Apresentamos nosso 14° artigo da Coluna “Um Registro para a História” do jornal “O Município Blumenau”. São muitos os temas que merecem ser publicados neste espaço. Estamos alternando as pautas entre cultura, arte, história, biografia, para diversificar e compor um conjunto de leituras que possam ser interessantes para você que acompanha este trabalho.

Neste momento apresentamos parte de um recorte histórico, em escala nacional, que tem relação com a história local e regional – Vale do Itajaí.  Esta pauta foi sugestão de um leitor nosso e no decorrer da pesquisa, percebemos sua complexidade e proximidade com a história da Colônia Blumenau, pois envolve a vinda de Hermann Bruno Otto Blumenau e de como ele conheceu o local onde fundaria sua colônia agrícola em 1850. 

Imigrantes alemães assentados em Rio Claro, junto com o Pastor luterano – Interior de São Paulo. Fonte: Diário de Rio Claro.

Rio de Janeiro (capital do país) e São Paulo – Brasil – Séculos XVIII e XIX

Durante o século XVIII, o consumo do café propagou-se muito nos principais centros urbanos e culturais da Europa, e com isto, a demanda aumentou. Este consumo era suprido principalmente pela produção cafeeira das colônias francesa (Haiti), inglesa (Ceilão) e holandesa (Java).

Neste mesmo período, o café foi introduzido no Brasil, alastrando-se pelo país. O café brasileiro produzido nesta época abastecia somente o consumo local. No final do século XVIII começou a ser cultivado no Rio de Janeiro, juntamente com açúcar e algodão, encontrando condições de clima e solo, favoráveis para sua produção.

Na segunda década do século XIX, período de dificuldades na agricultura que fazia uso da mão de obra escrava tradicional, a produção do café na província do Rio de Janeiro atingia índices elevados. O café começava a projetar-se como um produto de grande valor comercial para o Brasil e passou a ocupar um lugar de destaque nas exportações, atingindo índices de 43,8%, nas décadas de 1830 e 1840.

A expansão cafeeira no Brasil no decorrer do século XIX, pode ser dividida em duas principais etapas:

  • Etapa I – expansão pelas áreas fluminense e do Vale do Paraíba (1830 – 1870);
  • Etapa II – expansão pelo Oeste Paulista (1850 – 1930).
Caminho do café no Brasil – Século XIX. Fonte: Blog do Mafei.

A partir de 1840 a produção cafeeira desenvolveu-se plenamente. Neste mesmo século, na segunda metade, sob pressão inglesa, iniciou um processo de ações legais contra a presença da escravidão no país que abalaram a economia cafeeira e a estrutura social vigente, não somente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil.

Jean-Baptiste Debret (1768 – 1848) – Refrescos no Largo do Palácio, Rio de Janeiro. Fonte: DEBRET, Jean-Baptiste: Viagem pitoresca e Histórica pelo Brasil. Tomo II. Século XIX
Escravos trabalhando em uma fazenda de Café no Vale do Paraíba, localizado entre as Serras do Mar e da Mantiqueira. Esta região teve importância econômica fundamental para o Estado do Rio de Janeiro no século XIX, com o cultivo do café, produto base da economia imperial e da República Velha (1889-1930), no país. Acervo: Yuri e Franciele

Alguns fatos históricos contribuíram  para desencadear este processo que culminou com a mudança da estrutura social do país, nos séculos XVIII e XIX.

Brasil Século XVIII – Mapa elaborado por STEINER

A abolição da escravidão no Brasil aconteceu, de fato, em 1888, mas antes mesmo que fosse aprovada em 1850, foi assinada a lei que extinguiu o tráfico de escravos, Lei N° 581 de 4 de setembro de 1850, conhecida como Lei Eusébio de Queirós.

A lei estabeleceu medidas para a repressão do tráfico de africanos como escravos. Mediante a não presença da força braçal que viabilizou a produção cafeeira nas regiões de Rio de Janeiro e São Paulo até então, surgiu a necessidade de os produtores de café encontrarem uma outra opção que não lhes fosse onerosa. Não desejavam adquirir escravos, pelo alto preço que estes assumiram mediante as restrições comerciais impostas neste momento. Os fazendeiros, cientes do problema, tomaram a iniciativa de buscar outra alternativa para ocupar o lugar da mão de obra escrava. 

