Relembre quando a ‘Grávida de Taubaté’ usou ultrassom de gestante de Blumenau

Blumenauense processou a responsável da história fantasiosa por danos morais

Há 13 anos, o Brasil era apresentado à história da ‘Grávida de Taubaté’, uma mulher que alegava estar grávida de quadrigêmeos, algo que não é muito comum. A situação logo ganhou notoriedade na mídia e a mulher era convidada para dar entrevistas sobre a suposta gestação. Pouco tempo depois foi descoberta a farsa: Maria Verônica Santos nunca esteve grávida. Para dar veracidade à história, a mulher usou o ultrassom de uma gestante de Blumenau.

Ao contrário de Maria Verônica, a gravidez de Ana Paula Muckenberger Alves, hoje com 42 anos, mas que na época dos fatos tinha 28 anos, era verdadeira. As imagens do ultrassom mostravam o filho Pietro Rhuan Martins, que hoje já é um adolescente de 14 anos, na barriga da mãe.

Na época em que ficou grávida, Ana mantinha um blog para relatar a gravidez. Em conversa com o jornal O Município Blumenau, a blumenauense recorda que o site era uma espécie de diário, muito comum entre as gestantes que compartilhavam suas descobertas, experiências e dicas para essa fase.

Grávida de Taubaté

No blog, Ana postou as fotos do ultrassom do filho. “Eu tinha esse blog, que era um passatempo muito gostoso para mim. Eu tentava atualizar periodicamente. Eu tive uma consulta com ultrassom 3D e fiz uma montagem com quatro fotos do meu filho Pietro e coloquei no meu blog. Ela pegou de lá”, afirma a mãe.

Essas imagens foram usadas indevidamente por Maria Verônica. Para dizer que esperava quatro bebês, Maria Verônica pegou a montagem feita por Ana com o ultrassom do filho e alegou que cada uma das imagens mostrava uma das filhas que supostamente carregava na barriga.

O objetivo de Ana era continuar alimentando o blog após o nascimento do filho, mas, devido toda situação, ela decidiu tornar o blog privado para evitar novas dores de cabeça.

Ana com o filho Pietro que hoje é um adolescente | Foto: Arquivo pessoal

Processo contra ‘Gravida de Taubaté’

Em 2012, quando surgiu a ‘Grávida de Taubaté’, o filho de Ana já estava com mais de um ano de vida. Foi por meio de uma denúncia anônima que ela descobriu toda a situação. Ana não havia acompanhado a reportagem que apresentava a ‘Grávida de Taubaté’ ao mundo. “Me enviaram um e-mail anônimo avisando que o ultrassom que ela teria apresentado como sendo das quatro Marias, poderia ser meu. Foi daí que eu pensei: ‘Nossa, deixa eu investigar isso”, relembra.

Com a descoberta, Ana decidiu entrar na Justiça contra Maria Verônica por danos morais. “Ela teve que vir até Blumenau se explicar perante a mim e ao juiz. Fiquei frente a frente com ela e ela pediu perdão na época. O advogado dela disse que ela desenvolveu uma doença psicológica e que ela vivia uma fantasia”. A ‘Grávida de Taubaté’ foi condenada a pagar para blumenauense algo em torno de R$ 5 mil devido ao uso indevido do ultrassom.

Ana recorda que na época que o caso foi descoberto, se sentiu sufocada com a procura da mídia.

Privacidade nas redes sociais

A situação caótica fez Ana reavaliar o que compartilha na internet e até hoje ela tem restrições em suas redes sociais. “É chocante o que as pessoas podem fazer com as nossas coisas pessoais. Eu queria que fosse um diário, uma coisa boa, mas eu fiquei perplexa”, relembra.

Muitas pessoas começaram a seguir a blumenauense nas redes sociais após a história vir à tona. “Isso me fez repensar sobre a loucura que é esse mundo virtual, onde as pessoas acham que podem tudo, e tratam a internet como uma terra sem leis”, diz Ana.

Por questões de privacidade e segurança, Ana tem as redes sociais fechadas e analisa cada solicitação de novo seguidor que recebe, pesquisando quem é aquela pessoa antes de aceitar. O blog e os conteúdos postados também estão privados. “Até hoje eu cuido muito com o que eu posto, pois realmente a internet não é brincadeira”, pontua.

Na época da gestação de Pietro, Ana tinha um blog sobre a gravidez | Foto: Arquivo pessoal

História virou motivo de risos

Hoje, a história da ‘Grávida de Taubaté’ virou meme nacional e até fantasia de Carnaval. Recentemente, em janeiro deste ano, Maria Verônica ressurgiu na internet com um canal no YouTube, onde já falou sobre o episódio do passado e traz conteúdos religiosos. Em fevereiro, ela participou de uma entrevista em uma emissora de TV onde alegou que, na época do caso, participava de uma seita e teria sido instruída pelos participantes para mentir sobre a gestação das quadrigêmeas.

A blumenauense conta que até hoje é marcada em matérias que envolvem a ‘Grávida de Taubaté’, geralmente por pessoas que a conhecem ou que lembram dos detalhes da história.

Ela afirma que perdoou Maria Verônica pelas atitudes. “Hoje em dia, quando comento sobre a história com alguém, encaro como algo ‘engraçado’ que aconteceu na minha vida — e na do meu filho —, pois, no fundo, não passou de uma grande palhaçada e trapalhada por parte da Verônica”, diz.

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