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Quem são os DJs de Blumenau que farão uma turnê na Europa

Euro Tour deve ocorrer em abril deste ano

Com um som impactante e energético, visuais e estilo únicos, muita criatividade e brutalidade, Tegron é o duo de DJs de Hard Techno que fará uma turnê internacional de apresentações. Jorge Domingos Júnior e Natan Amboni de Souza, os artistas, vêm se destacando cada vez mais no cenário underground tanto em Blumenau quanto no mundo.

Estima-se que a turnê internacional, Euro Tour, terá 12 datas de shows em abril deste ano. Algumas ainda estão para ser definidas e a previsão indica que, até o fim de março, todas vão ser divulgadas com cada clube que fez a contratação. Até o momento, estão confirmadas oito datas em oito países e clubes diferentes.

Sobre a possibilidade de se apresentarem ao vivo no exterior, afirmam: “A gente já vem trabalhando com isso há praticamente cinco anos e ter esse reconhecimento estrangeiro, como também de mídias de divulgação aqui na cidade, para a gente é um presente incrível”.

“Essa Euro Tour acaba significando muito, tanto para Tegron quanto para toda essa cena que a gente está incluído aqui em Blumenau, que acreditam nesse movimento e sonham em se desempenhar nesse meio. Até porque, às vezes, a gente acaba se sentindo desmotivado pelo fato de estar em um lugar onde ainda não há o reconhecimento que merece. Então, isso tudo é uma grande conquista”, explicam.

Para acompanhar o duo, basta seguir nas redes sociais: Soundcloud, Facebook, Instagram, Youtube, Spotify, TikTok, site da Tegron Clothing e Instagram da Tegron Clothing.

Conheça Tegron

Tegron é um projeto musical formado por dois DJs de Hard Techno, Jorge e Natan. Sobre o surgimento, os artistas contam que “a criação deste projeto parte de uma paixão vinda diretamente das pistas, apresentando uma performance repleta de ruídos, sons inesperados e estruturas obscuras”.

Por mais que pertençam ao mesmo duo e estilo musical, os dois DJs diferem muito em sua forma de tocar. Jorge, por exemplo, é descrito como tendo características excêntricas e marcantes, com a fixação por sons distorcidos, frenéticos, batidas brutais e violentas. Por outro lado, Natan possui alta fixação pelo singular, pela interrupção de batidas altíssimas cheias de força com breaks profundos, imensos e melodias dramáticas.

Tegron/Divulgação

“A junção dessas duas personalidades tão distintas e ao mesmo tempo tão complementares, resultam em uma experiência intensa que promete sensações que variam do mais alto patamar da agressividade sonora até a isenção total de qualquer ruído”, diz.

O duo tem mais de 80 faixas lançadas por gravadoras mundiais e mais de 100 podcasts. Os podcasts são gravações, em torno de uma hora, das apresentações do Tregon, que são solicitadas por selos do mundo inteiro para serem disponibilizadas em outras plataformas digitais. Além disso, o duo também faz gravações em vídeo dos shows em clubes para divulgar o trabalho, podendo serem vistas em seu canal do YouTube.

“Natan e eu temos uma conexão com a música há muito tempo, desde quando nós éramos adolescentes. Inicialmente apenas como entusiastas e amantes do movimento, frequentadores dessa cena e depois decidimos montar o nosso projeto musical. E, hoje, nós somos DJs e produtores musicais”, conta Jorge.

O duo conta que Tegron recebe reconhecimento há tempo do exterior, devido ao Hard Techno ser muito forte em lugares como a Rússia, Berlim, Paris, Bélgica e, em geral, países da Europa. Porém, o reconhecimento era de forma digital com o lançamento das faixas por grandes gravadoras. Contudo, em novembro de 2023, foram agenciados por uma empresa de Lisboa, Riktus Agency, que abriu as portas para os clubes internacionais entrarem em contato.

Probia Project/Divulgação

Além da música

Os artistas também possuem uma marca de moda intitulada Tegron Clothing. A marca traz consigo individualidade, criatividade e intensidade e, de acordo com os criadores, as roupas têm suas características fielmente definidas pela música. “Brutalidade, agressividade e intensidade, são características de todas as coleções”, contam.

“Sendo fiel a toda a proposta imposta por suas sonoridades, a marca trabalha dentro do mesmo viés, trazendo consigo estampas altamente carregadas, poluídas e repletas de elementos brutais com conceitos ainda mais profundos”, explicam.

“A utilização de texturas industriais das mais diversas origens como base de um conceito forte, já pré-estabelecido, tem o intuito de possibilitar uma comunicação direta e objetiva, fazendo com que todo o indivíduo que a utilize, carregue consigo uma linguagem muito clara”, finalizam.

Além disso, Jorge e Natan também dão aulas para pessoas que têm interesse em aprender a tocar esse estilo e se tornar um artista de Hard Techno. Há oito projetos desenvolvidos: NATLASSS; MDXDJ; AZIZZA; NIRRA; AMATERASU; KARTHALA; SANTAJHON; VNTONIA.

Saiba sobre o Phobia Project

Para mostrar que o underground está em todo o lugar, o núcleo artístico independente Phobia Project está há quase cinco anos na cidade fazendo shows, reunindo pessoas e disseminando arte. Os vídeos gravados das apresentações, publicados no YouTube, deixam claro que simbolizam uma experiência única, indo além de uma festa.

Composto por Jorge Domingos Júnior, Natan Amboni de Souza e Natasia Vieira, o Phobia Project é uma referência em todo o Brasil e também no exterior por conta do seu estilo. “É uma festa altamente inclusiva, uma festa voltada para o público de Hard Techno e que tem uma série de peculiaridades”, explica o artista.

