Capa: Residente no interior da Colônia Blumenau, muito bem vestido, calçado com tamanco colorido. Fonte: Arquivo Público Histórico de Rio do Sul.

Rosálie nasceu em 1844 na Alemanha. Migrou para Blumenau na companhia do pai, Julius Sametzki. Em 1865 se casou com Victor Gaertner e tiveram 8 filhos. Foram vizinhos do primeiros Diretor da EFSC e Cônsul da Alemanha Otto Rohkohl que residia na ex residência Hermann Wendeburg – atualmente a casa mais antiga na paisagem do Vale do Itajaí. Fonte: Fundação Cultural José Ferreira da Silva.

O colono, termo relacionado ao imigrante que chegava à Colônia Blumenau ou a qualquer uma das colônias alemãs do Brasil (até mesmo, nas fazendas de café do Sudeste do país), chegava calçado com sapatos. Aos poucos adotou novos hábitos, em função da ausência de fornecimento, materiais, recursos e clima.

Em uma carta aos avós que ficaram na Alemanha, Rosálie Julie Auguste Sametzki – entre amigos -Rose Gaertner, comenta que os vestidos trazidos da Alemanha eram usados em ocasiões especiais, solenes e festivas, e faz referências aos tamancos.

“Eu danço ao som de um violino e um harmônio, enquanto na Alemanha se ouvem orquestras e coros. Cada terra com seus costumes. Nossos trajes são muito simples: os homens usam camisa azul e a calça segura por um cinto no qual penduram um facão de dois palmos. Nós, mulheres, vestimos saia e blusa e em geral andamos descalças ou calçamos tamancos, e naturalmente somos alegres. Nos dias de festa vestimos nossas roupas trazidas da Alemanha com as quais também vamos à Igreja.” (SAMETZKY, 1860).

“Vestes da Alemanha” também pode ser interpretada como sendo o traje típico alemão. Na colônia deixaram de fazer uso de vestes típicas. O alemão usava o traje, o qual carregava significados regionais das regiões do território que seria Alemanha, em 1871. Estes trajes não eram adequados ao clima subtropical, com predominância de temperaturas quentes, ou com a situação econômica da maioria dos imigrantes. Eram geralmente confeccionados com linho e lã.

Rosálie Julie Auguste Sametzki – Rose Gaertner. Fonte: Fundação Cultural José Ferreira da Silva.
Acervo: AHJFS. Pasta Família Abry – doc. 2A-. Fonte: Fundação Cultural José Ferreira da Silva.

Outros depoimentos descrevendo a maneira de calçar do imigrante e de seus descendentes na Colônia Blumenau.

Beneficiando madeira manualmente para a construção de casa enxaimel.

Enfim, invejo a rapaziada de Blumenau que me acompanhava por vezes e que estava bem mais informada que os seus pais e avós. O mateiro legítimo anda descalço nas suas incursões, como, aliás, é comum por aqui, não por falta de recursos, mas sim por comodidade, desprezando qualquer calçado. Livro Colônia Blumenau, página 298.

Jennrich tinha as suas esquisitices e era de gênio reservado, pouco comunicativo, apesar de, não raro, ter que sentar-se à mesa dos apreciadores de sua cerveja e, com estes, afundarem-se na consequente e comunicativa alegria. Andava quase sempre de tamancos. E quando era obrigado a usar sapatos, adquiria-os sempre de um ou dois números maiores Otto Jennrich (1868 – 1944) que os dos pés, pois tinha verdadeiro pavor de ver seus pés molestados. Livro Colônia Blumenau, página 323.

Victor Gärtner – marido de Rosálie Julie Auguste Sametzki – Rose Gaertner.

Finalmente vieram ao nosso encontro o Cônsul Gärtner e seu tio, o Diretor, Dr. Blumenau, que trajava apenas camisa e calça, tendo na cabeça um chapéu de palha bem simples, denominado “chapéu de negro”. Calçava tamancos e trazia pendurado no cinto um facão. Neste “traje regional”, que no inverno era complementado por um jaquetão e um par de sapatos ou botas, vimos Dr. Blumenau andando por aí durante muitos anos. Ele era alto e magro e, por trás de seus óculos cintilavam olhos inteligentes. Karl Kleine – Livro Colônia Blumenau, página 80.

