Quem foi Marcos Liesenberg, tenor dos palcos do mundo que partiu cedo e silenciou Blumenau
A história é contínua no cenário da cidade que escolhemos para viver. Os filhos dos filhos dos filhos dos filhos continuam escrevendo-a para estar inserido neste recorte desta história contínua. Nem sempre esta é imbuída de fotografias em tons amarelados e bicolor, mas feitas e marcadas quase no tempo contemporâneo.
Apresentamos um pouco da história de um descendente de uma família pioneira do século XIX, de Blumenau, que nunca deixou de praticar a música, que sempre se fez presente no seio de seus antepassados e na família Liesenberg, os quais também, trouxeram em suas bagagens os instrumentos musicais.
Fez uso de sua persistência e dedicação para destacar a música em Blumenau, no estado de Santa Catarina e em horizontes maiores. Partiu prematuramente, deixando seu legado e exemplo para uma geração de jovens músicos, cantores e instrumentistas, e nós deixamos registrado para a história.
Vamos conhecer um pouco do trabalho de Marcos Liesenberg, representante da quinta geração de uma família pioneira da Colônia Blumenau – neste 13° artigo da coluna Registro para a História.
A notícia da partida prematura do tenor Marcos Liesenberg, aos 45 anos de idade, em 22 de agosto de 2015, silenciou a cidade de Blumenau, Santa Catarina e o universo musical erudito, vozes e instrumentos musicais.
Era o condutor de uma carreira brilhante, construída de maneira sólida, desde tenra idade e, da qual, acompanhamos parte. Como graduado em letras e na intimidade do entendimento deste trabalho que desenvolvemos, nos corrigiu alertando de que o nome correto de Blumenau, nos primeiros períodos históricos era “Colônia Blumenau”, acusando que acompanhava, de perto, este trabalho, e também nos mantinha informados sobre seus projetos artísticos/culturais.
“Dia 19 de agosto de 2015 – quarta-feira – sentiu uma dor muito forte no peito. Passou. A dor se repetiu. Buscou ajuda no Hospital e a equipe de saúde lhe disse que era uma consequente dor causada pela ansiedade e estresse. Sentindo a dor novamente, buscou ajuda no Hospital e novamente repetiram o laudo – dor muscular causada pela ansiedade e estresse. Descreveu a dor aos familiares – um “ardor” que irradiava para os braços. Em 21 de agosto de 2015 – sábado – procurou novamente ajuda no Hospital e não resistiu a dor. ”
M a r c o s L i e s e n b e r g, filho de Alberto Liesenberg e de Isa Liesenberg (Solteira Kaestner), nasceu em Blumenau no dia 18 de novembro de 1969. Foi consciente e incansável defensor da cultura a partir da história, da música, da literatura, a partir da erudição. Foi guiado, de forma disciplinada e perfeccionista, pela sensibilidade e determinação. Liesenberg graduou-em Letras e fazia questão de enaltecer a importância da escrita, da prática do português correto, bem como, do falar e escrever no idioma alemão, que dominava – língua ancestral – e que usava magnificamente na interpretação das óperas, inclusive em palcos da Europa.
Sua família descende de pioneiros imigrantes alemães, fixou-se na Colônia Blumenau no século XIX, praticamente um século antes de seu nascimento, em 1867, onde atualmente está localizado o atual Bairro de Itoupava Central e Vila Itoupava – na época Colônia Blumenau, e área rural. O pioneiro da família Liesenberg foi Eduard Liesenberg – seu trisavô, nascido em 24 de outubro de 1833 (+1°/09/1911) na cidade alemã de Schöningen – Braunschweig, onde exercia a atividade de mineiro, casado com Auguste Liesenberg (nascida Müller) sua trisavó, nascida em 21 de março de 1842 (+ 03/06/1927 – Itoupava Central) na cidade alemã de Haynrode, migraram para Blumenau com seu único filho Johann Carl Wilhelm Liesenberg, que tinha 6 anos de idade, quando chegaram na Colônia Blumenau. Carl, seu bisavô, nasceu em 10 de dezembro de 1860 (+ 23 de fevereiro de 1917 – Massaranduba – Colônia Blumenau) na cidade alemã de Schöningen – Braunschweig.
