Rótulos de cerveja terão de ser mais claros na descrição dos ingredientes

Arroz, milho e aveia devem começar a aparecer em lugar de "cereais não maltados"

A partir de 6 de novembro de 2019, os rótulos de cervejas brasileiras terão de informar claramente ao consumidor quais ingredientes compõem os produtos. A instrução normativa publicada na última semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é resultado de um acordo entre Ministério Público Federal (MPF), União e as cervejarias Brasil Kirin, Petrópolis, Kaiser e Ambev.

Na prática, termos como “cereais não maltados ou maltados” não serão suficientes. O cereal ou amido que compõe a cerveja deverá ser citado no rótulo em ordem decrescente de proporção. Ingredientes como arroz, trigo, milho, aveia, triticale, centeio e sorgo começarão a aparecer.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli, estes itens são amplamente utilizados pelas multinacionais ligadas à cerveja.

“Com eles, é possível aumentar a produção em detrimento das características sensoriais do produto. E isso não ficava claro para o consumidor com a adição de termos que muitas vezes encobriam esses ingredientes”, explica.

Cervejas artesanais

Para Lapolli, este é um impulso para o segmento de cervejas artesanais independentes. Até setembro deste ano, 156 novas fábricas se instalaram no Brasil, um aumento de 23% em relação a dezembro de 2017. Atualmente, 835 cervejarias estão em operação.

Desde março de 2018, a Abracerva trabalha para disseminação do selo de Cervejaria Independente Brasileira. Criado para facilitar a identificação do consumidor de marcas verdadeiramente artesanais, o material já está em uso por mais de 200 cervejarias.

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