Quem foi Emil Heinrich Baumgart, criador da Ponte dos Arcos de Indaial e pai do concreto armado no Brasil
CAPA: Ponte “Emilio” Baumgart – Indaial, criação e cálculo do “pai do concreto no Brasil” – Engenheiro Emil Baumgart, cuja família residia na Rua XV de Novembro – Blumenau.
A Ponte dos Arcos – Ponte Emílio Baumgart faz parte da paisagem da cidade de Indaial há muitas décadas, desde a época em que este território era parte do território de Blumenau. Em 2026 este patrimônio sobre o rio Itajaí-Açu estará completando 100 anos e foi inaugurada no mesmo ano da Ponte Hercílio Luz em Florianópolis, sem nunca ter deixado de ser usada para o fluxo de pessoas, ciclistas e de veículos automotivos.
A ponte de Indaial sempre chamou nossa atenção por sua estética, plástica e arrojada técnica construtiva adotada em período histórico tão remoto, no interior do então município de Blumenau. Foi construída na década de 1920, onde mal e mal a arquitetura local e regional adotava a técnica construtiva autoportante. Era usada a técnica construtiva enxaimel rebocada. A Ponte Emílio Baumgart foi construída de concreto. Em 1926? Como isso aconteceu? Os questionamentos nos movem.
Indaial
Indaial – desde a formação do primeiro núcleo urbano até seu desmembramento de Blumenau, sua história tem ligação com a história da Colônia Blumenau e com Blumenau.
Ata da sessão solene de Instalação do Município de Indaial:
“Aos vinte e um dias de março de mil novecentos e trinta e quatro, presentes os srs. Dr. Ivens de Araújo, representante do Exmo. sr. Cel. Interventor Federal no Estado, Erich Kleine, Prefeito provisório deste Município, Cap. Antonio Martins dos Santos, Prefeito provisório de Blumenau, Dr. Oscar Barcellos, Diretor da EFSC Tte. Asteroyde Arantes, Delegado Especial de Política de Blumenau, Jacob Schmitt, Carlos Blaese Sênior, por si e pelos Srs. Rodolfo Vitor Titzmann e João Luiz Berte, Amphiloquio Nunes Pires, por si e pela direção de “O Pharol” de Itajaí, outras pessoas que assinam esta ata, depois de longa oração que expôs as razões que determinaram a criação do Município de Indaial, e empossado o Sr. Erich Kleine no cargo de Prefeito provisório. O Sr. Leopoldo Schramm, prefeito provisório de Gaspar, fez-se representar no ato pelo Sr. Erich Kleine. Nada mais havendo a tratar e nem havendo quem quisesse usar da palavra, foi encerrada a sessão e lavrada a presenta ata que vai por mim escrita e assinada pelas pessoas presentes”.
“Decreto-Estadual n. 526, de 28 de fevereiro de 1934: “O Coronel Aristiliano Ramos, Interventor Federal no Estado de Santa Catarina, no uso das suas atribuições e Considerando que o distrito de Indaial possui população, território e rendas suficientes e desenvolvimento econômico que justificam a sua elevação a município. (Não está de acordo com a verdadeira história)
Considerando que mais se constituindo município, o seu território trabalhado e administrado pelo seu povo laborioso e honesto, maiores possibilidades de progresso e desenvolvimento advirão para o município, pois que as rendas municipais serão aplicadas diretamente em seu benefício decreta:
Art° 1° – Fica elevado à categoria de Município a denominação de Indaial, os distritos de Indaial, Ascurra. (…)
Art° 2° – A Sede do novo Município será o povoado de Indaial que é elevado à categoria de Vila.
Art° 3° – Para sua instalação, é designado o dia 21 de março vindouro.
Art° 4° – Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio do Governo em Florianópolis 28 de fevereiro de 1934. aa Aristiliano Ramos. Plácido Olimpio de Oliveira”.
Com todas as movimentações políticas no que foi o antigo território da Colônia Blumenau mediante ações do Nacionalismo, foi decretado a existência do município de Indaial em 21 de março de 1934, como também de muitos outros municípios, em retaliação aos imigrantes e descendentes de imigrantes, com intuito de enfraquecimento da até então, Colônia Blumenau
De acordo com o IBGE, a colonização de Indaial teve início no ano de 1860 (parte do território da Colônia Blumenau), a partir da chegada de famílias oriundas de Armação, Itajaí, Camboriú e Porto Belo. Seus primeiros habitantes eram os índios carijós.