Encontramos carroças, puxadas por 4 cavalos, carregadas com tábuas e sacos de milho, algumas carruagens para duas pessoas (aranhas). Muitos homens usavam tamancos coloridos e quase todas as mulheres andavam descalças. Elas se apoiavam com o joelho em uma forquilha alta e com o dedão do pé esquerdo em um estribo minúsculo. Gustav Stutzer – Blumenau em Cadernos (Tomo 50, n. 6, nov/dez 2009).

Esposa de Hermann Bruno Otto Blumenau Bertha com seus filhos vivos Pedro Gertrud e Christiane. Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Hermann Blumenau vendeu uma serraria velha e quebrada ao adolescente Gottlieb Reif, cujo pai Johannes August Reif (sepultado no cemitério luterano de Itoupava Norte/Seca) concertou e então, depois da enchente de 1880, Reif vendeu para a família de Claus Steen. O genealogista de descendente de família pioneira da Colônia Blumenau – Ivar Petersen, que reside há mais de 30 anos em Frankfurt an Main, Alemanha e que acompanha atentamente nossas pesquisas, pois escreve um livro sobre a saga de sua família em Santa Catarina, nos enviou este precioso registro dos Steen, seus antepassados e confirma a história. O registro foi publicado na história de Gottlieb Reif. Registro da Família de Claus Steen – Atrás de pé, da esquerda para a direita: Carl Wilhelm Jens, Wilhelmine Bertha Christine (avó de Petersen), Ana Dorothea Caroline, Hermine Margarethe Friederike e Heinrich Albert Carl. Sentados, da esquerda para a direita: Emil Theodor Nicolaus, ao lado do seu pai Claus Jochim Hinrich, no centro a mãe da esposa dele Margaretha Wilhelmine Johanna Kay, e a esposa dele Catharina Johanna, nata Kay (bisavó de Petersen) e sua filha mais nova Elise Johanna Agnes. Observar como estão vestidos caprichosamente, no entanto as crianças não usam sapatos.

Nas primeiras décadas, muitos dos imigrantes confeccionavam seu próprio calçado. O tipo mais fácil de confeccionar e também usado na Alemanha, era o Holzpantoffeln – o tamanco de madeira e couro. Em tempos passados, havia locais na Europa, onde todo o sapato era feito de madeira e para isto usavam ferramentas especiais. Atualmente é símbolo de algumas destas regiões – como na Holanda por exemplo.

Na imagem abaixo – feita na região de Nürnberg – tipos de “Tamancos”, com várias denominações, também existentes em português, são confeccionados artesanalmente, inclusive nos dias atuais. Muitos destes foram reproduzidos no Brasil, em diferentes recortes de tempo. Podemos observar, que não somente em colônias alemãs.

Muitos destes sapatos da gravura exposta no museu Fränkisches Freilandmuseum Bad Windsheim, na Bavária, tem seus modelos ainda fabricados no dias atuais no Brasil, tanto para homens, quanto para mulheres, com base de madeira, ou não.

Registro em vídeo que fizemos em maio de 2016, mostrando artesãos atuais confeccionando tamancos.

Na Colônia Blumenau, usavam as ferramentas que tinham ao seu alcance. Nós vimos pessoas usando este calçado na região e também na Alemanha – até os dias atuais.
Encontramos o depoimento de um imigrante alemão da Colônia Blumenau que deixou de usar sapato e passou a usar o Holzpantoffeln – tamanco feito de madeira e couro – no século XIX.

Holzpantoffeln – Foto de Lúcia Hauptli‎

“Meu marido me fez perder este hábito, explicando que não era bom consumir muito sal em clima quente. Certamente ele estava certo, pois tive problemas de aclimatização, tendo muita coceira em conseqüência de furúnculos nos pés. Eu não conseguia calçar sapatos e mancava em tamancos de couro cujas pontas, como num lamento, apontavam para o céu. Ao acordar, as dores, o formigamento e as pontadas nos pés eram bastante desagradáveis até me movimentar, então se tornava mais suportável até que um movimento mais brusco provocava novamente dor. Os banhos 11 com água morna e sabão sempre aliviavam. Mas isto também passou. O sangue consistente e a gordura alemã precisavam se adaptar, eu emagreci muitos quilos e, mais tarde, adquiri a tão em moda figura esbelta.” (HERMANN, 2003, p.21-22).

