Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - raulsartori@omunicipio.com.br

Desencanto de jovens com a política em SC é explicito e alistamento eleitoral é baixo

Desencanto dos jovens
Nas autoridades eleitorais catarinenses há uma percepção de que é preciso ir além das campanhas – como visitar as escolas secundárias por exemplo, como está acontecendo – para animar os jovens abaixo de 18 anos a fazer seu título de eleitor e votar em 2022.

O desencanto é explícito. Exemplos da indiferença estão em todo o estado, com destaque para Chapecó, o principal colégio eleitoral do Oeste, que tem 152 mil eleitores e apenas 515 deles menores de 18 anos.

Não longe dali, em São Miguel do Oeste, só 84 dos seus 31 mil eleitores tem idade entre 16 e 17 anos. O juiz do TER-SC, Marcelo Pons Meirelles, acredita que só a partir do alistamento eleitoral é que os jovens podem criar motivação e se engajar na política. É, pode ser.

Mas há o fato incontestável de a classe política não servir de exemplo, referência. Muito pelo contrário. Mas o voto – e o que fazer melhor com ele – é a principal arma, sem dúvida nenhuma.

Eficiência sob julgamento
Qual patrão ou chefe não gosta daquele funcionário que, além de sua função, acumula atividades mais complexas e de maior responsabilidade? Pois isso merece um reflexo depois do inusitado julgamento de um caso pelo Tribunal Regional do Trabalho de SC, no qual entendeu que tal dedicação, a princípio, é desvio de função.

A ré foi uma universidade particular que terá que pagar R$ 30 mil em diferenças salariais a uma técnica de ensino que ao longo de dois anos exerceu atividades de supervisão, que iam além da que quando ingressou no serviço, como auxiliar administrativa. Não cabe recurso.

Elefante branco?
Diante do perigo iminente do Centro de Eventos de Balneário Camboriú virar o mais novo elefante branco de SC, há encaminhamentos para evitar tal sina. O nó está no Tribunal de Contas do Estado, cuja concessão, que se arrasta desde 2019, tem deixado em pandarecos os nervos da classe política e empresarial da cidade.

Campanha antecipada
Dentre outras Brasil afora, as duas motociatas que Bolsonaro fez em SC, não tanto pela despesa pública envolvida mas sim por suspeita de que possam ter sido “atos antecipados de campanha eleitoral”, fazem parte do aprofundamento do inquérito administrativo aberto no Tribunal Superior Eleitoral, por decisão de seu corregedor-geral, ministro Luís Felipe Salomão. Hum…

Sem força
Forças poderosas interviram, tanto em Brasília como em SC, sem efeito positivo. Findou o prazo legal para que o ex-governador Eduardo Pinho Moreira assumisse vaga de diretor, que cabe ao estado, junto ao comando da Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE), e nada. Era o nome do governador Carlos Moisés. Há um silêncio ensurdecedor nos bastidores.

Parada inclusiva
O deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) festeja a aprovação de projeto seu na Comissão de Viação e Transportes da Câmara que prevê o desembarque de mulheres, idosos e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida fora do ponto de ônibus, à noite e de madrugada, entre 20 e 5 horas da manhã, sempre respeitando o trajeto da linha.

Veneno mortal
É uma alegria, aqui, registrar que SC é a primeira unidade da federação a restringir, desde setembro, o uso de fipronil, agrotóxico identificado como causador da mortandade de abelhas. Não se pode mais aplica-lo sobre as folhas em cultivos catarinenses. Um dos estudos feitos apontou que o produto utilizado em plantações de soja foi o causador de morte do impressionante número de 50 milhões de abelhas no Planalto Norte em 2019. As abelhas são responsáveis pela polinização de 85% das plantas de importância para a alimentação humana.

Outubro triste
Mais uma informação que empana o Outubro Rosa, a linda campanha nacional de prevenção ao câncer de mama: a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC), autora de projeto que se transformou na lei federal 13.896/2019, que assegura a pacientes do SUS com suspeita de câncer o direito à realização de exames no prazo máximo de 30 dias, está triste. Foi uma lei bem vinda, se até agora não tivesse saído do papel. O governo não a cumpre.

Salvaro, o intrépido
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, consegue se manter seguidamente na mídia por conta de sua forte personalidade, sem medir as consequências, na maioria dos casos, como a forma isolada e sem parâmetro técnico de seu decreto dispensando o uso de máscaras e assim bater de frente com um decreto estadual e uma lei federal. Em poucas horas o MP-SC ingressou com ação civil pública visando suspender seus efeitos. Outros prefeitos já estavam um tanto animados e planejavam tomar medida idêntica.

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