Protesto de estudantes da Uniasselvi por colação presencial se espalha por toda região

Alunos organizaram abaixo-assinado e campanha para angariar apoiadores

A manifestação dos estudantes da Uniasselvi Blumenau pelo retorno das colações de grau presenciais se estendeu para as unidades da região. Formandos de 16 cursos de Indaial, Gaspar, Timbó, Brusque e Guaramirim já entraram no protesto.

Um abaixo-assinado foi organizado e, desde sexta-feira, 25, já acumulou mais de 2,5 mil assinaturas. O objetivo é levar o documento à reitoria da instituição e cobrar um posicionamento quanto ao retorno das formaturas tradicionais.

“Não é só uma festa, é a realização de um sonho. Muitos são os primeiros graduandos da família. É uma realização para todos. Alguns vieram me contar com lágimas nos olhos que foram questionados se tinham mesmo se formado, já que não tinham fotos com a beca”, conta Daniela Cunha, articuladora do documento.

Aos 35, ela se graduou em Pedagogia no ano passado. Por ser sua segunda formação, ela já teve seu momento com a beca e o canudo na outra graduação, mas luta pelo direito dela e dos colegas. O principal questionamento é pelo fato de as demais instituições já terem retomado o evento com as medidas restritivas necessárias.

“No início da pandemia super entendemos. Mas agora não é mais justo. Desde o primeiro dia de aula você via aqueles cartazes espalhados na faculdade dizendo ‘logo será sua vez’ e agora arrancaram isso da gente”, desabafa.

Estudantes do curso de Pedagogia se organizaram para publicar o relato de alguns alunos afetados pela decisão da Uniasselvi. A campanha chamada “esse abaixo-assinado tem história” está sendo compartilhada no Instagram:

“Queremos um posicionamento”

Para um dos organizadores do movimento, Jean Ferrari, a posição atual da Uniasselvi abre o questionamento para se um dia a instituição voltará a realizar colações de grau presenciais. Para o estudante de Psicologia, há uma possibilidade de o evento nunca ser retomado.

“Já faz um tempo que alguns alunos estão sofrendo com algumas alterações que são feitas sem consultar os alunos, como demissão de professores e mudança de disciplinas. Tudo pautado pela legislação, mas sem ouvir o cliente deles”, alega.

Com o contrato com a empresa de eventos rompido, a preocupação é que uma nova contratação não seja feita no futuro e a instituição abra mão das colações de grau presenciais efetivamente.

“Quando começou a pandemia a posição foi extremamente sensata. Mas as últimas notas estão nos dando a entender que o objetivo não é retornar. Assim como já oficializaram que não será feito para quem já se formou. Quando questionamos, eles não negam”, explica.

Posicionamento da instituição

Na tarde desta segunda-feira, 27, a instituição entrou em contato com Jean para abrir um diálogo e entender o movimento. Em resposta à reportagem, a Uniasselvi reforçou a nota enviada na sexta-feira:

A UNIASSELVI está acompanhando atentamente o movimento de vacinação em todos os municípios do Brasil onde tem atuação. Portanto, coerente com as recomendações das autoridades sanitárias e os decretos governamentais vigentes, a UNIASSELVI suspendeu temporariamente as festividades (eventos) de colação e adotou o modelo por Ato Oficial da Instituição, ou seja, entrega do certificado de conclusão de curso, conforme regras do Ministério da Educação. Todos os alunos foram informados previamente (em anexo).

A volta de qualquer atividade presencial ocorrerá ao passo que toda a comunidade acadêmica esteja imunizada. Para a UNIASSELVI a plena segurança sanitária da nossa comunidade será item definidor para o retorno às atividades presenciais.


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