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Quem era Marquinhos, catador que teve corpo abandonado por cinco horas em rua de Blumenau

Sobrinha de Marcos Kostetzer Bernardes alega que nem o Samu nem o IML atestaram a morte do tio

A família de Marcos Kostetzer Bernardes, de 40 anos, morador de rua que morreu nesta quarta-feira, 3, confirmou que a causa da morte do homem foi infarto. A informação foi anunciada pela irmã de Marcos, Vivian Glades Bernardes.

Segundo a sobrinha de Marcos, Karina Bernardes do Nascimento, o tio era querido pela família. “Ele era um cara maravilhoso. Era amado por todos. Ele ajudou a construir a minha casa, não tinha o que reclamar dele”, conta Karina.

Marcos trabalhava em uma estamparia até meados de 2020, quando decidiu sair para trabalhar como catador. Nesse período, ele também foi morar na rua. Segundo Vivian, a família até tentou convencê-lo a voltar para casa, mas respeitou a decisão do irmão.

Karina também conta que em algumas ocasiões ele ia até a casa dela, onde tomava banho e fazia a barba. Contudo, ia embora de madrugada e voltava para a rua.

Marcos deixa pai, mãe, seis irmãos e seis sobrinhos. Ele não tinha filhos.

Família está revoltada com demora para remoção do corpo

Na tarde desta quarta-feira, 3, Marcos estava passando pela Rua José Reuter com seu carrinho para catar os materiais recicláveis. Populares teriam visto ele cair uma vez, mas o catador se levantou. Na sequência, ele caiu uma segunda vez, mas não se levantou mais.

O Samu chegou a ser acionado com o Instituto Médico Legal (IML), mas o corpo dele não foi removido. Segundo a sobrinha de Marcos, Karina Bernardes, o SAMU não atestou a morte do homem, tampouco o IML. Pela legislação, a responsabilidade pela remoção de um corpo, cuja morte foi por causas naturais, é da Central Funerária.

“O sentimento é de revolta e de indignação com o descaso de um ser humano Só pelo fato dele ser um catador de reciclado?”, questiona a irmã de Marcos, Vivian Glades Bernardes.

O cadáver ficou na via por cinco horas, até ser retirado por volta das 19h30. Karina conta que a mãe tentou conseguir um caixão com a Prefeitura de Blumenau, porque a família não teria condições para pagar. Entretanto, se isso acontecesse, Marcos não poderia ter seu corpo velado.

“Resolvemos pagar [por um caixão] porque meu tio não é nenhum animal, embora tenha sido tratado como um”, desabafa Karina.

Marcos Kostetzer Bernardes será velado na Capela Mortuária de Gaspar, onde ele nasceu e cresceu. O corpo deve chegar ao local no fim da tarde de hoje, e o enterro está marcado para as 11h desta sexta-feira, 5.

Prefeitura emitiu nota sobre o caso

Por meio de nota, a Prefeitura de Blumenau garantiu que vai instaurar um procedimento para investigar possíveis responsabilidades no caso. Confira a nota na íntegra:

“A Secretaria de Conservação e Manutenção Urbana – Seurb informa que está realizando os procedimentos para a apuração dos fatos e responsáveis sobre ocorrido na Rua José Reuter, nesta quarta, dia 3.

Também será instaurado processo administrativo para apurar os possíveis responsáveis que serão punidos conforme regimento estatutário dos servidores públicos, se for servidor efetivo, e no caso dos cargos em comissão poderá ocorrer exoneração”.


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