A família Liesenberg embarcou no porto de Hamburg em 22 de junho de 1867, na 3° classe do navio Zanzibar e chegaram no porto de São Francisco em 22 de agosto de 1867 e na Colônia Dona Francisca em 24 de agosto de 1867, completando 2 meses de viagem. Estiveram a bordo 149 pessoas, com destino à Colônia Dona Francisca e à Colônia Blumenau e que estavam sob o comando do Capitão Thormälen.
Em 3 de junho de 1884, com 23 anos, o bisavô de Marcos Liesenberg, Johann Carl Wilhelm Liesenberg se casou com Emile Franziska Ottilie Müller, cerimônia oficiada pelo pastor Sandrezcki – na Colônia Blumenau. O casal teve 13 filhos e entre estes estava seu Opa, avô, Albert Liesenberg, nascido em Blumenau, em 9 de outubro de 1886 (+ 17 de abril de 1960). Seu avô se casou com Marie Liesenberg (solteira Krause), nascida em 26 de julho de 1887 (+ 28 de março de 1968).
Alberto Liesenberg, pai de Marcos Liesenberg, nasceu em Blumenau no dia 22 de julho de 1927 (+ 12/07/1994) e se casou com Isa Liesenberg (solteira Kaestner), mãe de Marcos Liesenberg. O casal Alberto e Isa Liesenberg tiveram os filhos: Ingelore (20/09/1953), Ingomar (14/12/1954), Annemarie (24/03/1959 e o Marcos (18/11/1969).
Marcos Liesenberg teve sua infância marcada pela presença de reuniões familiares, em uma comunidade de Blumenau, que na época tinha características rurais, com práticas culturais dos antepassados, repassadas de uma geração para a outra. Começou sua iniciação musical aos seis anos de idade, cantando no coro, quando acompanhava seus pais Alberto e Isa. Neste mesmo tempo, também iniciou seus estudos com flauta doce. Quando já adulto, tocava todos os tipos de flautas e formou um grupo de flautistas que chamava de “Divina Melodia”. Regeu o Coro Misto da Comunidade Luterana (IECLB) de Itoupava Central por dez anos. Também tocava violino.
Marcos Liesenberg estudou em escolas públicas da comunidade. No período da 1° até a 3° série, estudou na EEB Emílio Baumgart, localizado na Rua Dr. Pedro Zimmermann, 9611 – Itoupava Central, Blumenau/SC. Do período entre a 4° série e 8° série, estudou na Escola Básica Municipal Anita Garibaldi, também localizado na Rua Dr. Pedro Zimmermann, somente que sob o número 5900. Na Escola Básica Municipal Anita Garibaldi, sua irmã mais velha, Ingelore, foi sua professora de Língua Portuguesa na 5° e 6° série.
Marcos Liesenberg cursou seu segundo grau na Escola Evangélica da cidade gaúcha de Ivoti. Optou pela escola, pois uma de suas principais características era o alinhamento com a formação musical. Na escola, ingressou com habilitação para a atividade de Tradutor e Intérprete português/alemão e iniciou seus estudos de violino e também, tornou-se coralista do Coro escolar.
Depois de concluído seus estudos secundaristas, imediatamente ingressou na faculdade de Letras da FURB, Blumenau/SC.
Um pouco de sua carreira…
O Tenor Marcos Liesenberg nasceu em Blumenau e se formou bacharel em Letras – FURB, com 21 anos de idade. Colou grau em 21 de dezembro de 1990. Também fez parte de sua formação (cultural/artística), como mencionado, o estudo de flauta doce, violino e regência coral.
Em 1995 se mudou para Curitiba para estudar canto com Neyde Thomas. Em 1996, passou a integrar a Camerata Antiqua de Curitiba, na qual atuou como solista em diversas cantatas e oratórios de compositores barrocos, como Bach, Schütz, Buxtehude, entre outros.
Desde 1998, Marcos Liesenberg atuou como solista junto a diversas orquestras brasileiras e nos principais teatros brasileiros.
Em Curitiba, participou das montagens das óperas Il Barbiere di Siviglia de Rossini, Bastien und Bastienne, Così fan Tutte, Die Zauberflöte de Mozart e L’Elisir d’Amore de Donizetti.
