Prefeitura de Blumenau vai descontar dias parados de servidores em greve
Funcionários estão sendo orientados a negociar reposição dos dias paralisados para evitar o corte
Neste mês o fechamento da folha de pagamento dos servidores municipais ocorre com um pouco de atraso. A prefeitura retardou o processo na expectativa de que a assembleia dos funcionários em greve aprovasse a última proposta salarial feita pelo executivo.
Agora, os Recursos Humanos não só trabalham para pagar os salários em dia e a metade do 13º a todos os trabalhadores, como querem saber quem de fato está participando da greve.
Um comunicado circula desde a manhã desta terça-feira, 25, entre os servidores. Nele, a prefeitura orienta quem está parado e deseja voltar ao serviço a procurar a Administração, através das chefias, para negociar a reposição das horas. Assim, não haverá cortes no salário. Quem optar por continuar a greve, sofrerá os descontos.
“O servidor preencherá um formulário dizendo que esteve em greve e que quer compensar. Isso é um procedimento normal de RH. Aquele que falta sem justificativa tem que pagar o dia”, defende o Secretário de Administração, Anderson Rosa.
Ele explica que o ato de sair da greve é voluntário e que a prefeitura está apenas oferecendo uma maneira do servidor não ter prejuízo financeiro pela participação no movimento.
A prefeitura estuda outras medidas judiciais para pôr fim à paralisação. O prefeito Mário Hildebrandt adiantou que uma delas é sobre manter o funcionamento dos postos de saúde (ESF).
O que diz o sindicato
Segundo o coordenador do Sintraseb, Sérgio Maurici Bernardo, os advogados da instituição já analisam a decisão da prefeitura. Encaminhamentos judiciais devem ser feitos nesta quarta-feira, 26.
“A greve não terminou. É mais uma estratégia do governo para deslegitimar um movimento que é legítimo”, criticou Bernardo.
O representante afirma que os grevistas estão garantindo o funcionamento dos serviços essenciais à população, como os de saúde.
Reajuste Salarial
Na tarde desta segunda-feira os servidores municipais em greve votaram a contraproposta salarial da prefeitura. O executivo propôs fracionar o reajuste salarial em 0,75% em agosto e outubro, 1,5% em dezembro e 2,07% em janeiro, quando chegaria nos 5,07% (equivalente à inflação acumulada).
O Sintraseb pediu nesta terça-feira que o parcelamento seja feito de agosto a dezembro (em quatro vezes de 1% e uma de 1,07%).
De acordo com Rosa, a prioridade agora é resolver a questão das folhas de pagamento deste mês. Porém, indica que a prefeitura já “esticou a proposta até onde dava”. A orientação do sindicato é que os grevistas não desistam da mobilização.