O desuso do calçado na vida quotidiana dos imigrantes é percebido também na maneira de calçá-lo. Esta situação era apreciada, principalmente pelas crianças, pela liberdade proporcionada. Segue texto da carta escrita por Thereze Stutzer, esposa do Pastor Heinrich Albert Friedrich Gustav Stutzer – cunhada de Otto Stutzer, comentando sobre sua filha, no ano de 1886 (A família retornou para a Alemanha):

“Lá vem minha pequenina e vejo que ela está descalça. Seu maior prazer é tirar as meias e os sapatos para andar livremente. Todas as suas amiguinhas o fazem e Eva as imita. “Mas, minha filha, tu és uma menina alemã! ”. Ela sacode a cabeça e lá se vai, e nós então precisamos alcançá-la. Isto aqui é um verdadeiro paraíso para crianças! Elas sempre podem estar ao ar livre! As crianças não precisam de sapato, nem de meias, basta uma blusinha e uma saia (STUTZER, 2002, p. 94).

Foto de foto da antiga escola/igreja de Ilse. Colônia Blumenau Escola da comunidade Ilse.
Primeiro registro de uma família de imigrantes alemães, em que os adultos trabalhavam na Cia Hering. Final do século XIX. Colônia Blumenau.

Assim como se reservavam os vestidos de seda para as ocasiões especiais, os sapatos, para quem os possuía, eram igualmente usados nas visitas às vilas ou cidades próximas, pois o seu uso estava condicionado à urbanização e “descalço, o imigrante se sentiria repelido e humilhado por uma sociedade que associava à ausência do sapato ao estigma da miserabilidade” (WILLEMS, 1946, p.236) e quase sempre era chamado pejorativamente de “colono”.

A partir desta questão apontada por WILLEMS, há muito que se comentar, uma vez, repetimos, que todos eram colonos, oriundos de uma região em que acontecia a industrialização e a migração campo-cidade. Com o passar do tempo, a expressão “colono” foi sendo usada pejorativamente, subentendendo-se “de maneira ignorante” – a partir do entendimento de ignorar. Uma vez, (Ein mal) que todos plantavam, colhiam e criavam animais, em um primeiro momento, a tal ponto que se fez necessária a presença da primeira associação para atender questões de interesse de todos – o Kultuverein. A maioria dos colonos que não se adaptava a andar de pés descalços para fazer seu trabalho no campo, usava o tamanco. Repetindo, tamanco, usado até os dias atuais na Alemanha.

Pessoas transitavam de pés descalços. Início do século XX, Alto Vale do Itajaí, interior da Colônia Blumenau.
O imigrante que chegava era denominado “colono”, independentemente de sua atividade na Alemanha ou na Colônia, pois vinha viver em uma colônia. Mais tarde, a elite, que surgiu a partir da industrialização e sua entidade de classe, denominava colonos àquelas pessoas que lhe ofereciam, quase sempre, a matéria-prima para seus produtos industrializados e residiam mais afastados do Stadtplatz. Também adotavam o termo pejorativamente, para denominar alguém inferior ou de classe inferior. Existem muitas publicações que ilustram esta afirmativa e o etnocentrismo que surgiu dentro da própria Colônia após o surgimento das classes sociais. No início, não existiam essas classes, e todos eram voltados para os mesmos objetivos e ocupavam a mesma entidade de classe – Kulturverein. Não bastasse isso, também afirmavam, erroneamente, que somente o colono residia em tipologias em enxaimel. Tipologias veementemente negadas pelos “novos ricos” de Blumenau do início do século XX, que seguiam a tendência da capital nacional, construindo a partir do eclético e dos “neos”. Muitos, não querendo construir uma casa nova, rebocavam seu enxaimel e o enchiam de arabescos e cimalhas, para que se parecesse com a nova linguagem “urbana” de Blumenau.

“O Colono e o automóvel (Visão mítica)”.