Em 2003, participou do espetáculo Barroco! no CCBB de Brasília. No Rio de Janeiro, solou a Nona Sinfonia de Beethoven com a Orquestra Sinfônica e o Coro do Theatro Municipal do RJ e a Paixão de São João de Bach, com a Cia. Bachiana Brasileira, na Sala Cecília Meirelles. Participou ainda do espetáculo O Último Dia, sobre a vida e obra do Padre José Maurício, no CCBB-RJ, da montagem da ópera O Barbeiro de Sevilha, no papel do Conde Almaviva, no Palácio das Artes de Belo Horizonte (MG) e do Réquien, de Mozart, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, no Teatro Municipal do RJ, além de se apresentar em recitais de música de câmara em diversas salas de concerto.
Em janeiro de 2004, atuou no papel de Mozart, na ópera Mozart & Salieri, de Rimski-Korsakov, em Curitiba e no papel de Herr Vogelsang, da ópera Der Schauspieldirektor, de Mozart, em temporada no SESC Copacabana – RJ.
Conquistou o terceiro prêmio no V Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão, em abril de 2004. Ainda em 2004, atuou nas óperas Turandot(Pang), de Puccini, no Palácio das Artes de BH, Zaira (Orosmane), de Queiroz, em Juiz de Fora, além de solar no papel do Evangelista, na Paixão segundo João, de Bach, em Porto Alegre, com a Orquestra de Câmara da ULBRA.
Em 2005, abriu as temporadas das orquestras da UNISINOS, solando a Missa de São Sebastião, de Antônio Carlos Gomes, e da Orquestra do Theatro São Pedro, de Porto Alegre, como Evangelista, na Paixão Segundo João, de Bach. Na Sala São Paulo, solou a Messe Solennelle, de Charles Gounoud. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro, interpretou Malcom em Macbeth, de Verdi. No Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, interpretou Antônio, na ópera Aquiry, de Mário Brasil, Die Zauberflöte (Tamino) de Mozart e Magnificat de J.S.Bach no Festival Aldo Baldin, em Florianópolis e A Viúva Alegre (Camille) de Franz Lehar, em Ipatinga (MG), Weihnachts-Oratorium de Bach (Evangelista e árias) com a Camerata Antiqua, em Curitiba e The Messiah, de Handel, com a Orquestra de Câmara de Blumenau, em Blumenau.
Em 2006. Marcos Liesenberg foi solista de obras, como: Die Sieben Letzten Worte des Erlösers am Kreuze, de J. Haydn com a OSESP , Christus am Ölberge, de Beethoven, abrindo a temporada do TMRJ, com a OSTRJ Stabat Mater, de Gioachinno Rossini, com a Orquestra Sinfônica do Paraná, Don Giovanni (Don Ottavio), de W.A. Mozart, no Teatro Guairá e no Teatro Comunale di Adria na Itália. Ainda em 2006, atuou na estreia mundial da ópera O Cientista, de Sílvio Barbatto, no TMRJ, entre outros.
Mudou-se para Salzburg, na Áustria em janeiro de 2007, onde se destacou em elogiosas atuações como em Johannes Passion (de Johann Sebastian Bach, com a Salzburger Konzertgesellschaft na Grosse Universitatsaula, em Salzburg, cuja crítica elogiou sua performance, destacando a plasticidade de sua articulação e propriedade da sua interpretação dramática do texto como evangelista”.
O Requiem, de W. A. Mozart, Cantata do Café, de J.S.Bach, Dido e Enéas, de Henry Purcell, Jubelmesse, de Carl Maria von Weber, entre outras. Em junho de 2007, atuou como Fernando na ópera Cosi fan tutte, de W.A. Mozart, numa produção do Mozart e um de Salzburg, com a Orquestra do Conservatório de Moscou, na cidade de Salzburg.
No Brasil, em 2007, foi solista em obras como Eine kleine Freimaurerkantate, de W.A.Mozart, Nelson Messe, de J. Haydn; Les Illuminations, de Benjamin Britten e On Wenlock Edge, de Ralph Vaughn Williams, com a orquestra da Camerata Antiqua de Curitiba, em dezembro de 2007.
