Preço da gasolina cai 50%, mas queda não reflete valor nas bombas; entenda
Impostos, custos para manter estabelecimento e queda de vendas durante pandemia refletem no preço final do combustível
Desde janeiro, o preço da gasolina comum já sofreu uma queda de 50% nas refinarias brasileiras. No início da semana, o barril de petróleo chegou a ser negociado a preços negativos no mercado futuro internacional.
Este é mais um dos reflexos da pandemia do novo coronavírus, que fez com que o consumo de combustíveis reduzisse drasticamente. Entretanto, o preço pago pelo consumidor não sofreu uma queda similar.
A gasolina chegou a R$ 4,69 em alguns postos da região entre janeiro e fevereiro, com a média de preço em R$ 4,38. Na última sexta-feira, 24, muitos estabelecimentos cobravam R$ 3,60 pelo combustível no Vale do Itajaí.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média de preço avaliada em Santa Catarina em abril é de R$ 3,991. O preço mínimo encontrado no estado foi de R$ 3,499 e o máximo R$ 4,519.
Considerando estes valores, a queda no preço médio está abaixo de 10%. Entretanto, Julio César Zimmermann, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sinpeb), explica que isso se deve a mais de um fator.
Entre eles estão os impostos pagos pelos postos e os custos operacionais e de mão de obra dos estabelecimentos. Além do nível obrigatório de etanol na gasolina, já que o preço do combustível não caiu.
“A logística é bem diferente. O revendedor vem diminuindo cada vez que a Petrobras baixa, mas a compra é feita da distribuidora, não da refinaria. O revendedor final é o que menos ganha nesse elo”, explica.
Segundo ele, os preços têm caído significativamente no Vale do Itajaí. Especialmente após a redução do ICMS no último mês. “Continuamos sendo uma das regiões com os menores preços do Brasil. Mesmo que a venda de gasolina tenha caído 80% e a do diesel 60% durante a pandemia”, relata.