PT vaza áudio de Luciano Hang sugerindo demissão de professores; empresário rebate

Propaganda de Décio Lima foi ao ar neste sábado

A campanha do candidato Décio Lima (PT) utilizou em seu programa eleitoral neste sábado, 22, áudios de uma reunião realizada em 2018 entre o Secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, e empresários catarinenses.

Os áudios divulgados pela campanha petista mostram um diálogo entre o empresário brusquense Luciano Hang, que apoia o adversário de Décio, Jorginho Mello (PL), e o secretário Paulo Eli.

No áudio, a voz atribuída a Paulo Eli menciona o pagamento do salário dos professores.

“Eu tenho que pagar o salário dos professores. Eu estou na iminência de atrasar salário”, diz.

Por sua vez, Luciano Hang rebate: “Atrasa o salário. Atrasa o salário. Paulo, vai me desculpar, atrasa o salário, demita”.

O secretário responde: “Não. Eu quero o imposto das lojas”.

O empresário brusquense diz, então: “Vocês estão pensando só no imposto de vocês para pagar o diabo dos professor [sic]. Demite a metade!”.

A propaganda com o diálogo repercutiu nacionalmente. Por meio de nota para a reportagem do jornal O Tempo, a Secretaria da Fazenda informou que o titular da pasta se reuniu em 2018 com empresários catarinenses, para tratar de questões tributárias.

“Especificamente em abril 2018, foi realizado um encontro entre o secretário da SEF/SC, Paulo Eli, e empresários do setor têxtil catarinense, para debater a Medida Provisória (MP) 220/2018, cujo texto abordava a redução de alíquota de ICMS entre contribuintes no estado, de 17% para 12%.”

Luciano Hang se manifesta

Em nota encaminhada à imprensa na manhã deste domingo, 23, o empresário Luciano Hang se manifestou sobre o teor da propaganda de Décio Lima.

A nota diz que Hang teve conhecimento na sexta-feira, 21, de alguns áudios que foram vazados fora de contexto de uma reunião ocorrida em 2018, juntamente com o secretário da Fazenda do Estado de Santa Catarina, Paulo Eli.

O empresário diz que o encontro ocorreu em abril de 2018, quando alguns empresários da indústria têxtil se reuniram com o secretário para informar que não aceitavam aumento de 5% que o estado queria colocar sobre a alíquota do setor.

“O estado alegava que precisava de dinheiro para pagar salários, mas batemos o pé e, por fim, não aumentaram o imposto como também não atrasaram salários de ninguém. Depois, também perderam na Assembleia Legislativa. O que eles queriam, na realidade, eram argumentos para que a indústria têxtil aceitasse o aumento de 5%”, explica Hang.

Na nota, Hang lembra que a indústria têxtil de Santa Catarina é a maior do Brasil, justamente por ter o imposto mais barato, tornando o setor o mais competitivo a nível nacional, gerando mais de 200 mil empregos diretos no estado.

“Para se ter uma noção, só Brusque, hoje, tinge mais de 50 milhões de quilos de malha por mês. Santa Catarina é o maior produtor de cama, mesa e banho, de malha e toalhas do Brasil, além de fornecer toda a confecção para os grandes magazines do país. Com o aumento de 5%, nosso estado seria o mais caro do que todos os outros”, diz.

Por fim, Hang lamenta que tenham vazado “apenas uma parte da reunião, tirando de contexto tudo o que foi tratado naquela ocasião”.

“Deveriam ter divulgado a reunião toda, pois daí entenderiam a discussão que tivemos para não deixar aumentar alíquota da indústria têxtil. Eu, como comerciante, posso comprar de qualquer estado ou lugar do mundo, mas, naquele dia, estava lá como catarinense, lutando pelos empregos da nossa população. Quando aumenta carga tributária nos estados, os investimentos vão para outros lugares e não é isso que queremos que aconteça em Santa Catarina”, afirma.

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