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Procura por drones cresce em Blumenau, mas muitos ainda estão irregulares

Em Blumenau, vendas para amadores são as que mais movimento o setor

Eles ganharam popularidade e vão desde brinquedos leves até estruturas pesadas de uso das Forças de Segurança. Em Blumenau, a venda de drones cresce significativamente, mas a utilização, na maioria dos casos, pode ser considerada irregular, já que muitos não seguem as regras estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De acordo com a Agência, o número de cadastros feitos em Santa Catarina para registro dos equipamentos saltou de 1.354 em dezembro de 2017 para 2.956 no mesmo mês de 2018, um crescimento de 118%. Em julho deste ano foram 3.651 solicitações.

São pessoas, empresas ou instituições que seguem as normas nacionais e, após o cadastro, conseguem as licenças e habilitações necessárias para pilotar os objetos. Para Vilmar Giovanella Júnior, sócio da Alpha Drones, empresa que vende, conserta e ensina a controlar a tecnologia, a quantidade de usuários é muito maior. Somente em Blumenau, no último ano, ele conta ter vendido mais de 1,5 mil drones.

“Por desconhecimento as pessoas acabam comprando o equipamento sem ter qualquer documentação. A maioria não pede autorização para voar. Se não pedir vai voar? Vai, sem problema algum. Vai ter problema se alguém achar ruim a presença do drone, chamar a fiscalização e a polícia pedir os documentos”, alerta.

Apesar das regras, não há punição prevista (além de uma possível retenção do objeto) para quem não possuir a carteira de piloto.

Limites

O proprietário da Seuhobby Modelismo, Evandro Luiz Depiné, explica que a marca mais procurada, a DJI, limita espaços onde os drones não podem chegar, como aeroportos e portos.

Os modelos profissionais, que passam dos 120 metros de altura, são considerados aeronaves não tripuladas. Estes, que são os mais procurados do mercado, necessitam de autorizações e seguro, para o caso de acidentes.

Para evitar tragédias ou quedas, algumas instruções são dadas por Depiné, Júnior e a cartilha de recomendação da Anac. Uma das principais é evitar fazer com que o objeto sobrevoe as pessoas.

“Eu já vi vídeo feito dentro de igreja durante uma missa! O drone sofre interferência magnética. Imagine em um lugar fechado, com caixas de som… se ele sofrer interferência para de funcionar e despenca em cima das pessoas. Além de machucar pelo peso, a bateria pode explodir com muita facilidade”, explica Júnior.

Confira quatro dicas de segurança para o manuseio de drones:

1. Jamais deixe o drone voar sobre pessoas

2. Não transporte nada em cima do objeto

3. Pratique em uma área remota até ter total domínio do aparelho.

4. Certifique-se que o gps está ligado (luzes verdes nos modelos DJI). Só assim ele voltará exatamente de onde partiu.

Futuro

“O drone veio para ficar. Estados Unidos e Europa já trabalham com experiências de entregas com drone. Antes policiais e bombeiros, por exemplo, para averiguar algo, tinham de deslocar viaturas. Agora o drone faz isso por eles”, conta Depiné.

Júnior já montou equipamentos que seriam utilizados em obras, para lavar telhados e auxiliar na vigilância de condomínios. A complexidade varia tanto quanto o preço. Se os de brinquedo podem ser encontrados por menos de R$ 500, os mais profissionais conseguem chegar a R$ 200 mil.

“Os mais vendidos, da marca DJI, custam mais ou menos R$ 1.900, mas tem muitos que chegam a R$ 12 mil. Daí para cima são os corporativos, normalmente adquiridos pelas instituições de segurança pública. O céu é o limite”, brinca Júnior.

Sobre a qualidade, os proprietários garantem que é difícil os equipamentos apresentarem problemas. A maioria das falhas são humanas. Na loja de Depiné, que é especializada em assistência técnica da DJI, a maioria dos defeitos apresentados são por erros de uso.

“Aqui, 90% dos drones que vêm quebrados é por queda. A pessoa não sabe mexer no sistema que programa para retornar e ele acaba caindo”, complementa Júnior.

Os que gostam da tecnologia podem fazer treinamentos especializados para dominá-la. O desejo de instrutores é que os cursos se tornem obrigatórios em um futuro próximo, para evitar acidentes e voos irregulares.