Desde setembro de 2007 foi solista contratado do Theater Nordhausen / Loh-Orchester, na Turíngia, Alemanha. Neste teatro nas temporadas de 2007/2008 e 2008/2009 atuou nos papéis de Jaquino, da ópera Fidelio, de Ludwig van Beethoven; Conde Boni Kancsianu, na opereta Die Csárdasfürstin, de Emmerich Kalman. Por cuja atuação recebeu elogiosas críticas. Em estreia mundial, foi solista do balé Die Heilige, de Renée Hirschfeld.
Na temporada 2008/2009, atuou em Eine Nacht in Venedig, de Johann Strauss, no papel de Caramello; no musical On the Town, de Leonard Bernstein, no Papel de Chip; na ópera Os Contos de Hoffmann, de Jacques Offenbach, nos papéis de Andreas, Pitichinaccio, Franz e Cochenille; na ópera Don Giovanni, de Mozart, no papel de Don Ottavio e na opereta Im weissen Rössl, de Ralf Benatzki, no papel de Leopold.
Em dezembro de 2008, foi solista no Oratório de Natal, de J.S.Bach, com a OSUSP e em Die Schöpfung, de Haydn, com a Camerata Florianópolis.
Em 2009, cantou o papel do Conde De Almaviva, da ópera O Barbeiro de Sevilha, em Florianópolis e a Nona Sinfonia de Beethoven,; com a OSMG, em Belo Horizonte, Die Jahreszeiten, de Haydn, entre outros.
Em 2010, solou a Paixão segundo João, de Johann Sebastian Bach, com a Camerata Florianópolis, em Blumenau e Florianópolis. Entre outros, foi solista no Theatro São Pedro de SP dos concertos Gala Rossini e da opereta A Viúva Alegre, de Franz Lehar.
Em 2011, foi solista de obras como A Cantata do Café, de Johann Sebastian Bach; A Viúva Alegre, de Franz Lehar, Paixão segundo João, de Bach, com a Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo, 9ª. Sinfonia, de Beethoven, com a Camerata Florianópolis, entre outras.
Em 2012, sua agenda conta com compromissos na Europa e no Brasil, destacando-se a ópera Idomeneo, de Wolfgang Amadeus Mozart, no Theatro Municipal de São Paulo e a opereta Die Fledermaus, em Würzburg, na Alemanha, a opereta A Viúva Alegre, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Palácio das Artes, de Belo Horizonte, entre outras.
Gravou quatro CDs de música colonial latino-americana, Matinas de Natal de João de Deus Castro Lobo e Novenas, do Padre José Maurício Nunes Garcia, Missa de San Ignácio, de Domenico Zipoli e De Capella, do Padre José Maurício Nunes Garcia, além de um registro em CD do Oratório de Natal de Bach, com a Camerata Antiqua de Curitiba, como o Evangelista.
Em 2011, ainda participou do Concerto do Advento ao lado da Orquestra de Sopro, Cordas e Percussão (Furb, 23° Batalhão e Teatro Carlos Gomes), organista e pianista Hans Jopp e Coros do C.C. 25 de Julho de Blumenau, do Barítono Douglas Hahn, da Soprano Paula Tessarolo e Mezzo-soprano Ruth Klein.
Em 2012 – estrelou o espetáculo Uma Noite em Viena, concerto de árias de Opereta e Canções Alemãs, conta com compositores como: Johann Strauss, Ralph Roberts, Robert Soltz, Franz Lehár, Max Raabe, Friedrich Hollaender, Ralph Benatzky e Emmerich Kalman, acompanhado pela pianista Sandra Mohr, e quarteto de cordas liderado por Paulo Mannes. Depois de temporadas na Áustria e Alemanha, onde adquiriu experiência também no campo das operetas, Marcos Liesenberg apresentou um espetáculo romântico, cujo repertório foi composto de árias de operetas, como: Der Zigeunerbaron e Eine nacht in venedig, de Johann Strauss; Paganini e Das Land de Lächelns, de Franz Lehár; Die Csardasfürstin e Gräfin Maritza, de Emmerich Kálmán; Im Weissen Rössl, de Ralph Benatzky; e canções alemãs dos compositores Ralph Roberts, Robert Stolz, Max Raabe e Friedrich Hollaender.