Lembramos que esta movimentação abolicionista incentivada pelos ingleses, no país, ocorreu em etapas. Em uma primeira etapa – em três momentos distintos: com a promulgação da lei que limitava o tráfico de escravos, iniciada pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850; depois – 1871 e finalmente, 1885. Existia uma campanha abolicionista instituída e a pressão social culminou com a segunda etapa: a abolição da escravatura no Brasil, através da Lei Áurea que foi assinada em 13 de maio de 1888, pela Princesa Isabel – herdeira do trono brasileiro. No início da década de 1850, diante da proibição do tráfico de escravos – formalmente através da Lei Eusébio de Queiroz, os cafeicultores brasileiros buscaram alternativas para a mão de obra a ser usada na crescente cultura cafeeira. A solução encontrada foi a contratação de mão de obra de imigrantes de países da Europa. O processo ficou conhecido por “Grande Imigração”. 

É sabido que, mesmo antes da abolição dos escravos, o trabalho assalariado livre não era descartado nas fazendas de café do sudeste do país. Em 1850, em um censo de 2,6 mil fazendas de café, verificou-se que existia mais de 10% de trabalhadores livres trabalhando nas fazendas.

Nicolau de Campos Vergueiro – Imigrante português nascido em Val da Porca, em 1778.

Neste período, as pressões do movimento abolicionista nacional provocaram a redução do número de escravos e, também, o aumento do seu valor no mercado, tornando inviável a manutenção do sistema de produção agrícola e desta maneira, contribuindo também, para fortalecer os objetivos do movimento.

A primeira tentativa de trazer imigrantes da Europa para trabalhar nas plantações de café foi do senador, cafeicultor e imigrante português, Nicolau de Campos Vergueiro, em 1834, quando trouxe um grupo de imigrantes para suas fazendas localizadas no oeste paulista, destinados a trabalharem sob sistema de “Parceria”. Contratou imigrantes alemães e suíços e não era um trabalho assalariado.

Antes de contratar, vários funcionários da firma de Vergueiro percorreram a Europa em busca de imigrantes interessados em trabalhar no Brasil. Os agentes faziam “propagandas”, informando sobre o possível enriquecimento no Brasil, dotado de uma terra promissora, onde todos poderiam ter grandes oportunidades. Além dessa propaganda, ofereciam um “adiantamento” na remuneração dos trabalhadores, forma de seduzir os possíveis emigrados. 

Após intensas negociações com os agentes, os emigrados da Europa assinaram um termo de contrato de trabalho, no qual, geralmente, se comprometeram a trabalhar durante um determinado tempo nos cafezais brasileiros. O “adiantamento” tinha como objetivo cobrir as despesas de viagem e de instalação nas terras brasileiras.

Mas…
Isso não aconteceu exatamente assim.

Fonte: STEINER

…as famílias imigradas em 1852 no sistema de parceria para as fazendas de café na serra fluminense sofreram com dívidas de viagem e restrições de liberdade, num regime de quase escravidão. (STEINER, 2019 – p. 23)

As promessas feitas aos emigrados europeus começaram a mudar a partir do momento em que embarcavam nos portos da Europa. A grande maioria destes emigrados tinha seus contratos de trabalho trocados por outros, com seu teor alterado, já durante a viagem. O “novo contrato” continha uma cláusula que informava sobre a taxa de juros que iriam pagar pelo adiantamento recebido neste momento. Quando chegavam ao Brasil, principalmente no porto de Santos, era cobrado de cada imigrante uma taxa de entrada no país. Essa taxa variava de valor, de acordo com a idade da pessoa.

Fonte: STEINER
A Fazenda Ibicaba tinha moeda própria

Um grupo de imigrantes suíços trazidos para o Brasil pela Vergueiro & Companhia, trabalhava na fazenda Ibicaba, em 1856 e descontentes, fizeram uma das primeiras rebeliões de trabalhadores livres no Brasil. O primeiro estranhamento dos imigrantes suíços foram as péssimas condições das moradias que foram entregues a eles: as casas estavam sem assoalhos, sem fogão e sem móveis. Além disso, recebiam uma caderneta onde constavam as dívidas que já tinham contraído, sem ter começado a trabalhar e também, as futuras dívidas. Rapidamente os imigrantes perceberam o engodo em que foram envolvidos: teriam que trabalhar mais do que estavam pensando para pagar suas dívidas.

Fonte: Steiner
O que era o sistema de parceria implantado pelo Senador Vergueiro?

Quando o imigrante chegava ao Brasil, era conduzido para a fazenda de café, onde recebia uma parcela do cafezal que ficava sob sua responsabilidade. Após a colheita, parte do lucro da produção era descontada para pagar adiantamentos efetuados antes da viagem da Europa para o Brasil. Esse sistema de trabalho, conhecido como “Parceria”, caracterizou a primeira forma de trabalho livre implantado no Brasil escravocrata. O imigrante receberia uma porcentagem da produção, que poderia variar até 50% dos lucros obtidos com a venda do café produzido por ele, com o desconto dos valores do empréstimo, da passagem para o Brasil e também, para os gastos enquanto esse não recebia o valor que lhe era devido – que viria somente após a colheita do café. Ficavam “amarrados” a esta condição, por muito tempo.