Isso foi constatado em 1863, quando o Engenheiro Emil Odebrecht subiu o rio Itajaí Açu até a confluência dos rios Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste, constatando e registrando a existência de habitações na barra do Rio Benedito, onde, atualmente está localizada a cidade de Indaial e onde fotografamos a Ponte Emilio Baumgart.
Quando chegaram as primeiras famílias de imigrantes alemães e italianos (entre elas, as famílias de Júlio Stadoli, Wilhelm Schroeder, Augusto Rechberg e outros), elas se fixaram no local em que estavam os primeiros pioneiros oriundos do litoral.
Com a chegada de mais famílias de imigrantes alemães, o núcleo urbano se desenvolveu a partir da cultura destes, e os primeiros foram buscar novas localizações, mudando-se para outras terras ainda não ocupadas.
Em 1886 foi criado o distrito de Indaial – Distrito de Blumenau.
Em 1934 foi instalado o município. Seu nome tem origem na palavra indígena “Indaiá”, que denomina uma espécie de palmeira muito comum na região.
Embora Indaial tenha deixado de integrar o território de Blumenau em 1934, isso não significa que não tenha história e a construção de elementos históricos ainda presentes na paisagem atual, erigidos antes desta data, que muitas vezes não são lembrados. Um exemplo é a Ponte Emílio Baumgart, bem como a figura do autor de seu projeto, o engenheiro Emil Baumgart.
O nome de registro de nascimento do engenheiro que projetou a histórica ponte de Indaial é Emil Heinrich Baumgart, e não Emílio Baumgart, como ficou sendo seu nome “aportuguesado” que se fosse completo, seria, então, Emílio Henrique Baumgart.
O engenheiro Emil Heinrich Baumgart, que chamaremos de Emil Baumgart, nasceu em Blumenau-SC, em 25 de maio de 1889, e faleceu de problemas cardíacos no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1943, com 54 anos. Algumas fontes apontam seu nascimento como sendo 25 de junho de 1889. Seus pais foram o imigrante Carl Gottfried Gustav Baumgart e Mathilde Odebrecht Baumgart – filha do engenheiro Carl Wilhelm Emil Odebrecht ou Emil Odebrecht, e de Bertha Carolina Bichels. Portanto, Emil Baumgart foi neto de um dos principais nomes da história regional, e tudo indica que seu nome – Emil – tenha sido dado em homenagem ao pioneiro que abriu os primeiros caminhos para o interior de Santa Catarina, Emil Odebrecht, seu avô.
A esposa de Emil Baumgart foi Stella Matutina Boechat, com quem se casou em 23 de janeiro de 1915 na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, quatro anos de se formar engenheiro. O casal teve um casal de filhos: Conceição (1915–1916), Eglai (1916–1917), Geraldo Emilio (1918–1942) e Ruth(1920 -).
Emil Baumgart concluiu seus primeiros estudos em 1905, e o primeiro e segundo ano ginasial na cidade gaúcha de São Leopoldo, no Ginásio São Leopoldo. Completou o curso secundário em Florianópolis. Na sua conclusão – no conjunto de matérias, sua nota foi 10, com distinção e louvor.
Aprovado em primeiro lugar no vestibular para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, iniciou o curso de Engenharia Civil. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1911. Passou por dificuldades financeiras, que o fizeram parar os estudos por algum tempo. Para custear seus estudos e seu sustento, lecionou no Ginásio São Bento. Também estagiou e trabalhou, a partir do segundo ano de faculdade, na Construtora L. Riedlinger (precursora da Companhia Construtora Nacional).
Neste local conheceu o concreto armado e tornou-se precursor da nova técnica construtiva adotada pelos modernistas, ao mesmo tempo que o Brasil passou a ser citado como referência internacional nos encontros de Arquitetura. Foi um nome da vanguarda, na construção civil e na arquitetura.
Em 1913, Baumgart assinou alguns de seus primeiros projetos em concreto armado, no Brasil. Entre estes, está a ponte Maurício de Nassau, em Recife.
Em 1919, graduou-se Engenheiro Civil. A partir de 1931 lecionou no curso de Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, ministrando a disciplinas de: Sistemas e Detalhes de Construção, Desenho Técnico, Orçamentos e Especificações.
O professor Baumgart lecionou quando se estudava a estereotomia do ferro, da madeira, os seus diferentes sistemas de construção, esquadrias, estrutura de telhados, estruturas metálicas, concreto armado e suas aplicações, desenho técnico.
