A Câmara de Vereadores de Blumenau aprovou nesta terça-feira, 28, o projeto que cria o programa permanente de combate à pobreza menstrual e incentivo à saúde íntima feminina na cidade.

O objetivo é que, além da disponibilização de itens de higiene pessoal, sejam feitas ações efetivas para prevenção à pobreza menstrual das mulheres em situação de vulnerabilidade e de educação quanto a saúde íntima feminina.

A proposta é de autoria do vereador Almir Vieira (PP) – subscrito por Silmara Miguel (PSD) e Cristiane Loureiro (Podemos) e recebeu 13 votos favoráveis e apenas um contrário, do vereador Diego Nasato (Novo). O presidente Egídio Beckhauser (Republicanos) só vota em caso de empate.

Divulgação/Assessoria Almir Vieira

O projeto agora será votado em Redação Final e depois segue para sanção do prefeito Mário Hildebrandt.

Críticas a Nasato

O único voto contrário gerou uma discussão entre os membros da casa legislativa, após Nasato justificá-lo. O suplente de Emmanuel Tuca afirmou que “entende o interesse em colaborar com o combate a pobreza menstrual e etc”, mas se preocupa com quem irá pagar a conta.

O vereador defendeu o voto contrário afirmando que isso poderia ser feito através do CRAS, com orientações à comunidade, sem a necessidade de um projeto de lei criando programa para tal.

O primeiro a discordar de Nasato foi Bruno Cunha (Cidadania), que chamou o posicionamento de uma “visão distorcida, elitista, equivocada e insensível”. Salientou que o tema é importante pois o problema é real e ocorre em diversas comunidades carentes da cidade.

O vereador Adriano Pereira (PT) também foi crítico. Ele afirmou que para ter autoridade sobre o assunto é necessário conhecer a parte carente da cidade.

“Só se entende vivendo ou pelo menos buscando conhecer, visitando, botando o pé, sentindo o cheiro de gente, cheiro de comunidade, estando no meio do povo, porque do contrário não dá, do contrário se vem pra essa casa falar coisas absurdas”, afirmou.

O autor do projeto, Almir Vieira, foi o último a discursar e salientou que o projeto vai muito além do que “economia e uma compra”, se dirigindo a Nasato. Citou dados que justificaram a importância do projeto e disse que a assessoria do vereador do Novo deve ter feito uma leitura equivocada do tema.

Defesa

Em defesa a Nasato surgiu o vereador João Paulo Taumaturgo (PL), também suplente, que está substituindo Ito de Souza. Ele disse que mesmo votando favorável sentiu que falou “empatia” dos vereadores em relação a Nasato.

“O posicionamento dele é muito claro quando ele acredita que não é o poder público que deva gastar do seu recurso para programas sociais, que podem ser vencidos com a união da comunidade através de projetos do terceiro setor”.

O vereador do Novo voltou a falar e afirmou que foi colocado como “desumano” e que não queria ser enxergado dessa forma. Destacou que entende a importância do tema, mas que acredita que a proposta pode ter “vício de iniciativa por impor algumas condicionantes” – ou seja, fazer o executivo fazer investimentos.

Situação recorrente

Toda a discussão acabou expondo uma situação que já é vista por quem acompanha a Câmara. Essa não é a primeira vez que alguns vereadores se incomodam com a forma de agir do vereador Diego Nasato.

Algumas discussões mais ríspidas entre ele e colegas já aconteceram antes das sessões, mas que acabaram não evoluindo para o ao vivo. Porém, nos bastidores há diversas críticas, principalmente pela forma como ele se comporta, que para alguns é para “aparecer”.

Na própria Câmara tem quem afirme que isso ocorre por iniciativa do gabinete do Novo. Outros dizem que falta um “tato” dele para saber agir com os colegas.

Cabe destacar que Nasato está no cargo apenas há um mês e meio. O período de licença de Tuca do cargo é de três meses.


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