O ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSD), segue apostando na imagem de “terceira via” numa possível candidatura ao governo de Santa Catarina em 2022. Como já repeti diversas vezes na coluna, atualmente o PSD trabalha com três possibilidades no estado:
Um nome mais conhecido, agregador e com muita experiência de governo, que é Raimundo Colombo; uma novidade, com perfil mais conciliador em uma espécie de “terceira via estadual”, fora dos extremismos, que seria Napoleão Bernardes; ou explorando o voto dos catarinenses bolsonaristas, com o prefeito de Chapecó João Rodrigues – o que hoje é o mais distante, haja vista alguns posicionamentos e principalmente o fator Jorginho Mello (PL).
Seguindo nesse contexto, Napoleão publicou na noite desta quarta-feira, 13, uma “nota aos catarinenses”. Nela, ele faz um discurso contrário aos extremismos hoje vistos na política brasileira – que, segundo ele “em ambos os lados, a tônica é a insatisfação”.
O texto defende a democracia e que ela deveria ser avaliada com mais atenção e sem escolhas fáceis. Apesar de se fazer olhar principalmente pro âmbito nacional – na eleição presidencial entre Bolsonaro x Lula – o tom do texto de Napoleão também quer atrair esse pensamento na eleição estadual, o que fortalece o seu nome.
Apesar das constantes afirmações de que quer ser candidato ao governo do estado e não pensa em outra situação, nos bastidores, o nome de Napoleão é sempre ventilado como possibilidade à Câmara Federal.
Se isso ocorrer, o discurso que Napoleão tem dado até agora continuará com validade para os seus objetivos, já que ele busca o eleitor que está cansado dessa briga generalizada.
Confira abaixo a carta na íntegra:
Caros concidadãos, os últimos anos no Brasil têm sido marcados pelo antagonismo político, pelas posições extremistas e, de modo geral, pela nossa incapacidade de debater sem escorregar para a agressão, a intolerância e, muitas vezes, para a violência. Em ambos os lados, a tônica é a insatisfação.
Ouso dizer que estamos vivenciando a “tempestade perfeita”, a conjuntura que tem todos os ingredientes para reforçar a tese de que o país não tem jeito e de que nenhum político é confiável. Certamente é o caminho mais fácil para lavar as mãos e não ter o trabalho de se comprometer. No final, quando tudo der errado, podemos reclamar em paz!
Estamos a um ano das eleições e, no meu entender, o caminho mais fácil não é uma opção. É hora de refletir. Apesar de toda a instabilidade política e econômica dos últimos tempos, causada por diversos fatores, vivemos numa democracia. Só a democracia nos possibilita o voto livre, que dá a todos os cidadãos poder idêntico.
Em 2022 vamos escolher o presidente da República, os governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Estamos a um ano do pleito e é preciso ter em mente que a responsabilidade sobre o nosso futuro comum é de cada um de nós, eleitores.
O processo eleitoral não é loteria. É o resultado, a soma, do que pensa e deseja a maioria dos cidadãos com mais de 16 anos de idade. E o que queremos? Acredito que, independentemente da linha ideológica, queremos representantes que promovam o desenvolvimento econômico e social do estado e do país e que sejam capazes de criar um ambiente favorável à prosperidade individual e coletiva, com paz e harmonia. Um ambiente que nos permita sonhar e acreditar que somos capazes de realizar nossos sonhos.
Por isso, é hora de refletir sobre as possibilidades que estão sendo colocadas, buscar informações além da superficialidade e das aparências, analisar, para, então, estarmos prontos para fazer a escolha de cada um dos nossos representantes.
É hora de assumir essa que é uma das mais importantes responsabilidades que se impõem a cada um de nós, cidadãos. É hora de tomarmos as rédeas do nosso destino. Alguns nomes já estão sendo colocados, muitos outros ainda se apresentarão. Temos tempo. Mas, a meu ver, essa é uma tarefa inadiável e indelegável. Cada um dos eleitos em 2022 só poderá chegar lá com o nosso voto. Façamos escolhas conscientes!