Em 2012 – idealizou e iniciou, com Roberto Fabiano Rossbach – o Vocal Consorte Blumenauensis – Um coro de câmara, formado por cantores blumenauenses e da região. O Vocal Consort Blumenauensis tinha como objetivo, realizar uma temporada anual de concertos de música clássica e sacra para a comunidade blumenauense e região, oferecendo música de qualidade do gênero e fornecendo oportunidade às vozes presentes.
Em 2013, estreou no Recital Paixões, no Teatro Carlos Gomes, ao lado de Sandra Mohr no piano. Liesenberg definiu o recital como uma viagem pelo repertório clássico de árias barrocas, “lieder”, chansons (canções francesas), canções italianas e brasileiras. Abordou sentimentos como amor, ódio, remorsos, alegria, saudades, nostalgia, sofrimento, o programa compreende obras de compositores como Giovanni Battista Pergolesi, Johann Sebastian Bach, Georg Friedrich Händel, Gabriel Fauré, Johannes Brahms, Franz Schubert, Giuseppe Verdi, Hector Berlioz e Waldemar Henrique.
Em 2015 – Folia Renascentista, trabalho de grande sucesso, não somente na cidade de Blumenau, mas também, na cidade de Joinville.
F o l i a R e n a s c e t i s t a é uma amostra de canções seculares francesas, alemãs, espanholas e madrigais ingleses e italianos, interpretados pelo coro de câmara Vocal Consort Blumenauensis, acompanhado de instrumentos como cravo, violão, flauta doce e percussão. Nestas canções, cantadas geralmente em reuniões sociais, compositores como Arcadelt, Morley, Monteverdi, Encina, dentre vários outros, buscavam transmitir ao ouvinte as ideias e as paixões do texto, igualando seriedade, nobreza e o engenho do poema. Os artistas se apresentaram em trajes de época, enriquecendo, assim, a atmosfera histórica do espetáculo.
Há outros muitos trabalhos para apresentar uma amostra de seus feitos – até seus 45 anos de existência, para a arte e canto, não somente na cidade de Blumenau e região, mas além destes limites, até mesmo do Brasil.
Grande parte desta amostra foi repassada para nós por ele mesmo – atendendo nosso pedido, ciente de sua compreensão sobre este trabalho – registro para a História, da qual faz parte neste momento. Deixou, em alguns momentos de sua jornada, claro o objetivo de levar cultura de qualidade, de maneira democrática e acessível à toda a comunidade – à todas as comunidades.
“Marcos foi um dos principais nomes da música erudita em Santa Catarina, com importante carreira em espetáculos na Europa e por todo o Brasil, além de um forte incentivador do canto em Blumenau, onde foi responsável por inúmeros espetáculos no Teatro Carlos Gomes. Solista no canto lírico, apresentava-se em eventos como o Advento de Natal realizado anualmente em Blumenau, além de importantes operetas alemãs como “Uma Noite em Viena”. Atualmente, trabalhava na produção de um recital de canções alemãs que seria apresentado em outubro.” Francisco Fresard – JSC
Depoimentos após sua partida – 2015.
“Hoje meu coração se encheu de tristeza ao receber a notícia do falecimento do meu amigo Marcos Liesenberg. Compreender os propósitos de Deus, muitas vezes é difícil…principalmente ao saber da partida de alguém que tinha tantos planos, tanto conhecimento e experiências a compartilhar. Marcos, sempre sentiremos saudades tuas, mas tenhas a certeza que deixaste teu legado pessoal e na música que tocará para sempre em nossos corações.” Elke Haas da Fonseca
“Lamentamos, grande perda para a cultura em Blumenau. Ontem calou-se uma voz que encantou muita gente. Aos 45 anos, interpretando Teseu em ópera, falece Marcos Liesenberg. Que seu esmero pela boa música jamais seja esquecido.” Renato Kreutzberg
“Hoje o dia amanheceu incrivelmente triste, nos mostrando o quão efêmera é a vida. Porque podemos acordar, cotidianamente viver e a noite ser o seu último suspiro…ingratamente o seu último suspiro. Sem ao menos te perguntar o que deseja fazer em seu último sábado, qual sorvete deseja experimentar, que música ouvir, que abraços abraçar…E assim, como quem aperta um botão partimos para outra dimensão, outro mundo, outro conhecimento, voando até que se dê conta que realmente se foi, pelo menos, do que entendemos como realidade. E um outro mundo se abre, com outras leis e outros conhecimentos. Um fim que te leva ao pequenino começo da vida. Segue em paz nosso eterno Teseu…” Sue Gotardo
