Com o distanciamento social imposto pela pandemia, muitas atividades foram transferidas para o digital e, nessa relação, é preciso haver cautela com o tempo gasto na rede com as relações construídas em frente às telas. Se há profissionais que podem abordar essas questões com propriedade são os psicólogos, que nesta quinta-feira, 27, comemoram o Dia do Psicólogo em todo o país.
Se antes eles chamavam atenção dos pacientes para o uso moderado das plataformas digitais, hoje, passaram também a estar mais conectados nas redes para dar sequência às suas atividades e acompanhamentos terapêuticos. O que não mudou foi a defesa de espaços de convivência mais saudáveis também na internet.
Essa é uma das principais filosofias do Arvorar Desenvolvimento Humano que há cinco anos desenvolve ambientes de construção de amizades, crescimento pessoal e afetos entre adolescentes, jovens e adultos. Com a pandemia, as atividades presenciais foram adaptadas para o contexto virtual, sem perder a essência principal: o contato humano saudável e enriquecedor.
“O que nos motivou a criar o Arvorar foi o fato de que vivíamos em um mundo tão virtualizado, onde as relações se davam basicamente pela internet. O contato humano estava se perdendo. Então, o Arvorar foi pensado para suprir um pouco isso. E aí veio a pandemia e tivemos que nos reinventar, justamente no campo virtual”, explica o psicólogo Eduardo Santos, um dos criadores do projeto.
Atividades de autoconhecimento, fortalecimento da autoestima e desenvolvimento de habilidades de socialização fazem parte do programa. Agora, tudo foi adaptado para o ambiente virtual, para mostrar aos adolescentes como encontrar caminhos saudáveis na internet para, posteriormente, colocar em prática quando a interação física for mais segura. “Nossa intenção é a formação de vínculos mais saudáveis e produtivos. É um espaço para fortalecer os laços de amizades”, conclui o psicólogo.
Cartilhas de bem-estar
A Liga Acadêmica de Terapia Cognitivo-Comportamental (LATCC), grupo de extensão formado por alunos e professores de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), por exemplo, desde o início da pandemia transferiu suas atividades para as redes digitais.
Além de eventos on–line, o grupo tem produzido cartilhas sobre saúde mental na pandemia, abordando temas como ansiedade, convivência entre pais, avós e filhos e empatia. “O conhecimento tem que ser abrangente, atingir o máximo possível de pessoas. Por isso, as cartilhas são gratuitas e têm linguagem simples, apesar de haver uma construção teórica por trás”, explicou a psicóloga e professora de Psicologia da Uerj Angela Donato Oliva, em entrevista ao site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).