Fazenda Ibicaba do Senador Nicolau Campos Vergueiro – construída em 1817. Fonte: Espaço Arqueologia
Imigrantes alemães trabalhando na fazenda de café. Fonte: Diário de Rio Claro SP.

Outra característica negativa deste sistema de “Parceria” implantado e que não agradou os imigrantes da fazenda do senador Nicolau de Campos Vergueiro e de outros fazendeiros que o imitaram, foi a proibição dos imigrantes de se deslocarem até a centralidade das cidades. Poderiam sair somente com permissão e as compras de alimentos tinham que ser realizadas na venda da fazenda, onde os preços eram muito mais caros.

Imagem ilustrativa – As “vendas” eram características em todo o país e até bem pouco tempo, ainda se comercializa neste tipo de estabelecimento comercial à caderneta, também na Colônia Blumenau, onde surgiram os primeiros bancos na colônia e desta, para Santa Catarina
Parte da Fazenda Ibicaba, interior de São Paulo.

A situação dos imigrantes suíços na fazenda de Ibicaba não gerou conflito físico ou violência, mas sim, a visita de diplomatas suíços que desconfiavam das condições em que seus compatriotas viviam nas lavouras cafeeiras do Brasil. A consequência desta visita foi a proibição da imigração de alguns estados alemães para o Brasil. Na Europa chegavam notícias não muito positivas sobre o estado em que estes imigrantes viviam. Parte das promessas de propagandas não era cumprida e, muitos ficavam em situações muito difíceis após a grande viagem.

Os imigrantes foram atraídos por propagandas enganosas, para o Brasil para substituir a mão-de-obra escrava nas fazendas de café. O Sul do país era despovoado e atrasado economicamente – e também corria riscos de ser invadido pelos espanhóis. Muito da propaganda divulgada na Europa não se cumpria. Chegavam notícias na Europa, sobre a situação dos imigrantes no Brasil. O Governo alemão organizou a “Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães” – Charge que chegava na Alemanha – 1861, ilustrando uma possível realidade vivida pelos imigrantes alemães, nas fazendas de café brasileiras

Destacamos a criação da “Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães” com sede em Hamburg, na qual, Hermann Bruno Otto Blumenau foi um dos representantes enviado para o Brasil para averiguar a situação dos imigrantes alemães nas fazendas de café. Em maio de 1846, quatro anos antes da fundação formal de sua colônia privada, Hermann Blumenau viajou para o Brasil, como representante desta sociedade e com isto, com sua viagem custeada pela mesma. O contato pode ter ocorrido por meio de Johann Eduard Wappäus.  Hermann Blumenau foi o autor da publicação intitulada “Emigração e Colonização Alemã”, que Johann Eduard Wappäus anotou e publicou em 1846, como professor de geografia, sem citar o nome. Blumenau usou relatórios e avaliações de Johann Jakob Sturz (1800-1877), que havia feito campanha pela abolição da escravidão sob sua própria perspectiva. Isso foi possível porque, em 1843, Sturz havia se tornado Cônsul Geral do Brasil na Prússia na Prússia e no final deste mesmo ano de 1843, Hermann Blumenau conheceu o Cônsul, em viagem de trabalho que fazia na Inglaterra. Nesta época Hermann Blumenau trabalhava para o avô materno de Fritz Müller, Johann Bartholomaeus Trommsdorff. Neste encontro, Blumenau e Sturz trocaram impressões sobre o Brasil.

Quando Hermann Blumenau chegou ao Brasil como fiscal, estava há pouco tempo a serviço da “Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães”. 

Em 1848 retornou à Alemanha para recrutar imigrantes. Em 1850, fundou sua própria colônia – a Colônia Blumenau, uma empresa privada com a característica de uma colônia agrícola.

Stadtplatz da Colônia Blumenau em 1869 – Palmenalle Strassen, Rua das Palmeiras. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva

Simultaneamente, em 1847, Vergueiro trouxe 423 alemães e suíços para suas fazendas com contratos ainda no sistema de “Parceria”. O imigrante recebia uma extensão de terras para a cultura do café, para processar a colheita e melhoramentos.

Recebia parte da quantidade da produção que colhia. A experiência, a princípio, teve êxito. Foi seguida por outros cafeicultores e em pouco tempo, no início da década de 1850, várias fazendas contavam com trabalhos de imigrantes da Europa, com contratos de “Parceria”, entre estes, também estavam os imigrantes alemães.

