos o PL eleger seis federais e 11 estaduais no estado. Não esperávamos que isso ia acontecer, então influenciou e muito a disputa. Tirou muitos votos, prejudicou muito o PSD”, explicou
O partido tinha como objetivo eleger três deputados federais. Conseguiu apenas com a legenda – um – o próprio Ismael – e o segundo com as sobras do quociente eleitoral. Para estadual o resultado também não foi nada satisfatório, com apenas três eleitos – em 2018 foram cinco.
Além disso, a maior derrota foi com Raimundo Colombo. O partido tinha uma grande expectativa que o ex-governador conquistasse a única vaga ao Senado e viu as pesquisas o colocarem como nome quase certo.
Na hora H, uma derrota acachapante para o candidato de Jair Bolsonaro. Jorge Seif fez mais que o dobro de votos que Colombo, que na verdade, só brigou pela segunda posição com Dário Berger (PSB).
Essa foi a segunda derrota seguida de Colombo para o Senado. Em 2018, quando eram duas vagas – e ele vinha de dois governos – ficou na quarta posição, atrás dos eleitos e de Lucas Esmeraldino (na época PSL). O resultado deixou muito notória a necessidade de renovação do nome.
“Foi uma derrota humilhante para o Colombo”, resumiu Ismael.
Votação em Blumenau
Dos mais de 110 mil votos recebidos, apenas 14.666 vieram de Blumenau, cidade de origem e domicílio eleitoral de Ismael. Para ele, o desempenho é resultado do que vem se tornando tradição para o eleitor blumenauense: votos para candidatos de outras regiões.
“Mais uma vez votaram para muita gente de fora. É muito pouco apenas 15 mil eleitores em Blumenau. É uma coisa que preciso reavaliar também, ver o que não está dando certo. Os outros candidatos locais também”, afirmou.
Para se ter uma ideia, dos 10 candidatos a deputado federal em Blumenau, apenas cinco eram da cidade: Ana Paula (PT), com 24.501 votos; Ricardo Alba (União), com 19.561; Ismael (PSD) com 14.666; André Espezim (Podemos) com 9.900; e Sylvio Zimmermann (PSDB) com 6.456 votos.
No top10 em Blumenau apareceram Gilson Marques (Novo), e outros quatro candidatos do partido do presidente: Carol de Toni (PL), Julia Zanata (PL), Daniel Freitas (PL) e Jorge Goetten (PL).
Atuação na Câmara
Ismael tem mais três meses para atuar na Alesc, para no dia 1º de fevereiro assumir a cadeira na Câmara. Como federal, o PSDista afirma que está com boa expectativa e já tem objetivos elencados.
“A perspectiva é boa. Estarei mais presente na cidade, com emendas impositivas e um bom trânsito nos ministérios, focando principalmente na mobilidade urbana, que é a maior necessidade de Blumenau hoje”.
Sobre a atuação, ele garante que não deverá ter problemas, independente de qual for a decisão do eleitor no segundo turno presidencial.
“Vou seguir o modelo que segui na Alesc. Quando tive que dizer não para o partido, eu disse não. Mas sempre que possível, procuro votar juntamente. Hoje, majoritariamente o PSD é bolsonarista, então vejo tranquilidade, caso haja reeleição. Mas se for diferente, o Kassab [presidente do PSD] sabe transitar muito bem em ambos os lados, não teremos dificuldades para diálogar”.
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