O malfadado colono no Vale do Itajaí sempre foi uma vítima dos pseudo-progressistas.
O colono, diga-se de passagem, foi o verdadeiro esteio, o moto-propulsor de todo o progresso do Vale do Itajaí. Vítima de toda série de contingências, sobreviveu, porque a sua própria resistência ao meio era a condição básica para a sobrevivência do vale. Apreciado um certo exagero, achava-se, em outras épocas, que o colono deveria ser limitado a um trabalho exaustivo, andar de pé no chão, não permitir-se que se educassem, a fim de jamais haver o perigo de faltar alimento na cidade.
Com o aparecimento do automóvel, naturais eram as aspirações de todos de poderem possuir um carro. Os negociantes das colônias eram os primeiros a adquirir, ou sob forma de carro ou sob forma de caminhão. Aos poucos os colonos mais abastados também tentavam entrar na posse do veículo.
Estranha, entretanto, foi a reação de certos citadinos, principalmente alguns mais ilustrados, e, entre esses, inclui-se um cidadão da época que, devido à relativamente pouca capacidade, era favorecido com um cargo público.
Este senhor declarou, certa vez, na presença do articulista, o seguinte: É preciso que se crie uma associação de classe que exerça pressão para que os colonos deixem de ter as manias de certos modernismos, como é o caso de possuírem automóvel. Esta mania de modernismo põe em perigo a sobrevivência da cidade de Blumenau. Sem comentário… (O COLONO, 1981, p. 152).

Residência de Walter Schmidt e o automóvel.
Traje típico Westfalen – Alemanha – Presença dos tamancos de madeira, em alemão Holzpantoffeln.
Tamancos históricos da Alemanha – Holzpantoffeln .

As imagens comunicam…

Trabalhadores da Estrada de Ferro Santa Catarina – Primeiras décadas do século 20 – Os senhores situado na direita – estão de tamancos – Holzpantoffeln.

Holzpantoffeln – Tradicionais tamancos fabricados atualmente…

Atualmente, encontramos pessoas da área rural que ainda fazem uso dos Holzpantoffeln, tamancos, semelhantes àqueles usados no século XIX e início do século XX em toda a região. São encontrados em casas comerciais que comercializam produtos e ferramentas agrícolas.
Muitos estocam em casa, para uso futuro como vimos na residência dos Feller’s, comunidade italiana da Colônia Blumenau, Rodeio.

Holzpantoffeln – tamancos.
Os Feller’s na frente da residência – Demolida em 16 de setembro de 2021 – Rodeio SC.
“Estoque” de Holzpantoffeln – tamancos. Residência dos Feller‘s.
Durante pesquisa in loco, encontramos esse tamanco no interior de uma casa centenária em estado de ruína. Warnow – Indaial SC.

Meu pai, quando trabalhava na Porcelana Schmidt, Pomerode SC, só usava Holzpantoffel. Hoje não seria mais permitido, mas, na época podia usar. Até um dos chefes, usava. Araci Findeiss, 19 de abril de 2023.

Na minha infância eu tinha um tamanco desses e todos, em casa, tinham. Minha mãe usava pra ir no galinheiro e quando ia lidar no jardim. Eu não gostava do meu. O couro era muito duro e machucava meus pés. Vera Kleine Sobrinho, 19 de abril de 2023.

Em 1988, quando vim morar em Pomerode, trabalhei na Porcelana Schmidt e muitos utilizavam esse tipo de calçado, fiquei muito surpreso. Ronaldo Fugihara, 19 de abril de 2023.

Usei muito o Holzpantffel quando criança. Usava para ir para aula, no inverno. Minha mãe tricotava meias de lã e usava o Holzpanffel. Andávamos em cima da geada, indo para aula. Gostava de usar. Se tivesse usaria até hoje em dia, nos arredores de casa. Nós passávamos sebo no couro do Holzpantoffel e ficava bem macia. Sempre guarda-se na sombra nunca no sol. Rainelde Helmann Klann, 19 de abril de 2023.

15° Encontro de Grupos de Stammtisch – Vila Itoupava.
15° Encontro de Grupos de Stammtisch – Vila Itoupava.
Detalhe da foto anterior.
Edmundo Meister faz o uso dos até hoje, quando cuida de sua propriedade em Pomerode.
O par de tamancos de Inge Meister. Igualmente faz uso da indumentária até hoje, quando cuida de sua propriedade em Pomerode.