O método não vingou por muito tempo por conta de uma série de problemas. Os imigrantes frustraram-se pois não conseguiam se desvencilhar de maneira fácil do cafeicultor e principalmente, da dívida. Eram pessoas esclarecidas e já haviam passado por turbulências sociais, políticas e econômicas no seu continente. 

No Brasil, após chegarem às fazendas, demorava muito tempo, entre a produção e a comercialização do café, para receberem o primeiro pagamento. O que fazia a dívida com o fazendeiro, aumentar e estavam cientes desta situação de desvantagem.

Fazenda Ibicaba, interior de São Paulo – Cordeirópolis. Observar a estrutura do galpão à esquerda – Enxaimel

Arquitetura Pioneira Alemã na Fazenda Ibicaba – São Paulo

Abrindo um parêntese para a arquitetura do imigrante alemão e sua presença nas fazendas de café. Erroneamente as pessoas que atualmente cuidam da fazenda Ibicaba, apresentam os porões das tulhas como senzala. Isso não procede. O edifício foi construído com a técnica construtiva enxaimel, com fechamento de tijolos maciços, técnica construtiva trazida pelos imigrantes alemães, os quais chegaram para substituir os escravos na colheita do café. Mesmo que ainda houvesse mais de 200 escravos na fazenda, quando chegaram os alemães, este edifício é muito novo para este período histórico. O porão desta edificação não poderia ser senzala. Retiramos imagens de um vídeo existente nas redes para esta análise. Pretendemos futuramente, visitar o local.

Algumas imagens da estrutura desta edificação construída pelos imigrantes alemães.

Definitivamente não era senzala. Era o porão, característico em muitas edificações construídos por alemães no Brasil, no início do século XIX
Estrutura de madeira apicoada
A Estrutura do telhado, que teve sua origem na casa alemã construída no período neolítico, no vale do Danúbio e dali, propagou-se por outras regiões. Estrutura de madeira encaixada

Prosseguindo

Quando os imigrantes recebiam o pagamento relativo à colheita e produção do café cultivado, quase nada lhes sobrava após quitar a dívida com o patrão. Eram, então, obrigados a se endividar novamente – para sua sobrevivência e de sua família. Não tinham motivação e se dedicavam cada vez menos ao trabalho do café. Aos fazendeiros esta situação não era interessante. Também, não interessava este quadro de desconfiança e suas reclamações permanentes na Europa, pois precisavam da mão de obra dos imigrantes e que estes continuassem vindo para o Brasil.

A repercussão desta situação dos emigrados em seus países de origem, mediante sua insatisfação, desencadeou medidas restritivas contra agentes de emigração na Suíça e na Prússia (parte da atual Alemanha). Desde 1857, nenhum imigrante de parceria proveniente desses dois países entrou no Brasil. Na Europa, alarmou-se a opinião pública, preocupada com a sorte de seus compatriotas. Surgem investigações oficiais e formais, especialmente na Alemanha e em Portugal, países de origem dos maiores contingentes de imigrantes sob o sistema de “Parceria”, desaconselhando a imigração para o Brasil. Desencadeia-se forte campanha e a imigração para o Brasil chega a ser proibida na Alemanha, em 1859. A Colônia Blumenau contava com 9 anos de fundação. A corrente de imigrantes alemães torna-se, depois de 1862, quase nula; quanto à portuguesa, diminui para mais de 50%. Houve uma exceção, quando um Dorf alemão – Dorf Böhlen – enviou, como forma de desterrar 155 pessoas para o Brasil, em 8 de março de 1852. A história dos imigrantes de Böhlen tornou-se pauta de pesquisa e estudos no momento presente e até mesmo,  a formalização de um pedido de desculpas por parte das instituições responsáveis por esta ação do século XIX. 

No início da década de 1860, os contratos de “Parceria” foram abandonados pelos cafeicultores. Os imigrantes deveriam ser estimulados a trabalharem e para isso era necessário que não ficassem sujeitos a dívidas impossíveis de saldar. A solução encontrada foi a adoção do financiamento da imigração pelo governo brasileiro. Difícil para os fazendeiros, o governo utilizou recursos públicos para pagar as passagens para o Brasil e o sustento inicial dos imigrantes, sem que precisassem devolver o dinheiro. Na década de 1880, o governo de São Paulo assumiu os custos para trazer imigrantes para a cafeicultura. Atendeu ao anseio dos fazendeiros, destinando parte do orçamento provincial para financiar a vinda de imigrantes em larga escala. Milhares de imigrantes vieram para São Paulo e para o Rio de Janeiro, atraídos pelas novas condições oferecidas. Também vieram para o Sul do país. Migravam internamente, do Sudoeste do Brasil para o Sul, ação viabilizada pelas facilidades oferecidas pelo governo brasileiro, o que não deixou Hermann Blumenau muito feliz, de acordo com uma carta sua de 1878, que encontramos no Setor de Documentos Raros da Biblioteca Central da Universidade de Santa Catarina – UFSC. Para acessar seu teor: Correspondência Oficial de 1876.

