Saiba como são descartados os resíduos de construção civil em Blumenau
Empresa reaproveita cerca de 30% dos entulhos das obras da cidade
Colaborou Luiz Antonello
Toda vez que uma construção é feita, muitos resíduos são gerados. São restos de concreto, ferro, plástico, tijolos e madeiras que podem ter dois destinos: os aterros específicos ou empresas de reciclagem.
As instituições autorizadas disponibilizam caçambas e recolhem esses materiais. Cerca de 30% do lixo de construções de Blumenau vão para a empresa Vitaciclo, no Garcia. Ali, tudo é aproveitado e reciclado. O que não é possível reutilizar, ao menos recebe a destinação correta.
O engenheiro Odirlei Jorge explica que o processo é semelhante ao de uma reciclagem comum: os materiais passam por uma esteira. Após uma seleção, ao final dela restam apenas concreto, areia e pedras, que se tornam britas de três tamanhos.
Os plásticos triturados viram matéria-prima para empresas de brinquedos. As madeiras, depois de serem reduzidas a pequenos pedaços, seguem para as indústrias têxteis. O ferro é exportado. O papel e papelão são reciclados por outra empresa.
O pouco que sobra é despejado no aterro da Vitaciclo. Além disso, os materiais químicos ou tóxicos seguem para locais especializados. Há cerca de oito anos a empresa da rua Glória tem se dedicado a transformar os lixos de obras.
“Muitas caçambas coletoras ainda despejam os materiais em aterros irregulares, mas quando eles trazem para cá, nós depositamos em um galpão e fazemos a reciclagem”, conta Jorge.
Ali chegam resíduos de obras de construtoras, empresas e até moradores que reformam ou constroem as casas deles. O trabalho é fiscalizado por órgãos ambientais, como o Instituto do Meio Ambiente (IMA).
Classificação dos resíduos
De acordo com a Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, os RCC são classificados em quatro classes.
A classe A enquadra os resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, concreto, blocos, tubos, meio-fios produzidas nos canteiros de obras.
A classe B são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso.
A classe C são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.
Já a classe D são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos, aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde provenientes de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.
Para cada classe, a resolução define uma forma de descarte, se vai para o aterro, ou não.