Divulgação/MP-SC
Áudios que resultaram em pedido de CPI em Gaspar viram alvo do Ministério Público
A 4ª Promotoria de Justiça do Ministério Público em Gaspar abriu um procedimento nesta segunda-feira, 3, relacionado à polêmica envolvendo o ex-secretário da Fazenda de Gaspar, Jorge Pereira. A promotora responsável é Marina Saade Laux que terá, em primeiro momento, o trabalho de avaliar os documentos para definir se abre ou não uma Notícia de Fato para apurar mais detalhes do caso, que é tratado até então como sigiloso.
A polêmica em questão é referente aos áudios que circulam pelas redes sociais e possuem como conteúdo possíveis favorecimentos a empresas em licitações, em troca de recursos financeiros. Segundo as mensagens que acompanham os áudios, a voz seria do agora ex-secretário da Fazenda de Gaspar, Jorge Pereira – que nega a veracidade do material.
Pereira pediu exoneração do cargo alegando ter sofrido ameaças. Na nota sobre a mudança de secretário, a Prefeitura de Gaspar destacou repudiar “qualquer ameaça a qualquer secretário, servidor ou suas famílias, em especial com viés eleitoral e político”.
Como ainda está no procedimento de “protocolo”, não há mais informações sobre quais arquivos e documentos foram encaminhados ao MP-SC.
CPI na Câmara
Vale destacar que a mesma polêmica culminou no pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Gaspar para investigar um caso em específico, citado em um dos áudios. O alvo será os trâmites de contratação para a obra de pavimentação da rua José Rafael Schmitt.
O tema está na pauta da sessão desta terça-feira, 4, e deve ser aprovado sem dificuldades, já que o próprio pedido foi assinado por 11 dos 13 vereadores do legislativo gasparense. Caso confirmada a abertura da CPI, ela será composta por cinco vereadores que ficarão responsáveis pelos ritos.
Como já citado, o pedido da CPI foi proposto por 11 vereadores da Câmara, que fazem parte da base governista na Câmara. Ficaram de fora apenas os vereadores Dionísio Bertoldi (PT) e Alexsandro Burnier (PL).
Eles alegam não terem sido convidados a assinar o documento. Eles também foram os únicos que votaram favoráveis à convocação do ex-secretário Jorge Pereira para prestar esclarecimentos sobre os áudios, uma semana antes da CPI ser proposta.
O autor do pedido da convocação, Bertoldi relata ter desconfiança da forma como a CPI será tratada.
“O PT de Gaspar e o Vereador Dionísio Bertoldi são favoráveis à investigação de todos os fatos. Mas essa apuração deve ser séria e total, e não um jogo combinado. O pedido de CPI protocolado na noite de 28/03 não abrange os R$ 150 mil supostamente doados à campanha de Kleber e Marcelo e investiga irregularidade em apenas uma obra, deixando de fora a apuração em relação à suspeita de propinas em uma série de outras obras e ações da Prefeitura de Gaspar citadas nos áudios”, afirmou Bertoldi à coluna na semana passada.
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