Correspondência Oficial – 25 de fevereiro de 1876 – de Hermann Bruno Otto Blumenau

Rio de Janeiro – Capital do Brasil

No Rio de Janeiro, segundo COSTA, a partir de 1850 começaram a surgir na região, seguindo o exemplo do Senador Vergueiro, fazendas de café com o sistema de “Parceria”. Em muitas delas, os parceiros eram portugueses. Entretanto, em março de 1852, foram embarcados em cinco navios hamburgueses, entre 800 e 900 colonos alemães com destino ao Brasil. Esses haviam sido solicitados por sete grandes proprietários do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao representante do Brasil, em Hamburg. Assim, somente na província do Rio de Janeiro, haviam cinco fazendas que adotaram o sistema “Parceria”, para receber esta leva de imigrantes alemães. São elas: Fazenda Independência, de Nicolau Antônio da Vale da Gama; Fazenda Santa Justa, de Brás Carneiro Bellens; Fazenda Santa Rosa, do Barão de Baependi; e a Fazenda de Coroas, da Marquesa de Valença. 

Todas contaram com a mão de obra de imigrantes alemães naturais da Preußen, Holstein, Turíngia (imigrantes de Böhlen), Hesse e Darmstadt.  

Fonte: STEINER

Em 1862, alguns anos após a revolta dos imigrantes da fazenda de Ibicaba – em São Paulo, dava-se por acabada a experiência com o sistema de “Parceria” tanto no Rio de Janeiro, como em São Paulo. Liquidando ou não os seus contratos, muitos parceiros – imigrantes alemães dessas fazendas dirigiram-se para as colônias alemãs do Sul do Brasil na esperança de se tornarem pequenos proprietários, sonho da maioria dos imigrantes que migravam para o Brasil. 

Escrevemos uma breve biografia do pioneiro Gottlieb Reif, que muito contribuiu para toda a região do Vale do Itajaí. A sua esposa Catharina (solteira Wendt) –  ela nascida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1856, na Fazenda Independência, era filha dos imigrantes alemães Heinrich Wendt e Ana Bölque. Os Wendt haviam trabalhado, por alguns anos, como também acontecia com outras famílias de imigrantes, nas fazendas de café, ocupando o lugar da mão de obra escrava. Um grupo destes imigrantes do Rio de Janeiro, descontentes, mudaram-se para Blumenau e se fixaram na região de Itoupava – Colônia Blumenau, próximo ao lote que pertencia à família de Frederico Jensen. Também o empresário Johann Karsten, fundador Cia Karsten em setembro de 1882, trabalhou nas fazendas de café do Rio de Janeiro.

Johann Karsten

Johann Karsten: agricultor, chegou ao Rio de Janeiro, empregou-se em uma fazenda de café, e depois transferiu-se para Blumenau, onde instalou um pequeno moinho e uma serraria. Associa-se, depois, a um pequeno comerciante e a um tecelão e iniciam uma pequena tecelagem com 6 teares. VIDOR, 1995 – Pg 53

Itoupava – Blumenau

Handelmann, em sua obra “Geschichte von Brasilien” (“História do Brasil”), publicada em Berlin em 1860 na cidade de Berlin, também não detalha muito as fazendas que adotaram o sistema de “Parceria” da província do Rio de Janeiro. No décimo capítulo, no tópico dedicado à emigração europeia na província do Rio de Janeiro, o autor cita além de Nova Friburgo, Petrópolis e Valão dos Veados, as cinco fazendas de sistema de “Parceria” fundadas em 1852, na província. São elas: Santa Rosa, do Visconde de Baependy, com 132 imigrantes; Independência, do Valle da Gama (fazenda onde nasceu a esposa de Gottlieb Reif), com 172 imigrantes; Santa Justa, de Braz Carneiro Leão, com 155 imigrantes; Coroas, do marquês de Valença, com 143 imigrantes e Martim de Sá, de José Cardozo de Menezes, com 67 imigrantes. Segundo o autor, com base em uma informação oficial de 1855, a última fazenda se encontrava em plena decadência. Handelmann explica ainda que os imigrantes das citadas fazendas foram recrutados nas regiões de Holstein e Turíngia.

