Após cinco anos, Rodrigo Ramos pediu na manhã desta sexta-feira, 28, exoneração do cargo de secretário de Cultura de Blumenau. Ao prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), ele alegou motivos pessoais para a saída.
Aliás, informações colhidas pela coluna apontam que Hildebrandt até tentou convencê-lo a permanecer, mas sem sucesso. Tentei contato, mas Rodrigo não atendeu as ligações.
Há mais ou menos um mês conversei com Rodrigo sobre sua carreira. Ele comentou que foi sondado pela equipe da então governadora interina Daniela Reinehr, para assumir um cargo no Estado, mas que havia recusado porque tinha compromissos com a cultura de Blumenau e “não podia largar agora”.
Por isso a sua saída é surpreendente, ainda mais partindo de iniciativa dele. Os projetos que Ramos citou ainda estão em andamento, como reforma do arquivo histórico, biblioteca municipal, Centro Braille, entre outros.
Cabe salientar que a cultura blumenauense está vivendo uma polêmica nesta semana. No último sábado, 22, a 11ª Conferência Municipal de Cultura de Blumenau precisou ser suspensa horas antes de começar.
O motivo foi a falta de segurança da votação para o novo conselho. A reunião on-line estava com um número muito grande de participantes e o Conselho não tinha a garantia de que todos estavam inscritos e aptos a votar.
Nos bastidores, há uma briga entre integrantes de uma ala considerada “de esquerda” da cultura blumenauense, que chegaram a denunciar uma possível divulgação do link do evento para que outras pessoas – não inscritas – pudessem participar da eleição. A divulgação teria sido feita pelos candidatos evangélicos.
A suspensão da eleição causou alvoroço nas lideranças políticas evangélicas da cidade. Os vereadores Marcos da Rosa (DEM), Jovino Cardoso (Solidariedade), Silmara Miguel (PSD) e o deputado estadual Ismael dos Santos (PSD) – todos integrantes da Assembleia de Deus – reclamaram publicamente da decisão e alegaram discriminação religiosa.
No meio de toda essa disputa e pressão estava Rodrigo Ramos, que acabou deixando o cargo de secretário da Cultura. Publicamente, ele havia informado estar feliz pelo maior interesse das pessoas pelo tema.
“Vimos um aumento em todos os segmentos. Estava na hora da comunidade se mobilizar. Acredito que, na próxima, a mobilização será maior e teremos ainda mais inscritos”, disse ele à reportagem do jornal O Município Blumenau.
Pasta será assumida por Sylvio Zimemrmann
No início da noite, a prefeitura confirmou que o novo secretário da pasta será Sylvio João Zimmermann Neto. O ex-vereador já atuou como presidente da Fundação Cultural – transformada em Secretaria de Cultura – entre 2013 e 2016.
Ele também continua na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendorismo (Sedec). Entretanto, a saída de Ramos foi lamentada pelo prefeito Mário Hildebrandt.
“Lamentamos a saída do secretário Rodrigo e agradecemos todo seu empenho nesses anos em que esteve à frente da Cultura. Secretário Sylvio já liderou a Cultura de Blumenau e conhece a gestão da Secretaria. Nesse momento em que assume interinamente a pasta desejamos que siga trabalhando e dando seguimento aos projetos que vem acontecendo, como a Rota da Arte Urbana e Verde, de pintura aos espaços públicos da Cidade”reforçou.