Colaborou Natália Huf
A prefeitura de Blumenau foi consultada pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho e Educação sobre a possibilidade de acolher imigrantes venezuelanos. Outras cidades catarinenses, como Brusque, Florianópolis, Jaraguá do Sul e Joinville também foram notificadas no mês de abril. Assim como Blumenau, todas afirmaram que não possuem condições de acolher os refugiados.
“Nós aqui em Blumenau já temos uma gama bem grande de haitianos e, no momento, não não temos a possibilidade de receber os venezuelanos. Mas, se for preciso, sim. Então ficou em stand-by a situação”, argumenta o Secretário de Desenvolvimento Social, Oscar Grotmann Filho.
Para Grotmann, a maioria dos imigrantes prefere ficar no Norte ou no Sudeste do país, porque muitos esperam voltar em breve para a terra natal. Até o momento, segundo o secretário, nenhum venezuelano sinalizou ter vontade de morar em Blumenau. Caso isso aconteça, ele garante que a prefeitura acolherá o cidadão e aceitará a ajuda federal.
O auxílio de custo oferecido, conforme a Casa Civil da presidência da República, é de R$ 400 por mês para cada venezuelano acolhido nos abrigos catarinenses. O valor mensal proposto pela Casa Civil deverá ser pago antecipadamente e vale por seis meses, totalizando R$ 2,4 mil para cada imigrante acolhido.
Caso a pessoa, após esse período, não tiver conseguido um emprego, o auxílio pode ser renovado por mais seis meses, com o mesmo valor.
“Dentro do que a gente tem de experiência, esses R$ 400 não cobririam todos os custos que temos com saúde, educação…”, pondera o secretário.
A intenção do governo federal é viabilizar 90 vagas em abrigos de cidades do estado para receber os estrangeiros.
Venezuelanos buscam recomeço no Brasil
Devido à crise econômica na Venezuela, o número de imigrantes residentes no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Os dados mais recentes divulgados pela Casa Civil da presidência da República, são referentes ao mês de maio deste ano e apontam que 48,6 mil venezuelanos vivem no Brasil – destes, 29,2 mil pediram refúgio.
No ano passado, de acordo com a Organização Internacional de Migrações (OIM), parte integrante da Organização das Nações Unidas (ONU), o país recebeu cerca de 35 mil imigrantes oriundos da Venezuela, um número cerca de sete vezes maior do que os dados de 2016.
Segundo a ONU, cerca de 4,2 mil venezuelanos vivem em abrigos no estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela. A estratégia do governo federal é o projeto de interiorização – ou seja, transferir os imigrantes para outras cidades do país.
Os 690 venezuelanos já acolhidos nas quatro etapas do programa, que foi iniciado em abril deste ano, foram transferidos para as cidades de São Paulo, Cuiabá, Manaus, Rio de Janeiro, Conde (PB) e Igarassu (PE).
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