O jornal “Allgemeine Auswanderungs-Zeitung” n° 44, de 30 de outubro de 1857, publicou sob o título “Nachrichten von Halbpacht-Kolonisten” (“Notícias de Parceiros”) alguns trechos de cartas enviadas por imigrantes alemães estabelecidos na Fazenda Independência, aos seus parentes na Turíngia, escritas no mês de março daquele ano de 1857.

Em uma das cartas publicadas no jornal, o filho de Simon Jenssen explica a seu pai que ele ainda não havia quitado a sua dívida, mas esperava poder fazê-lo no ano seguinte “se Deus o mantivesse com saúde”. Acrescentava ainda que vivia despreocupado em relação à alimentação, que dinheiro não lhe faltava.

Se ainda não havia conseguido pagar a sua dívida, isto se devia ao cafezal que, como qualquer lavoura na Europa, nem sempre o solo era tão fértil. Ele devia ainda 137 mil réis, mas isto não o preocupava. Possuía 6 porcos, 1 cabra e cerca de 100 galinhas que lhe davam um bom rendimento diário. 

Outra carta, também endereçada a Simon Jenssen, o jornal transcreve o seguinte trecho:

“A minha dívida com a travessia já foi paga até o último tostão e assim posso ver à minha frente um futuro feliz e posso informar-lhes que comprei um cavalo por 60 mil réis. Nossa colônia se encontra em total prosperidade e em um ano tomará vulto se Deus nos der saúde e proteção. Também festejamos no dia 19 de março o dia da chegada à nossa propriedade, há 5 anos. Muitos colonos de Coroas festejarão conosco e quando a nossa festa terminar, muitos dentre nós também irão para lá participar da festa deles no dia 25. (…) Johann Dibbern, meu cunhado, é cocheiro do nosso senhor (Valle da Gama) no Rio e vai muito bem. O seu salário é de 30 mil-réis por mês. …”

A notícia do jornal continua a citar outros trechos de cartas provenientes da fazenda Independência:

Em 24 de fevereiro de 1860, a “Allgemeine Auswanderungs-Zeitung” (n.8) voltou a publicar uma pequena nota sobre a fazenda Independência: Segundo as últimas notícias de dezembro de 1859 provenientes da Colônia Independência na Província do Rio de Janeiro, que foi fundada em 1852 com 26 famílias alemãs, sob o sistema de parceria, o planejado assentamento é atualmente composto de 73 famílias e 330 pessoas, das quais 64 nascidas aí, enquanto somente 10 pessoas abandonaram a colônia. As famílias que se estabeleceram originalmente nesta já liquidaram as suas dívidas, sendo que a maioria já o havia feito antes do término do contrato. Os colonos se comportam bem, cumprem com as suas obrigações e estão tão satisfeitos com a sua sorte que não deixam a colônia apesar de não opor-se nenhum obstáculo se tiverem o desejo de ir para um outro lugar. Entre os moradores desta colônia foram distribuídos para cultivo 250.000 pés de café, isto é, cerca de 800 pés em média por pessoa. Como o proprietário, depois de afastadas as dificuldades iniciais, também se encontra satisfeito com os colonos, está a Colônia Independência, assim, em condições de prosperar e ainda mais, porque os alimentos cultivados pelos colonos e o gado criado por eles pertencem aos mesmos, embora isto não esteja incluído no contrato, mas sim, após descontado o necessário para o sustento da própria família, a metade do excedente deve ser revertida ao proprietário.

Este texto publicado pareceu-nos maquiado, uma vez que muitos destes saíram para procurar vida melhor no Sul do país e que os fazendeiros tiveram que criar outro sistema, ação movida pelo descontentamento dos imigrantes. Este texto apresenta aspectos de propaganda, para que mais imigrantes embarcassem para o Brasil. Hermann Blumenau fez isso também, como agente fiscal da “Sociedade para a Promoção da Emigração” e que tinha como agente na Alemanha, um editor de jornal, Günther Fröbel.

De acordo com o artigo de Débora Bendocchi Alves, o capitão L. Saabye do navio “Lorenz”, de Hamburg, relata ao capitão Valentin, a sua visita às fazendas Santa Justa, Independência (Onde nasceu a esposa de Gottlieb Reif) e Santa Rosa, onde ele reviu os imigrantes alemães que foram transportados nos navios “Princeß Louise”, “Catharine” e “Lorenz”. Há uma carta oriunda da fazenda Independência e da fazenda São Matheus, ambas no Rio de Janeiro.

Como Günther Fröbel era agente de emigração, há sempre a desconfiança de que os seus jornais estivessem à serviço dos seus interesses econômicos e que tivessem sido usados como meio de propaganda para a sua agência. 

