Raul Misturada lança álbum com seis músicas do blumenauense Gregory Haertel
Outro artista local presente na obra do cantor recifense é o guitarrista Mazin Silva
O cantor e compositor recifense Raul Misturada lançou neste mês o disco Equilibradamente Insano, em plataformas digitais. São 11 faixas, gravadas de março de 2016 a maio de 2017. Seis têm letras de Gregory Haertel, médico, escritor e compositor blumenauense. O álbum ainda tem participações especiais de Tête Espíndola e Rhaissa Bittar.
Com sete discos, mais de 30 prêmios acumulados em festivais da canção por todo país, Raul Misturada tem uma relação próxima com Blumenau. Morou na cidade entre 2007 e 2010, depois mudou-se para Itajaí, onde ficou até 2012. Outro artista local bastante presente em sua obra é o guitarrista Mazin Silva.
O disco completo, com selo da aclamada Cafezinho Edições, já está disponível para o público em plataformas como Spotify, Deezer, iTunes e Google Play, para ouvir e baixar, e no canal do cantor. Recentemente em Santa Catarina, o músico concedeu a seguinte entrevista:
Como surgiu o Equilibradamente Insano?
O álbum surgiu da necessidade de me comunicar melhor musicalmente, eu percebi que precisava dar uma guinada no texto das canções e na embalagem que veste minha obra. Nisso, comecei uma parceria com o letrista Gregory Haertel, que conseguiu traduzir a minha intenção de forma cirúrgica, uma precisão sem igual conectado com meu pensamento. Quando acertamos a receita, essas canções me levaram para todo o país, e, em específico, as canções “Equilibradamente insano” e “Cartilha” foram responsáveis por minha mudança para São Paulo.
Quanto tempo você morou em Blumenau?
Morei em Blumenau de 2007 a 2010, depois em Itajaí de 2010 a 2012. Tenho muitas referências musicais em Blumenau. Aprendi muito com os meus primeiros amigos e parceiros, com quem dividi palcos e gravações: Jackson Carlos, Leco Santos, Caio Fernando, Oscar da Silva, JP Batera, Everton Fonseca. Em especial, Mazin Silva, músico que me ensinou muito, temos dois discos em parceria, “Quântico”, 2012, e “Lumina”, 2014. Ter dividido a autoria de dois discos com um grande mestre, que estava anos-luz (tecnicamente) à minha frente, me fez correr atrás de muitos quesitos musicais. Mazin participou do meu novo disco e estamos trabalhando juntos sempre.
Como você vê a música popular brasileira nos tempos atuais?
Eu vejo a música brasileira caminhando para o além-mar, tem muita coisa boa rolando… Os músicos vistos como referência, feito Caetano e Gil, estão se tornando músicos pertencentes a uma época. E o que eu e meus contemporâneos fazemos está deixando de ser vanguarda e se tornando a nova tradição. A música tem sido ouvida de outra forma e o momento agora é de quem tem uma bandeira a ser levantada. Minhas principais referências são Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Frank Zappa e os cantadores de feira de Pernambuco. Me influencio também pelos meus parceiros de caminhada, como Paulo Monarco, Demétrius Lulo, Cesar Lacerda e Duofel.
O disco físico vai sair quando?
Vai rolar em janeiro de 2018. O disco vai ter uma edição especial com encarte comestível. O centro-eixo do álbum se refere à desintegração, então acho importante provocar a situação de que as informações estão se perdendo. A ideia vai ser a interação com o público comendo meu encarte no Instagram. Vai ser criada a hashtag #comaraulmisturadacom. Acho que vai ser bem divertido!