As doenças de Crohn e retocolite ulcerativa são doenças inflamatórias intestinais. Apesar de apresentarem sintomas semelhantes, como diarreia (podendo conter sangue e pus nas fezes) e dor abdominal, elas se comportam de maneiras diferentes nos pacientes.
Enquanto a retocolite ulcerativa, geralmente, inicia no reto, podendo avançar gradual pelo intestino, a doença de Crohn pode acometer qualquer região do sistema gastrointestinal (desde a boca até a região perianal).
O trabalho da patologia consiste em analisar o material coletado pelo endoscopista, de partes do intestino ou demais partes do trato gastrointestinal. “Sabermos das informações clínicas, tais como os sintomas apresentando pelo paciente e se há alguma alteração na endoscopia digestiva alta ou colonoscopia, são essenciais para podermos realizar um diagnóstico preciso”, explica a patologista, Lauren Menna Marcondes.
Diferenças
Na retocolite ulcerativa as camadas mais superficiais (mucosa e submucosa) que revestem o intestino podem estar acometidas e inflamadas. Geralmente, o reto está comprometido com a inflamação, e esta se estendendo ao longo do cólon.
Na doença de Crohn todas as camadas intestinais podem estar comprometidas, tais como mucosa, submucosa, muscular e serosa. Os pacientes também podem desenvolver fístulas, que são extremamente dolorosas. Outro fator que diferencia é que ela pode ocorrer em qualquer parte do sistema gastrointestinal, ou seja, da boca até o anus. “Não é incomum encontrar fístulas do intestino para a vagina ou bexiga, por exemplo”, aponta a médica patologista, Beatriz Moreira Leite.
Segundo a especialista, se o médico apresentar dúvida entre as doenças, ele encaminha as características que encontrou durante a endoscopia e a patologista consegue analisar detalhadamente o tecido na biópsia. “Algumas características podem ser encontradas nas duas doenças se estiver no início da inflamação. Sendo importante acompanhar a evolução do quadro clínico do paciente, pois o diagnóstico é apoiado no tripé: dados clínicos (sintomas do paciente), achados da endoscopia e a análise da biópsia”, ressalta.
“As doenças são crônicas, além disso, o paciente diagnosticado com doença inflamatória intestinal, tem mais chances de desenvolver um câncer de cólon no futuro, visto que a enfermidade é um fator de risco devido a agressão contínua do órgão”, conforme a médica patologia, Paula de Carvalho.
Acompanhamento e remissão
Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento. Há muitos casos de pacientes em remissão. Mesmo assim, eles passam por acompanhamento dos médicos e realizam exames periódicos para identificar se a doença está ativa novamente.
“Com o tecido colhido na biópsia, nós analisamos e conseguimos identificar se a doença está ativa novamente antes mesmo do paciente sentir os sintomas. Nestes casos, o médico já inicia o tratamento mais intenso”, finaliza a médica Beatriz.
BML Patologia
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