Tamancaria Schwarzrock – Ibirama SC

“Meu pai foi tamanqueiro, depois de falecer, meu irmão assumiu a profissão. A tamancaria funcionou de 1955 até dezembro de 2021. Por motivo de doença, e depois morte de meu irmão, encerrou-se um ciclo. A tamancaria Schwarzrock encerrou as atividades. ” Janete Schwarzrock

No vídeo, reportagem, na qual o irmão de Janete conta um pouco dessa história de família e produção de tamancos Schwarzrock, por mais de 60 anos.

Também na Alemanha, ainda fazem uso deste calçado, mas não somente nas regiões rurais e onde praticam a agricultura. Chegamos a fazer registro dos pés de um músico da banda alemã Michael Maier und seine Blasmusikfreunde, em outubro de 2014.

Banda alemã Michael Maier und seine Blasmusikfreunde, no Oktoberfest Blumenau 2014.
Holzpantoffeln nos pés de músico da banda alemã no palco do Oktoberfest Blumenau.

Holzpantoffeln, os tamancos ainda usados atualmente na Alemanha.

Fonte: Almwelt Herren fell Holtzchuhe clogs Versch. Farben.
Holzpantoffeln dentro da tendência – usados por jovens Alemanha atual e também na Áustria.

Em nossas pesquisas na Alemanha, em 2016, visitamos o Fränkisches Freilandmuseum, localizado em Bad Windsheim – cidade histórica da Baviera. Em uma das mais de 100 edificações do acervo, encontramos o sapateiro fazendo exatamente este calçado, o Holzpantoffeln.

O que diz a publicação de um site da alemão sobre a tradição do tamanco de madeira, atualmente na Alemanha. Fehmarn Heilingenhafen.

…Die wissenschaftliche Mitarbeiterin an der Technischen Universität Berlin Josephine Barbe sieht das auch so. „Heute erlebt die Holzsohle aus leichtem Weidenholz mit Fußbett und flexibel biegsamen Kautschukgelenk ein Comeback.“ (…)

(…)Holzschuhe gibt es schon sehr lange. Im 14. Jahrhundert wurden zum Beispiel Holzsandalen unter leichten Lederschuhen getragen, um diese zu schützen und zu stabilisieren, erläutert Barbe. Sie galten als modisches Accessoire der Adligen. Später hatten Holzschuhe eine andere Funktion: „Seit dem 16. Jahrhundert wurden die einfachen geschnitzten Holzschuhe in Nordeuropa als reine Arbeitsschuhe getragen. Lange galten Holzschuhe daher als Fußbekleidung der armen Leute“, ergänzt Barbe.

Der Wissenschaftlerin zufolge stehen Holzpantoffeln und -schuhe heute für Nachhaltigkeit und Langlebigkeit. Und für Fußgesundheit, weil ein Holzschuh eine gute Durchlüftung zulasse sowie mit scharfen Mitteln gereinigt werden könne und es dadurch Mikroorganismen schwer hätten…” Fehmarn Heilingenhafen  

Tredução 

…A assistente de pesquisa da Universidade Técnica de Berlim, Josephine Barbe, também vê dessa forma. “Hoje, a sola de madeira de salgueiro claro com palmilha e junta de borracha flexível está de volta.”(…)

(…)Calçados de madeira existem há muito tempo. Por exemplo, no século XIV, sandálias de madeira eram usadas sob os sapatos de couro claro, para protegê-los e estabilizá-los, explica Barbe. Eles eram considerados um acessório de moda para a nobreza. Os tamancos de madeira que surgiram posteriormente, tinham uma função diferente: “Desde o século XVI, os simples tamancos esculpidos eram usados ​​apenas como sapatos de trabalho, no norte da Europa. Por muito tempo, os tamancos foram considerados calçados de pessoas pobres”, acrescenta Barbe.

De acordo com a cientista, chinelos e sapatos de madeira agora representam sustentabilidade e longevidade. E é bom para a saúde dos pés, pois um sapato de madeira permite uma boa ventilação e pode ser limpo com produtos mais fortes, o que dificulta a entrada de microrganismos. Fehmarn Heilingenhafen  

A denominação Holzpantoffeln traduzida para o português, significa pantufa de madeira. Há pantufas de diversos materiais, sendo as mais conhecidas no Brasil, aquelas de pano para usar no interior da residência, que deixam o pé aquecido. 

