Por candidatura ao Senado, Psol sugere saída da frente de esquerda em SC
Entretanto, essa última citada ainda causa descontentamentos de algumas partes. O Psol, por exemplo, desde o início das conversas deixou claro a indicação do vereador da capital Afrânio Boppré para a disputa do cargo. Mas negociações internas apontam que essa vaga também poderia ficar com o PDT, com Jorge Boeira ou Fernando Coruja, por exemplo.
Diante dessa possibilidade, o Psol em Santa Catarina emitiu uma nota na manhã desta quarta, reiterando que quer Boppré candidato e que, caso isso não ocorra num acordo da frente de esquerda, poderá deixar de fazer parte do grupo.
“Temos respeito pelo PDT e sua disposição de compor essa unidade conosco, mas consideramos inoportuno abrir espaço destacado na chapa majoritária em favor do impulsionamento da candidatura Ciro Gomes, enfraquecendo o potencial eleitoral em favor de Lula. Esta decisão é contraproducente e insensata”, afirmou Mario Dutra, presidente do Psol em SC.
“O PSOL, se necessário, poderá optar por caminho próprio a depender do desenrolar dos encaminhamentos. Temos legitimidade, gestos, e capacidade para reivindicar aos demais partidos nosso espaço. Nossos limites nessa composição sempre foram públicos”, complementou.
A união dos partidos esquerdistas no estado foi uma novidade que há muito tempo se questionava de não ocorrer. O início teve muita musculatura e permanece firme até o momento. Chegou a ter um possível racha há alguns meses, quando o mesmo Psol apontava preocupação de uma possível candidatura de Gelson Merísio, Dário Berger ou Boeira, ao governo do estado.
Confira a nota divulgada pelo Psol:
Hoje, ao final do dia, a Frente Democrática deverá se reunir para definir a composição da chapa majoritária. Sabemos que se desenha uma maioria de partidos, entre eles a Federação PSOL – REDE, em apoio à pré -candidatura de Décio Lima, do PT, para governador. Mas algumas indefinições nos preocupam.
O PSOL, desde as primeiras conversas entre os partidos que se dispõem a compor a Frente Democrática, vem afirmando compromisso com a unidade diante dos desafios que estão colocados na conjuntura. Essa unidade precisa ser ampla, é verdade, mas também tem que ser efetivamente transformadora com um programa que enfrente a crise econômica, social e política instalada em Santa Catarina.
Nacionalmente deliberamos em favor da eleição de Lula já no primeiro turno e este deve ser, para nós, o principal referencial para ajustar a definição. Com este firme propósito, apresentamos e reafirmamos a pré-candidatura do PSOL ao Senado. Temos respeito pelo PDT e sua disposição de compor essa unidade conosco, mas consideramos inoportuno abrir espaço destacado na chapa majoritária em favor do impulsionamento da candidatura Ciro Gomes, enfraquecendo o potencial eleitoral em favor de Lula. Esta decisão é contraproducente e insensata.
O PSOL, se necessário, poderá optar por caminho próprio a depender do desenrolar dos encaminhamentos. Temos legitimidade, gestos, e capacidade para reivindicar aos demais partidos nosso espaço. Nossos limites nessa composição sempre foram públicos. E é esse o jeito do PSOL de fazer política, com transparência e responsabilidade programática.
Santa Catarina, 13 de julho de 2022.