Günther Fröbel era amigo de Hermann Blumenau e durante cerca de 20 anos mantiveram uma correspondência intensa. Além disso, Fröbel era agente de Hermann Blumenau na Alemanha e editor de vários livros escritos pelo último. A relação entre esses dois poderia ser talvez apresentada da seguinte maneira: o redator e agente Fröbel contribuía para a melhora da situação de penúria na sua região, orientando e incentivando os mais pobres a emigrar, enquanto o empreendedor Hermann Blumenau tentava ajudar os colonos nos seus primeiros anos, na nova pátria. Podemos dizer que os dois eram empreendedores, mas será que podemos afirmar que especularam com os emigrantes como, por exemplo, as companhias de navegação e seus corretores que viviam do transporte de “mercadoria-humana”? ALVES, p.160 2003.

A pergunta que se faz — e que se fez já nessa época — é se essas cartas foram realmente escritas pelos imigrantes e não foram censuradas pelos fazendeiros no Brasil ou pelo próprio Fröbel para servirem de propaganda ou de incentivo à emigração. Hoje é extremamente difícil verificar a autenticidade destas cartas publicadas na Alemanha pelo editor Fröbel. Apesar de sabermos que o mesmo só publicava cartas de imigrantes que haviam partido da Turíngia e inserir o nome e local de residência do destinatário para que o público pudesse averiguar sua autenticidade, mas permanece a dúvida. Por outro lado, Fröbel também tinha consciência de que as cartas que publicava em seu jornal, funcionavam como “estratégia de propaganda” para a emigração.

Plantações de café, no interior de São Paulo – imigrantes alemães – Foto: Frank and Frances Carpenter Collection

Brasilienlied

1 – Wir treten jetzt die Reise,
Zum Land Brasilienan.
Sei bei uns Herr und eise
Ja macheselbst die Bahn.
Sei bein uns auf dem Meere,
Mit gnadenreicher Hand,
So kommen wir ganz sicher,
In das Brasilien-Land

2 – Durch Gott sind wir berufen,
Sonst k”am’s uns nie in Sinn.
So glauben wir und wandern
Auf sein Geheiss dahin.
Gott führt uns auf dem Meere
Mit seiner Vaterhand,
So kommen wir ganz sicher
In das Brasienland

3 – Gott Schütz Brasilien Kaiser,
In seinem Lebenslauf.
Und kröne ihn mit Seegen,
Er nimmt uns willig auf.
Er will uns auch beschützen,
Mit gnadenreicher Hand,
So gehen wir mit Freuden
In das Brasienland

4 – Jetzt geht das Schiff in’s Meere
Bald ist es in dem Lauf,
So falten wir die Hände,
Zu Gott seh’n wir hinauf.
Er wolle uns beschützen,
Mit seiner Vaterhand,
So sind wir froh und fahren
Jetzt nach Brasieland.

5 – Die Freudenthränen fliessen,
Vom Aug auf unsern Schooss,
Nach überstandenen Leiden,
Ist unsere Frende gross.
Bald Läuft das Schiff in Hafen,
Bald treten wir auf’s Land.
Gott hat uns wohl begleitet,
Mit seiner Vaterhand.

6 – Willkommen spricht der Kaiser
Willkommen seid ihr mir.
Ihr sollt Antheil bekommen
An meines Landrevier.
Ich will euch wohl beschützen,
Mit gnadenreiche Hand,
Ihr meine Unterthanen,
In dem Brasilienland.

7 – Ach majestät’sscher Kainse,
Zu Füssen fallen wir;
Ja ja wir huldigen Treue,
So lang wir leben hier.
Gott höre unser Flehn,
Nimm unsere Seufzer auf,
Was wir allhier geloben,
Gott drück das Siegel drauf.

8 – So sind wir nun verbunden,
In das Brasiliendland.
Ach Vater Bleibe bei uns
Mit deiner Vaterhand.
Versorge uns mit Nahrung
Sey bei uns in der Noth,
Verlass uns nicht in Leiden,
Verlass uns nicht im tod.

(Tradução de STEINER 2019)
Canção do imigrante – do Brasil

1 – Hoje trilhamos a viagem,
Para o Brasil.
Sê conosco, Senhor, e prudente
Sim, faze tu mesmo o caminho.
Sê conosco no mar,
Com mão misericordiosa,
Assim chegaremos bem seguros,
Na terra do Brasil.

2 – Por Deus fomos chamados,
Do contrário jamais viria a nossa mente.
Assim cremos e caminhamos
Sob tua ordem para lá.
Deus conduza-nos no mar
Com sua mão paternal,
Assim chegaremos bem seguros
Na terra do Brasil.