“Muss leider soeben über der tot einen lieben Kollegen und freund lesen. Weiß keine Einzelheiten aber bjn total schockiert….r.i.p Marcos Liesenberg So sad to read about the death of my tenor friend and colleague. Dont know what happened but wish you Marcos that you Rest in peace.” Alec Otto
“Die schlimmsten Fragen im Leben sind immer die, auf die es keine zufriedenstellenden Antworten gibt. Ruhe in Frieden lieber Marcos Liesenberg.” Alexandra Jende
“Foi um privilégio ter sua amizade, desfrutar com você de grandes momentos no palco e acima de tudo fazer parte do seu círculo de amigos.” Douglas Hahn
Wir haben dich im Leben geliebt und werden dich im Tode nicht vergessen lieber Marcos Liesenberg. Margit Didjurgeit
“Trabalhei 7 anos com Marcos Liesenberg. Conheci-o bem! Foi meu aluno de francês e fui uma de suas incentivadoras para que buscasse viver o seu maior sonho…cantar. Trabalhando como Comprador, Marcos não era feliz. Fica aqui minha maior admiração não somente pelo cantor que sempre foi, mas principalmente pelo ser humano que assumiu seu sonho, em algumas vezes pagando um preço pesado, mas na maioria delas encantando com sua maravilhosa voz.” Josmeri do Nascimento
“I still can’t believe… I remember he was always smiling and had positive energy.. Loved his roll “Boni” in “csardasfürstin”… Rest in peace, Marcos Liesenberg.” Mana Miyagawa
“Mestre Liesenberg. Nosso amigo, companheiro, sempre com um sorriso no rosto, sempre disposto a inovar, a fazer, a incentivar e ajudar a quem precisava.Sabemos que há tempo para todo o propósito debaixo do céu, que há tempo de nascer e que há tempo de morrer. Da diversão dos ensaios, das operetas, das orquestras, da amizade, do ser humano que eras e que permanecerá carinhosamente em nossa memória.” Quarteto Allegro
Lamentável a perda para a Cultura e a Música Erudita de Santa Catarina. Tive a oportunidade de assistir a uma de suas apresentações em Florianópolis, um esmero de voz e interpretação. Altair G. Souza
Texto Obituário
Marcos Liesenberg morre vítima de infarto
Tenor blumenauense tinha 45 anos e era referência à música erudita no Estado
Morreu ontem de madruga da o tenor blumenauense Marcos Liesenberg. Aos 45 anos, ele foi vítima de um infarto por volta da meia-noite. O enterro ocorreu à tarde.
Marcos foi um dos principais nomes da música erudita em Santa Catarina, com carreira em espetáculos na Europa e Brasil. Incentivou o canto em Blumenau e se responsabilizou por espetáculos no Teatro Carlos Gomes. Solista no canto li rico, apresentava-se em eventos como o Advento de Natal, além de operetas alemãs como “Uma Noite em Viena”. Atualmente, trabalhava na produção de um recital de canções alemãs que seria apresentado em outubro. Marcos Liesenberg nasceu em Blumenau em 1969, Graduou-se em Letras e estudou flauta doce, violino e regência de coral. Desde 1998 atuou como solista em orquestras brasileiras e europeias. Morou na Áustria, onde se destacou em óperas em Salzburgo e na Alemanha. Em Blumenau, foi preparador vocal do grupo Vocal Consort Blumenauensis, coro de câmara voltado à música erudita.
Pela internet, amigos, colegas, familiares e apreciadores de sua obra prestaram homenagens.
-Nessa hora em que as palavras faltam, escolhemos homenagear ele com a música. contou a professora de Artes da Furb Melita Bona, que reuniu um coro para cantar uma das obras de Bach durante o velório.
Projeto
Liesenberg produzia um recital de canções alemãs para outubro.
SANDY NASCIMENTO, 24/9/2014
Um registro para a História.
Referências
- WITTMANN, Angelina. Marcos Liesenberg – tenor dos palcos do mundo que partiu cedo e silenciou Blumenau. 23 de agosto de 2015. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2014/09/mansarddach-um-tipologia-de-telhado.html
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twiter)
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