Queda do dólar: entenda o impacto para o empresariado e população de Blumenau

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Empresários de Blumenau e Vale do Itajaí têm acompanhado de perto as recentes oscilações no mercado cambial, em especial a queda do dólar em relação ao real.

Essa tendência tem gerado reflexos distintos para a economia da região, aponta o Núcleo de Relações Internacionais da Associação Empresarial de Blumenau (Acib).

Nesta semana, o dólar comercial chegou a ser cotado em R$ 4,77. Cifra que representa uma queda de 5,87% no mês de junho e de 9,53% ao longo de 2023.

Na avaliação do coordenador do Núcleo de Relações Internacionais da Acib, Damian Riccetto, essa queda pode ser analisada sob duas perspectivas na região: positiva para os importadores e negativa para os exportadores.

Segundo ele, para os importadores, como as grandes indústrias, muitas das matérias-primas utilizadas são importadas, e a valorização do real frente ao dólar faz os custos diminuírem e a capacidade de negociação ser fortalecida.

No caso dos exportadores, como o setor agrícola, por exemplo, a situação é contrária. Por serem produtos cotados em dólar, qualquer valorização da moeda estrangeira acaba afetando negativamente a competitividade desses empresários.

Nas prateleiras

Para a população em geral, os reflexos da queda do dólar são muito mais favoráveis, mas podem não ser tão instantâneos, avalia o economista e coordenador do curso de Economia da Furb, Bruno Thiago Tomio, que também é e coordenador de Relações Internacionais da universidade.

Segundo ele, o consumidor final geralmente é o último a sentir no bolso os benefícios da valorização do real.

“O que importa para o consumidor são os preços nas prateleiras. Mas é preciso entender que toda parte de comércio exterior atua com contratos de médio e longo prazo, ou seja, que não se reajustam na hora. Importações normalmente demoram para chegar, então, a mudança cambial não tem esse impacto instantâneo, porque o produto que chega nos comércios hoje foi comprado há bastante tempo e com o dólar em outro valor, que nesse caso seria mais caro”, explica.

Como exemplo na questão de itens alimentícios, Tomio cita o trigo, que é muito consumido pela população e grande parte do produto é importado. “O correto seria ver uma redução no preço dos produtos que utilizam esse item, mas nem sempre aparecem, principalmente em curto prazo. Agora se essa queda permanecer num longo prazo, certamente terá reflexos”.

O economista finaliza chamando atenção para outro detalhe: a influência do empresário, que é quem define se vai repassar ou não a redução dos preços ao consumidor final.

“Podemos pegar o exemplo do preço do combustível, que está atrelado ao dólar, mas não tem um impacto tão grande e rápido nas bombas, isso porque, grande parte do empresariado não repassa ao consumidor, ou seja, acaba absorvendo essa margem de lucro para si”.


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