Em 1923, Emil Baumgart fundou sua empresa de construção, a qual foi responsável pelo projeto e execução do primeiro edifício do tipo “aranha céu”, na cidade do Rio de Janeiro (já demolido) – Cine Capitólio, na Cinelândia. Projetou a Igreja de Santo Inácio, também no Rio de Janeiro, com uma grande estrutura de arcos, abóbadas e cúpula em concreto armado.
Após dois anos de fundação, sua empresa fechou. Emil Heinrich Baumgart continuou a trabalhar com projetos de estruturas. Em 1925, fundou no Rio de Janeiro – que era a capital do Brasil – a primeira empresa de projetos de estruturas de concreto armado.
Apesar de sua modesta instalação, no início em sua própria residência, logo se tornou conhecido e muito requisitado. Foi nesse tempo que foi chamado para projetar a ponte histórica de Indaial/Blumenau. Baumgart trouxe a técnica do concreto armado da Alemanha. Poucos, muito poucos sabem disso em sua terra natal e região.
Panorama da Construção da Ponte Emilio Baumgart, faltando somente um arco para sua conclusão.
Algumas das imagens anteriores, da sequência foram retiradas deste trabalho.
Emil Baumgart foi pioneiro da técnica construtiva do concreto armado e tornou-se um nome importante na primeira fase da arquitetura modernista brasileira o que lhe valeu o título nacional e até internacional de o Pai do Concreto Armado. O engenheiro Baumgart foi o primeiro brasileiro a participar da transferência de tecnologia do concreto armado da Alemanha para o Brasil. Desenvolveu e aplicou a técnica construtiva usadas na Alemanha em inúmeras obras espalhadas pelo Brasil.
Como professor, durante a formação dos engenheiros arquitetos e mesmo em cursos ministrados a engenheiros, Emil Baumgart era exigente. Fazia seus aprendizes desenhar cansativamente, durante muitos dias, apenas letreiros e títulos dos desenhos, exigindo, nos seus projetos, uniformidade de letra e perfeição na apresentação técnica.
Apesar de criticarem este tipo de treinamento, criou em sua equipe um espírito de ordem e de capricho que foi uma de suas características positivas. Para o engenheiro Sérgio Marques de Souza, um de seus aprendizes, Baumgart foi o criador da escola brasileira de concreto armado – O Pai do Concreto Armado.
“A técnica por ele desenvolvida no projeto e detalhamento das estruturas de concreto armado, com características peculiares às condições brasileiras, modificando e alterando conceitos e critérios dominantes nos anos da década de 20…. constituiu verdadeira elo que só a sua extraordinária sensibilidade estrutural e sua capacidade inventiva poderiam conceber”. Eng. Sérgio Marques de Souza
No escritório Baumgart passaram muitos estudantes, e depois, engenheiros. Muitos dos quais, mais tarde, se tornaram-se referencias nacionais e internacionais quando o assunto era concreto armado, principal técnica construtiva e base da arquitetura modernista. Nomes como os engenheiros: Jermann Marques de Souza, Antônio Alves de Noronha, Fernando Lobo Carneiro e Paulo R. Fragoso.
Foram muitas as novidades de autoria de Baumgart introduzidas no projeto e detalhamento do concreto armado; conforme citado, várias dessas novidades contrariavam as normas técnicas da época, e passaram, posteriormente, a constar nas normas brasileiras. Estas se tornaram, assim, as mais avançadas, mundialmente conhecidas, atraindo nomes como o do arquiteto Hans Broos.
Emil Baumgart foi também o introdutor das vigas e colunas com seção em “L” e em “T”, dimensionadas de forma a se tornarem ocultas, alinhadas às paredes e inseridas na espessura das lajes, contribuindo para a apresentação estética final dos ambientes – coisas que muitos dos atuais engenheiros, em alguns momentos, “esquecem”, em favor de menores custos com as construções. Até mesmo arquitetos permitem vigas com visuais negativos e saliências no meio dos pares de vigas “mal resolvidas”.
O engenheiro Baumgart não teve publicações de sua autoria. Contudo, o seu nome passou a ser conhecido e respeitado no Brasil e também no exterior, quando o tema era concreto armado.
Dois de seus projetos tiveram repercussão internacional de maneira especial: o edifício A Noite, na praça Mauá, Rio de Janeiro, com 24 pavimentos, na época o mais alto do mundo em estruturas de concreto armado; e a ponte sobre o Rio do Peixe, entre Herval d’Oeste e Joaçaba, hoje também denominada Ponte Emílio Baumgart. Esta ponte catarinense possuía o maior vão livre conhecido na época (68,50 metros), e foi construída por um método revolucionário, devido à sua altura em relação ao rio e às suas repetidas cheias.
