Professor de Gaspar sofre ameaça de pai por ser de religião de matriz africana, denuncia sindicato
Ele ministra aulas de ensino religioso
O professor Jobson Mascarenhas, da escola estadual Ivo D’Aquino, em Gaspar, sofreu ameaças do pai de um aluno por ser adepto do candomblé, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC).
O sindicato afirma que o profissional teria sido alvo de comentários pejorativos por usar roupas brancas, ligadas à religião de matriz africana.
O Sinte afirma que acionará o Ministério Público e, na próxima quarta-feira, 30, o secretário de igualdade racial do sindicato, Márcio de Souza, estará em Gaspar para prestar apoio ao professor e cobrar medidas da Coordenadoria Regional de Educação.
Nas redes sociais, por meio de nota, a instituição lamentou o fato. “Não aceitamos ataques contra os professores. Seguimos vigilantes e exigindo respeito a todos e no combate severo ao preconceito”, diz o texto.
Jobson é professor de ensino religioso, formado em ciências da religião pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) e atua como em caráter temporário na rede estadual, lecionando em Gaspar e Blumenau.
Ele afirma que foi acusado de estar “doutrinando” os alunos para a religião candomblé. “Não procede. Minha manifestação religiosa não é proselitista. Não saio entregando papel e nem convido ninguém para o meu terreiro”, ressalta.
Após o episódio, ele explica que a sua crença tem sido alvo de alguns pais de alunos da escola. Por isso, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, além de acionar o Sinte.
De acordo com ele, neste caso mais recente, o pai que o ameaçou diz ter influência política na cidade e utilizará disso para tira-lo da rede estadual de ensino.
O professor também formalizou uma pedido de reunião ao conselho deliberativo do colégio. Segundo ele, é para que a escola faça um posicionamento sobre a situação.