Prefeitura contesta revisão prevista para a tarifa do transporte coletivo em Blumenau
Prefeito recém-empossado se reuniu com equipe para discutir o assunto nesta sexta-feira, 3
A Prefeitura de Blumenau determinou nesta sexta-feira, 3, que vai questionar o pedido de Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) proposto pela Agência Intermunicipal de Regulação de Serviços Públicos (Agir). O órgão sugere um aumento de quase 10% em relação ao valor atual da tarifa técnica. O prefeito Egidio Ferrari já adiantou que não deve aceitar o aumento proposto pela agência.
O chefe do executivo se reuniu na tarde desta sexta-feira com a vice-prefeita Maria Regina de Souza Soar e com os secretários de Trânsito e Transportes, Fábio Campos, de Gestão Governamental, Marcelo Althoff, e de Administração, Anderson Rosa, além do procurador-geral do município, Éder Boron.
“O que precisamos entender é quais são os critérios técnicos e jurídicos que levaram a Agir a chegar nesse valor. Só depois disso é que vamos tomar uma decisão final sobre o assunto”, declarou Ferrari.
Tarifas
Após a análise do desequilíbrio tarifário e com base nos estudos apresentados pela BluMob, que propôs um valor de R$ 9,08, a Agir estabeleceu uma tarifa técnica de R$ 8,98 — atualmente é R$ 8,15 –, que deveria ser aplicada já a partir de 1º de janeiro de 2025, o que não aconteceu.
A tarifa técnica é diferente do valor cobrado dos usuários, já que a prefeitura fornece subsídios pra diminuir o impacto. Atualmente, o bilhete custa R$ 6,50 (tarifa embarcada) e R$ 5,30 (cartão). Segundo a prefeitura, cerca de 97% dos funcionários utilizam o cartão.
Com esse aumento proposto pela Agir, a tarifa aumentaria 10,18% — portanto, cerca de R$ 7,16 para a tarifa embarcada e R$ 5,83 no cartão.
O prefeito também já determinou que a Procuradoria do município inicie o mais breve possível uma revisão geral do contrato com a BluMob, empresa responsável pelo serviço. “Essa discussão precisa também passar pela revisão. Quero conhecer bem os detalhes deste contrato porque queremos trabalhar para ter o melhor serviço possível dentro de uma tarifa acessível para a população. O transporte coletivo precisa ser atrativo”, disse ainda o prefeito.
Entre os dados apresentados que podem impactar em um possível reajuste está o aumento do combustível e de outros impostos federais, além do fim dos benefícios fiscais determinados pelo governo federal em setembro de 2024.
Prefeitura quer barrar “furões”
O secretário de Trânsito e Transporte também apresentou outro dado alarmante. Todo mês, em média, cerca de 1 mil pessoas usam o transporte coletivo sem pagar, invadindo áreas proibidas dos terminais – geralmente as usadas para acesso dos ônibus. Esse dado também prejudica as pessoas que usam o transporte de forma legal. Ferrari determinou que sejam realizados estudos para diminuir esse número. “Faremos levantamento de custos para aumentar a segurança, com contratação de vigilantes e ampliação das câmeras”, exemplificou.
O questionamento à Agir será enviado na próxima semana e, assim que tiver uma resposta, a prefeitura se reunirá novamente para definir sobre a revisão tarifária.
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