Durante sua execução, a concretagem foi feita da margem para o centro em balanços sucessivos, sem auxílio de escoramento, fato inédito na história do concreto armado. As barras de aço, durante a construção em balanço, foram emendadas por meio de luvas rosqueadas. A ponte caiu durante a enchente de 1983, com a elevação das águas do Rio do Peixe.
Quando o território de Blumenau abrangia a área do Alto e do Médio Vale do Itajaí, e, portanto, contava também com o território do atual município de Indaial, houve um tempo propício às melhorias de infraestrutura durante os governos de Paulo Zimmermann e Curt Hering.
Emil Baumgart projetou duas importantes pontes na região. Na localidade blumenauense conhecida como Bela Aliança – atual Rio do Sul, foi construída uma ponte de concreto, denominada Curt Hering, no local da primeira balsa. O deputado estadual Emmenbergo Pellizzetti, esteve na inauguração da ponte de Indaial e nesse tempo promoveu o desmembramento de Bela Aliança de Blumenau, passando então a se chamar Rio do Sul.
Em 10 de outubro de 1926, foi inaugurado por Víctor Konder, presidente do Conselho Municipal de Blumenau e irmão de Gustavo Konder, a ponte histórica de Indaial sobre o rio Itajaí-Açu. A conhecida Ponte dos Arcos foi construída em concreto armado sobre quatro pilares, com cinco arcos, a 6,90 metros acima do nível normal do rio, com comprimento de 175 metros e a largura de 6 metros.
A concretagem dos pilares necessitou do trabalho de um escafandrista (mergulhador com escafandro). Esta ponte recebeu o nome do engenheiro Baumgart, seu criador.
Na Blumenau atual, seu nome, em forma de homenagem, está emprestado a uma rua e em e também a uma escola municipal – “aportuguesado”.
Ponte Emilio Baumgart
A Ponte Emílio Baumgart foi fruto de Planejamento Regional feito desde o Stadtplatz da Colônia Blumenau e a logística intermodal. Recém-inaugurada Estrada de Ferro Santa Catarina – EFSC, em 1909, trecho Hansa-Blumenau, a administração pública blumenauense desejou interligar os modais rodoviário e ferroviário, principalmente para facilitar o fluxo de pessoas oriundas do Vale do Rio Benedito, que tem sua foz bem perto do local em que foi construída a histórica Ponte Emílio Baumgart, e onde existia uma balsa no rio Itajaí-Açu.
A ponte sobre o Rio Itajaí-Açu possibilitaria àqueles que chegassem do Vale do rio Benedito, a facilidade de chegar com mais rapidez aos pontos de embarque e desembarques ferroviário na região. Esta linha ferroviária pretendia fazer a ligação com trilhos entre o litoral e o Oeste de Santa Catarina – sentido leste- oeste. Sabemos que esta história não teve exatamente este fim, mas este era o projeto ferroviário dos pioneiros.
Com a construção da Ponte Emílio Baumgart, as pessoas residentes em Benedito, Timbó, Rodeio e Encruzilhada – atual Rio dos Cedros – tinham “o acesso” à EFSC ou às estações da Estrada de Ferro Santa Catarina.
Uma vez definida esta prioridade de infraestrutura regional, foi autorizada, na reunião da Câmara Municipal de Blumenau, em 10 de fevereiro de 1924, a abertura de concorrência para construção da ponte no distrito blumenauense de Indaial. A concorrência foi vencida pela empresa do avô de Emil Heinrich Baumgat – Emil Odebrecht e Cia., de Pernambuco, e o contrato foi assinado em 19 de fevereiro de 1924, para a construção de uma ponte de concreto armado com 175 metros de comprimento e 6 metros de largura, pelo preço de 440:000$000 (quatrocentos e quarenta contos de Réis).
Como comparativo e noção do valor considerar:
Câmbio (1909) = US$ 0,31 / 1$000 Rs.
1 conto de réis = 310,07 US$
A ponte teve um custo aproximado de: 136.430,80 US$
Fonte: http://www.ocaixa.com.br/bancodedados/dolaranualmedio.htm.
O valor foi dividido entre o Estado de Santa Catarina e o município de Blumenau. O Estado cobriu o valor de 240 contos de réis, e Blumenau arcou com 200 contos de réis.