Outros tipos de pantufas, conhecidas na Alemanha, confeccionadas  com outros materiais e muito comuns no Brasil.

Um registro para a História.

Referências

  • HERMANN, Karla. As vivências de Karla Hermann. Tradução: Annemarie Fouquet Schünke. Blumenau em Cadernos, Blumenau, t.XLIV, n.1/2, jan./fev. 2003.
  • Fehmarn Heilingenhafen.  Holzpantoffeln nach alter Tradition. Erstellt: 04.01.2016Aktualisiert: 04.01.2016, 17:36 Uhr. Disponível em: https://www.fehmarn24.de/schleswig-holstein/lorenz-hamann-preetz-gehoert-wenigen-herstellern-schuhwerks-6007074.html. Acesso em: 17/04/2023 – 23h58.
  • GERLACH, Gilberto S.; KADLETZ, Bruno K.; MARCHETTI, Marcondes. Colônia Blumenau no Sul do Brasil. ed. São José: Clube de cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019.
  • KLEINE, Karl. A chegada em Blumenau. Tradução: Brigitte Kretzschmar. Blumenau em Cadernos, Blumenau, t.XLI, n.11/12, nov./dez. 2000.
  • RENAUX, Maria Luiza. O papel da mulher no Vale do Itajaí, 1850-1950. Blumenau: FURB, 1995.
  • SAMETZKY, Rose. Carta [aos avós na Alemanha]. Colônia Blumenau, 1860. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. Fundo memória da cidade. Coleção famílias. Família Gaertner, 3.G.13.doc.3.1860.
  • STUTZER, Thereze; Huber, Valburga (Org.). Tradução: Valburga Huber. Marie Luise. Blumenau: Cultura em Movimento, 2002.
  • WETTSTEIN, Phil. Brasilien und die Deutsch-brasilieniche Kolonie Blumenau.Leipzig: Verlag von Friedrich Engelmann, 1907.
  • WILLEMS, Emilio. A cultura dos alemães no Brasil: estudo antropológico dos imigrantes alemães e seus descendentes no Brasil. Companhia Editora Nacional, 1946.
Leituras Complementares…
Clicar sobre o título
  1. Gottlieb Reif – Momentos importantes da História de Santa Catarina.
  2. Heinrich Albert Friedrich Gustav Stutzer – Rápida passagem na Colônia Blumenau – Trabalho Social na Alemanha
  3. Imigrante Otto Stutzer do Condado de Brauschweig – De agricultor à prefeito de Blumenau em 1895
  4. Heinrich Hosang – Primeiro Cervejeiro de Blumenau
  5. Cemitério – local de visitação e História
  6. Entrevista de Otto Rohkohl – Primeiro Diretor da EFSC
  7. Loja maçônica na colônia Blumenau – Zur Friendenspalmer
  8. Casa Husadel – 120 anos
  9. Schützengesellshaft Blumenau
  10. August Müller e Hermann Müller – Irmãos de Fritz Müller
  11. Centro histórico de Blumenau – Stadtplatz – Ontem e Hoje
  12. Padre José Maria Jacobs – Primeiro Pároco de Blumenau
  13. Ponte coberta de madeira de Blumenau – Badenfurt
  14. Conversando …O Traje da Realeza do Oktoberfest Blumenau
  15. Fritz e Hermann – Dois Personagens da História de …
  16. Poesia de um descendente de Pomerano – brasileiro
  17. Blumenau – Frederico Guilherme Busch.
  18. Um personagem – Carlos Krueger – Tradição e História
  19. Hermann Bruno Otto Blumenau – De 1819 até 1846 – S…
  20. “Quebra Caco” – Uma Tradição que está acabando
  21. O “Alemão” de Pomerode
  22. Blumenau – do Stadtplatz ao Enxaimel
  23. Teatro – A História do Teatro do C.C. 25 de Julho de Blumenau
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
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Agenda:

  • Dia 10 de maio estaremos lançando o Livro “Fragmentos Históricos Colônia Blumenau – Arquitetura * Cidade * Sociedade * Cultura Volume 1″ no espaço Cultural da Assembleia Legislativa de Santa Catarina – ALESC, Florianópolis.