Phobia Project/Divulgação

Indo muito além de uma festa somente com música, o Phobia apresenta uma gama variada de artistas visuais que tem a oportunidade de expor a sua arte nas apresentações. Variando entre performers, artistas de live painting, artistas plásticos, entre outros, o evento prova ser uma experiência singular e intensa.

“O intuito é conseguir transformar esse movimento e cena em uma forma altamente artística, mas de maneira horizontal. Não dando maior valor para um segmento artístico ou para o outro, mas sim incluindo todas as artes de divulgação, e toda a forma de divulgação é igualitária. Então, todos os artistas são anunciados da mesma forma com o intuito de que tenham todo o seu espaço e toda a sua audiência”, elucidam.

Provando a sua importância, o Phobia Project é altamente inclusivo para todos os públicos. Há listas de acesso grátis para pessoas transsexuais, drag queens, não binários e PCDs. Além de uma lista de valor único, inferior ao primeiro lote, para pessoas pretas. 

“O intuito é fazer a inclusão de todas as pessoas no nosso movimento, na nossa cena, fazendo com que sonhem ainda mais plural e tentando reparar toda a dificuldade que essas pessoas têm na sociedade, muitas vezes, de frequentar espaços sociais e eventos”, reiteram os organizadores.

Phobia Project/Divulgação

Cena Underground em Blumenau

Segundo os organizadores do Phobia Project, mesmo sendo de difícil planejamento e que exista alguns obstáculos devido à cena underground local, é um evento fundamental. “A gente sente toda a necessidade e a importância de um movimento assim acontecer aqui”, confirmam.

De acordo com as informações dos integrantes, o maior público que o Phobia já alcançou foi de cerca de 140 a 150 pessoas em só uma edição, em que uma DJ austríaca participou da apresentação.

“Por mais que seja uma cidade menor, a gente nota que as pessoas aqui têm muito acesso à informação e ao que acontece fora daqui. Mas quando isso acontece aqui dentro da cidade, a gente acaba não tendo tanta adesão por um certo receio das pessoas ou, muitas vezes, por elas estarem presas a movimentos mais comerciais”, clarificam.

Para acompanhar o Phobia Project, basta acessar as redes sociais: Instagram, YouTube e Soundcloud.

O que é o Inferno Techno Bar?

Natasia Vieira, integrante do Phobia, também é idealizadora e proprietária de um bar no mesmo estilo. O Inferno Techno Bar fica localizado na rua XV de Novembro, 930, no Centro de Blumenau. Com uma ideia artística muito marcante e uma arte extrema, o lugar busca trazer inclusão, arte, reflexão, interação e estética.

Inferno Techno Bar/Divulgação

“A Natasia abriu esse bar totalmente voltado para essa cena. Então, há um outro braço para todo esse movimento que está conseguindo atingir as pessoas, disseminar a arte e tudo mais. Ele tem praticamente as mesmas diretrizes do Phobia Project com relação à arte, cultura, comportamento e vários outros elementos”, contam.

O Inferno Technobar abre de uma a duas vezes na semana, para conhecer o bar e não perder nenhum evento, basta seguir o seu Instagram.

Como tudo começou para os DJs

O casal Jorge Domingos Júnior e Natan Amboni de Souza tem uma longa jornada juntos, especialmente na música, e contam que, desde muito cedo, foram “apaixonados pelo experimentalismo em sua total amplitude”. Ambos passaram por diferentes estilos musicais até se encontrarem no Hard Techno e se tornarem artistas do estilo musical.

Eles contam que, inicialmente, o gênero musical favorito eram as vertentes mais extremas do rock, como hardcore, heavy metal, grindcore, entre outras. Porém, explicam que, no fim das contas, não se sentiam pertencentes ou inclusos na cena.

“Como a gente namora há 15 anos, desde os 18 anos, principalmente naquela época, sentíamos uma resistência muito grande por várias coisas, desde pelo nosso estilo visual, como pelo fato de ser um casal homossexual, por várias coisas. A gente, muitas vezes, não se sentia incluído”, Jorge elabora.

Sobre o Hard Techno e pertencimento

Mais tarde, tiveram o primeiro contato com a música eletrônica, na qual se identificaram um pouco mais. “E quando nós conhecemos o Techno, a gente ficou extremamente apaixonado, principalmente por toda a inclusão que ele tem, a questão de igualdade em tudo”, afirmam. Por isso, ingressaram na cena e começaram a conhecer cada etapa intensamente até fazerem parte do movimento por completo.

Tegron/Divulgação

“Desde a questão visual até questões de estilo, porque dentro do Techno existem vários estilos e todos são complementares e acabam se comportando de uma forma unida. E isso acabou atraindo muito a gente. A questão de ter um público mais plural fez a gente se sentir muito em casa nesse estilo, nós fomos literalmente abraçados por ele”, completam.

Após iniciarem os estudos sobre como tocar e produzir nesse estilo, surgiu o Phobia Project em Blumenau, em conjunto com Natasia Vieira, na intenção de disseminar o estilo e de criar um evento que reunisse as pessoas desta cena. Dois anos depois que Natan e Jorge começaram a produzir esse estilo de música, a produção de faixas, álbuns e lançamentos hoje faz parte do trabalho do duo de artistas.

“Nós sempre gostamos de um som mais forte, mais agressivo, mais extremo. E quando nós encontramos esse som dentro do eletrônico, para a gente, foi literalmente a mesma coisa que encontrar uma alma gêmea, nos identificamos demais”, completam.

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