No fim da obra, percebeu-se que o valor aumentara em torno de 500 contos de réis, ficando as despesas adicionais por conta de Blumenau, com a contribuição direta dos distritos municipais de Indaial, Timbó e Encruzilhada – atual Rio dos Cedros. Cada residente destes distritos contribuiu com 2$900 e cada morador dos outros sete distritos de Blumenau, contribuiu com 1$345.
O projeto de Emil Baumgart teve em sua execução e concretagem, alguns imprevistos em maio desse ano de 1924, pois a armação de madeira para a concretagem foi carregada pelas águas da enchente do rio Itajaí-Açu.
A pedra fundamental foi assentada em 13 de fevereiro de 1925. Trabalhou na obra um total de 45 pessoas, entre encarregados e operários. Foi necessária a presença de um escafandrista, que foi José Caetano dos Reis.
De acordo com Gerlach 2019, a ponte projetada pelo engenheiro Baumgart em Indaial, não tinha o seu nome no momento de sua inauguração em 10 de outubro de 1926, mas sim o nome de Curt Hering. Curiosamente a ponte também projetada por Baumgart para Rio do Sul foi chamada de Ponte Curt Hering.
Em Indaial, distrito de Blumenau, no dia 10 de outubro de 1926 foi inaugurada a ponte que levou o nome de Ponte Curt Hering. Construída pela firma de Emil Odebrecht, teve como engenheiro Emil Baumgart – o inventor do concreto armado. O contrato fora assinado 2 anos antes, em 18.10.1924. A ponte tem um comprimento de 175m, 6 de largura, dividida em 6 arcos, cerca de 7m acima do nível médio do rio. Na inauguração estiveram presentes, além de grande público, todas as bandas de música da região. À noite houve um grande baile no Salão Lüders. Realizada na gestão de Curt Hering como Superintendente, estiveram presentes Victor Konder (Ministro da Viação), Amadeu Luz (Juiz de Direito) e Ermembergo Pellizzetti (Deputado Estadual). Além de Julianelli, Alfred Baumgarten também registrou o evento com sua filmadora. GERLACH, 2019.
As imagens comunicam…
Precisamos conhecer mais sobre a obra e a vida de nossas personalidades e cabeças pensantes. Muitas vezes, muito mais conhecidas no exterior do que em seu próprio Heimat.
Referências
- BRASILIANA FOTOGRÁFICA. O Engenheiro A. Wunderwald com seus companheiros. Biblioteca Nacional (Brasil. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/363 . Acesso em: 4 de abril de 2023 – 7h15.
- GERLACH, Gilberto Schmidt. Colônia Blumenau no Sul do Brasil. Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti, pesquisa; Gilberto Schmidt-Gerlach, organização; tradução Pedro Jungmann. – São José : Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019. 2 t. (400 p.) : il., retrs.
- IBGE – Cidades e Estados. Indaial. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sc/indaial.html . Acesso em: 16 de maio de 2023 – 16h14.
- ODEBRECHT, Rolf. Cartas de Família – Ensaio Biográfico de Emil Odebrecht e Ensaio Biográfico de seu Filho Oswald Odebrecht Sênior. Rolf Odebrecht, Renate Sybille Odebrecht. 576 p.: Blumenau: Edição do autor, 2006
- SILVA, José Ferreira. História de Blumenau. -2.ed. – Blumenau: Fundação “Casa Dr. Blumenau”, 1988. – 299 p.
- WIKIPÉDIA. Ficheiro: Escola Nacional de Belas Artes – 1.jpg. Fotografia de Marcos Ferrez. Data de cerca de 1908 a 1916. Acervo: Instituto Moreira Salles. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Escola_Nacional_de_Belas_Artes_-_1.jpg . Acesso em: 15 de maio de 2023 – 16h50.
- WITTMANN, Angelina C. R. A ferrovia no Vale do Itajaí: Estrada de Ferro Santa Catarina: Edifurb, 2010. – 304 p. :il.
Leituras Complementares – Para ler – Clicar sobre o título escolhido:
-
- Um passeio pelo Bairro Victor Konder – no Espaço e na História – Blumenau
- Nacionalismo no Vale do Itajaí – partir do Governo de Getúlio Vargas
- Fundação indaialense de Cultura – Indaial SC – FIC
- Passando por Warnow/Ascurra – Comunidade Centenária – Ilse – Indaial SC
- Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Warnow – Indaial
- A Ferrovia – EFSC
- Festa da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Warnow Alto – Indaial SC
- História – Instalação do Município de Indaial – 47° FIMI – Momentos do dia 19 de março
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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