Polícia Federal prende fotógrafo que abusava de crianças e adolescentes em Balneário Camboriú
Interpol ajudou nas investigações
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-fera, 28, a Operação Abusou, para desarticular um grupo suspeito de atuava na produção, disponibilização e comercialização de fotos e vídeos de crianças e adolescentes, em poses sensuais e eróticas, direcionados à pedofilia em sites do exterior.
Além de sequestro e bloqueio de bens, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva.
O principal fotógrafo, Jorge Moura, do grupo foi preso em Balneário Camboriú. Uma reportagem especial do jornal O Município Blumenau já havia revelado como ele atuava e entrevistado vítimas e familiares de pessoas que foram usadas pelo criminoso.
Ele é acusado da prática de crimes sexuais e de induzir as modelos a trocarem de roupa em seu carro e estúdio fotográfico, onde tinha espelhos e câmeras estrategicamente posicionadas para registrá-las nuas. Mais de 120 crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 18 anos, foram identificadas até o momento.
Investigação
Segundo investigação, desde 2001, garotas eram convencidas a serem filmadas e fotografadas com roupas de banho e sem peças íntimas, sob a promessa de que o material seria utilizado para agenciamento de modelos em trabalhos de moda e publicidade, além do argumento de que as fotos seriam exigência das empresas.
Entretanto, as imagens eram vendidas na deepweb, por meio de sites controlados pelo grupo, em países como a República Tcheca, Estados Unidos e Rússia. Identificou-se, ainda, que essas imagens eram comentadas e compartilhadas por indivíduos que expressavam interesse em abuso sexual infantil e também em fazer contato com as garotas.
Cerca de 200 mil arquivos de imagens e vídeos estão sendo analisados pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal.
Apoio da Interpol
Os trabalhos policiais tiveram o apoio do Secretariado Geral da Interpol, localizado em Lyon, na França, tendo em vista que há vários anos as imagens das menores eram reportadas por estarem associadas a pornografia infantil e serem catalogadas no banco de imagens de exploração sexual infantil da Interpol.
Além da Interpol, a Polícia Federal também contou com informações provenientes da Agência de Investigações de Segurança Interna, da Embaixada dos Estados Unidos.
Comercialização
A comercialização das imagens aconteceu por muitos anos, por diferentes meios de pagamentos, como cartões de crédito, transferências internacionais e, mais recentemente, também por criptomoedas. O valor total das transações está sendo apurado pela PF.
Dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa, violação sexual mediante fraude, importunação sexual, assédio sexual, registro não autorizado da intimidade sexual, disponibilização de material pornográfico e estupro de vulnerável.
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