Recorde de Contratações

As contratações do Minha Casa Minha Vida, vem batendo recordes em 2024 e, nesse ritmo, os recursos devem acabar em setembro, segundo Ricardo Cubas, especialista em mercado imobiliário.

O aquecimento do MCMV foi motivado pelos ajustes feitos no programa desde o ano passado, que turbinarão as vendas de imóveis. “A partir do ajuste no teto dos valores do programa para R$ 350 mil, houve um aumento significativo nas contratações. Elas foram de cerca de R$ 5 bilhões por mês para R$ 10 bilhões por mês”, comentou Cubas.

Desde a metade de 2023, houve também aumento do subsídio dado às famílias para aquisição de imóveis (de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil) e corte dos juros em 0,25 ponto porcentual para o financiamento das famílias de menor renda (para o patamar de 4% a 4,25% ao ano).

De acordo com dados do Ministério das Cidades, até meados de junho foram contratados R$ 62 bilhões em financiamentos, o que beneficiou 283 mil famílias. O montante pago em subsídios chegou a R$ 5 bilhões.

O Minha Casa Minha Vida é uma das principais vitrines do governo petista. Grande parte da política habitacional brasileira é custeada pelo FGTS. Ainda mais agora que a Caixa sofre com as dificuldades de ampliar as contratações SBPE por causa da escassez dos recursos da poupança.

Juntos, FGTS e poupança são as duas principais fontes de financiamento da Casa Própria no país, o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

Mais Recursos para o MCMV

Para todo o ano de 2024, o orçamento do FGTS para a Habitação é de R$ 106 bilhões, o equivalente a R$ 26,5 bilhões por trimestre.

Estima-se que serão necessários algo em torno de R$ 25 bilhões para abastecer o programa habitacional neste ano.

“O Minha Casa Minha Vida está com uma demanda tão alta, que se não houver suplementação de recursos, o atual orçamento deve acabar em setembro”, estima Cubas.

Dos R$ 25 bilhões que devem ser propostos pelo o governo, R$ 24 bilhões seriam destinados a financiamento para famílias com renda de até de R$ 8 mil. O restante seria destinado a concessão de subsídios, desconto a fundo a perdido no valor dos contratos do Minha Casa Minha Vida.

Apesar da medida enfrentar resistência de técnicos que assessoram o Conselho Curador do FGTS, a medida deve ser aprovada porque o Governo tem maioria no Conselho.
A verba extra atende a orientação do Palácio do Planalto de quebrar recordes nas contratações de moradia para a classe média, em busca de notícias positivas, em ano de eleições municipais.

Casa em Indaial, SC

Preços dos Imóveis devem subir

Com a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na última quarta-feira (10), associações e representantes do setor imobiliário preveem uma elevação da carga tributária no segmento, o que pode acarretar um aumento do preço da casa própria e do aluguel.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a carga tributária que incide sobre o setor imobiliário varia, atualmente, de 6,4% a 8%.

De acordo com o texto do projeto aprovado na quarta-feira, as operações com imóveis estarão sujeitas à alíquota de 26,5%. Apesar do projeto prever dois redutores — que servem para evitar a cumulatividade, o reflexo final aponta para uma alta na carga tributária do setor imobiliário.

Segundo estimativa, um apartamento vendido por R$ 200 mil teria carga tributária total de 7,9%, em comparação com 6,41% hoje. E no caso imóveis de alto padrão, como um apartamento de R$ 1 milhão, a carga tributária total subiria de 8% para 15,8%.

Conclusão

O mercado imobiliário sempre foi sinônimo de segurança e rentabilidade. Em uma época de incertezas econômicas e instabilidade política isso é ainda mais evidente.

A tendência dos preços dos imóveis é de alta, não só por aumento de custos, mas também pela possibilidade de elevação da carga tributária do setor.

E ainda diante do esgotamento das fontes de recursos para o financiamento imobiliário, nunca foi tão verdadeira a frase do especialista em mercado imobiliário, Ricardo Cubas: “quem esperar para comprar o seu imóvel vai perder dinheiro”.