Processo de herdeiros da Hering contra a empresa repercute no noticiário econômico nacional
Revistas digitais Exame e Infomoney avaliaram impacto no mercado de ações
Acionistas da Cia. Hering vivem uma gangorra de emoções nos últimos dias. Embora a informação sobre a aquisição da empresa pelo grupo Soma – um investimento de cerca de R$ 5 bilhões, que fez inclusive as ações dispararem 26% – tenha sido celebrada pelos investidores, o ajuizamento de uma ação dos herdeiros da marca blumenauense é observado com bastante atenção.
A informação foi repercutida com aprofundamento nos principais veículos do segmento econômico nacional, como a InfoMoney e Exame. A InfoMoney, inclusive, divulgou uma longa entrevista com Pedro Hering, um dos herdeiros e também das partes da ação que agora tramita na Justiça.
O processo
Na última sexta-feira, 23, deu-se início ao processo junto à comarca de Blumenau. A ação é movida pelos três netos de Eulália Hering: Pedro Hering Bell, Rafaella Hering Bell e Eduardo Teodoro Hering Bell. Eulália foi casada com Max Victor Hering, sendo que ambos já são falecidos.
São réus nessa ação a própria Cia. Hering, Ivo Hering (presidente do conselho da empresa), Klaus Hering (bisneto de Hermann Hering) e Antônio Diomário de Queiroz (bisneto de Hermann Hering).
Segundo a peça judicial, os netos de Eulália acusam Klaus de ter removido a parte da herdeira da companhia em benefício próprio e de Ivo Hering. Isso teria ocorrido por meio de uma série de manobras utilizando a holding Inpasa, que tem dois CNPJs, com a transferência das ações de Eulália para Klaus.
Estas movimentações teriam ocorrido há mais de 20 anos, sendo que a senhora Eulália faleceu ainda em 1994. Os agora adultos herdeiros da Hering afirmam que seus tios os pressionaram a assinar uma série de papéis neste período, sem a companhia de um advogado, o que teria chancelado a movimentação considerada atualmente por eles como fraudulenta.
Segundo informações dos próprios autores da ação, Eulália era detentora de aproximadamente 10% da holding Inpasa.
A empresa também é processada porque, segundo acusam os autores, todas as movimentações eram de conhecimento da direção e dos conselheiros da época.