3 – Deus proteja o imperador do Brasil,
Por toda sua vida.
E o coroe com bênçãos,
Ele nos acolhe com boa vontade.
Ele também quer nos proteger,
Com mão misericordiosa,
Assim entramos com alegria,
Na terra do Brasil.

4 – Agora o navio é lançado ao mar
Logo estará no seu curso,
Assim pomos as mãos em oração,
E elevamos os olhares a Deus.
Ele quer nos proteger,
Com sua mão paternal,
Assim partimos felizes,
Agora para a terra do Brasil.

5 – As lágrimas de alegria escorrem,
Do olho para nosso colo,
Pelos sofrimentos tolerados,
Nossa alegria é grande.
Logo o navio aportará,
Logo trilharemos a terra.
Deus nos escoltou bem,
Com sua mão paternal.

6 – Bem-vindos disse o imperador
Sejam bem-vindos para mim.
Recebereis vosso quinhão
Em meu pedaço de terra.
Eu quero protegê-los bem,
Com mão misericordiosa,
Vós, meus súditos
Na terra do Brasil.

7 – Ó majestoso Imperador,
A teus pés nos lançamos,
Sim, sim, nós reverenciamos lealdade,
Enquanto aqui vivermos.
Deus ouça nossas súplicas,
Acolha nossos suspiros,
O que aqui prometemos solenemente
Sob o selo de Deus.

8 – Assim nos unimos,
Na terra do Brasil.
Ó Pai, permaneça conosco,
Com vossa mão paternal.
Forneça nosso sustento,
Esteja conosco na miséria,
Não nos deixe padecer,
Não nos abandone na morte.

Em síntese:

Na metade do século XIX,  a economia brasileira sofria um baque mediante a redução e o valor da mão de obra escrava, simultaneamente, a produção do café e as fazendas cafeicultura aumentavam e ocupavam o interior dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, precisando de mão de obra ágil, que não encontravam no homem nascido na região a partir do cruzamento das etnias, denominado “caboclo”.

Neste mesmo período, em solo europeu ocorriam transformações e impactos sociais – resíduo da industrialização tardia e a troca do manufaturado pela mecanização do espaço industrial, originando pobreza e fome em algumas regiões desabastecidas destas “atualizações” tecnológicas e que foram afetadas diretamente.

No Brasil, os cafeicultores optaram pela mão de obra do imigrante da Europa, pela capacidade de produção. Na Europa, aliciavam a população empobrecida e vítima do novo cenário econômico industrial, seduzindo-os com propaganda e promessas que não eram cumpridas no Brasil e estes agentes migratórios tinham como parceiros locais, dirigentes e religiosos que acreditavam, com isso, estar resolvendo seus problemas sociais locais.

Despachavam seus “pobres” para o Brasil, apoiando-se na ideia de que em solo brasileiro, estes poderiam se tornar proprietários e aliviar sua fome. No entanto, não sabiam as reais condições de trabalho e nem que estes ocupariam o lugar da mão de obra escrava e em muitos casos, suas instalações, “amarrados” ao seu senhor através de uma grande dívida -adquirida ainda durante a viagem da Europa para o Brasil, esta não esclarecida e ocultada na hora da contratação.

Todo este sistema, também contava com uma rede de jornais alemães, que propagavam “notícias” sobre o Brasil e até correspondências de alemães que viviam além-mar, com fatos inverídicos, caracterizando as fakenews naquela época. A exemplo desta situação – em 1852 as autoridades do Dorf Böhlen, sem considerar a vontade das pessoas envolvidas, enviaram 155 pessoas para as fazendas de café do Rio de Janeiro, que foram embarcadas em 3 navios. Governos europeus receberam denúncias do Brasil, sobre a situação de seus conterrâneos em solo brasileiro. Tomaram providências, entre elas, a fundação da Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães” – Colonisation Vereins Hamburg – com sede em Hamburg. Hermann Bruno Otto Blumenau foi um dos fiscais enviados para o Brasil para checar a situação de seus compatriotas. Este retornou para a Alemanha com a narrativa de que os imigrantes alemães estavam em situação muito boa, com isso, impulsionava os planos para seus próprios negócios. Junto com o editor de jornal alemão Günther Fröbel, seu amigo, publicaram propagandas sobre as vantagens de migrar para o Brasil.

Há artigos publicados na Alemanha sobre isso. Fröbel também publicava partes de cartas de emigrados em seu jornal que narram um contexto romanceado e muito diferente do que realmente acontecia nas fazendas de café do Brasil.

Um Registro para a História.

Referências

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Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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