Saiba o que os candidatos a deputado federal de Blumenau pensam sobre o Fundo Eleitoral

Reportagem do jornal O Município Blumenau entrou em contato com os candidatos para a discussão do tema

Os candidatos a deputado federal que possuem domicílio eleitoral em Blumenau foram entrevistados pela reportagem do jornal O Município Blumenau. Um dos temas levantados foi acerca que cada candidato pensa a respeito do Fundo Eleitoral e se eles utilizariam o recurso em suas campanhas. 

Como o tema é importante e causa uma divisão de opiniões, os 15 postulantes da cidade à Câmara dos Deputados foram convidados a revelarem seus respectivos posicionamentos em relação ao financiamento de campanhas com dinheiro público.

Confira o posicionamento dos candidatos:

Alba (União Brasil) 

O candidato Alba, do Partido União Brasil, afirmou ser a favor do Fundo Eleitoral que está previsto em lei e de que todos os candidatos tenham condições iguais para que tenham as mesmas chances na disputa eleitoral.

“A decisão que é preciso tomar é se preferimos a influência dos interesses particulares no trato da coisa pública, pois este é um perigo real. Com o financiamento público, os partidos políticos e os mandatários, depois de eleitos, não ficariam reféns de empresas ou grupos privados” comenta o candidato. 

Ele ainda argumenta que é necessário reaver os valores do Fundo Eleitoral, que é preciso adequar conforme a realidade e que utilizando o financiamento público, as operações financeiras dos partidos e candidatos seriam mais transparentes e sujeitas aos órgãos de controle. 

“Neste caso, a incidência de corrupção tende a ser bem menor. Por outro lado, o financiamento exclusivamente privado é próprio da democracia. Quem pode e quer doar, financia seus candidatos. O perigo disto é que apenas as candidaturas mais abastadas terão chances de eleição. Para nós, não faz tanta diferença, porque trabalhamos com poucos recursos” finaliza.

Ana Paula Lima (PT) 

A candidata Ana Paula Lima, do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou ser a favor do Fundo Eleitoral e que utilizou dos recursos na campanha, junto com uma campanha de financiamento coletivo.

“Nosso mandato na Câmara Federal abrirá um diálogo com a sociedade brasileira visando a uma discussão e às adequações necessárias, especialmente as que se referem à redução dos valores do Fundo Eleitoral e novas formas de financiamento que tenham como princípios a igualdade de condições”, finaliza.

André Espezim (Podemos) 

O candidato André Espezim não respondeu à reportagem.

Arlene Graf (Patriota) 

A candidata Arlene Graf não respondeu à reportagem.

Arquiteta Michelle Schwanke (Patriota) 

Em sua resposta, a candidata informou não ser favorável “Meu partido é pequeno e não vou utilizar este recurso”, afirmou.

Detz (Avante) 

O candidato Detz, do Partido Avante, afirmou que é a favor do Fundo Partidário pois, quando foi candidato para vereador em 2020, dispensou o recurso, e o resultado não foi positivo.

“Paguei 100% da minha campanha com recursos próprios — e isso incluía contador, advogado e até mesmo o fotógrafo que bateu a foto para a urna. Por não possuir muitos recursos, fui surpreendido com campanhas dezenas de vezes com mais investimento que a minha, mesmo em uma cidade pequena como Indaial. Senti na pele a dificuldade. A democracia tem que ser financiada de alguma maneira, e optou-se por proibir recursos de empresas”

Ele ainda reforça que só usar recursos pessoais ou de doações de pessoas físicas faz com que candidatos sem boas condições financeiras ou sem redes de contatos com pessoas de classes mais altas tornem-se pouco competitivos. 

“Sou aberto a discussões e melhorias relativas a isso. Por exemplo, uma melhor e mais equilibrada distribuição dos recursos entre os candidatos da coligação, ou um percentual menor (ou nenhum) para candidatos que já vêm de mandatos parlamentares, por exemplo (eles já têm uma estrutura toda que trabalha para eles durante quatro anos, e isso é melhor e mais importante que qualquer fundo eleitoral)”.

Estelita (Pros) 

A candidata Estelita, do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), afirmou ser a favor do Fundo Eleitoral para custear campanhas desde que não haja apropriação do Fundo e que tenha uma prestação de contas assertiva.

“Sou contra o controle financeiro manipulado pelo presidente do partido, mas que isso fosse acessível sem que haja um intermédio de alguém do partido e sim direcionado em cotas iguais a todos os candidatos”.

Ela finaliza afirmando que não recebeu nenhuma verba do Fundo Eleitoral e que está fazendo a campanha e viagens com os próprios recursos. 

Ismael (PSD)

O candidato Ismael, do Partido Social Democrático (PSD), afirmou que “o Fundo Eleitoral é um mal necessário” e que irá utilizar por não ter recursos próprios para investir em uma campanha para deputado federal. 

“Mas esse é o novo modelo que temos no Brasil e, naturalmente nós também vamos utilizar o fundo eleitoral. É um percentual necessário para que se cumpra a democracia. Proibiram a participação da iniciativa privada e acho que foi um equívoco”, afirma.

João Pizzolatti (PP) 

O candidato João Pizzolatti, do Partido Progressistas (PP), afirmou que ser contra o Fundo Eleitoral. Ele pensa ser injusto a falta de critérios para a divisão dos recursos e a falta de análise que garanta esse repasse de forma homogênea para todos os partidos e candidatos.

“Acredito que o Fundo Eleitoral precise ser revisto, uma vez que seu objetivo de garantir o direito do cidadão a se candidatar tendo recursos financeiros de maneira igualitária não está sendo cumprido. A falta de critérios permite que esse valor seja repassado como o partido achar melhor, em sua maioria, beneficiando os que já estão lá dentro”, relata.

Marilise Martinez (PP) 

A candidata Marilise Martinez, do Partido Progressistas (PP), afirmou ser a favor do Fundo Eleitoral com dinheiro publico desde que haja oportunidade para todos utilizarem o recurso, mas que os valores e critérios de distribuição, necessitam revisão. 

A maioria das mulheres dependem exclusivamente do financiamento público para garantirem seu direito ao pleito. O financiamento de Campanha com dinheiro público, existe para dar transparência e promover a igualdade de condições. É o que garante a participação de todos ao pleito eleitoral e não só dos abastados financeiramente”.

Ela ainda complementa afirmando que o financiamento privado gera um grau de disputa desproporcional entre os candidatos, fazendo prevalecer a capacidade financeira ou de arrecadação ao invés de propostas e caráter. 

Matheus Vetter (PCO)

O candidato Matheus Vetter não respondeu à reportagem.

Ramon Lima (PSB) 

O candidato Ramon Lima, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), afirmou ser a favor do Fundo Eleitoral e informou que utilizará o recurso, já que, para ele, é a única maneira de participar das eleições e proporcionar a representatividade democrática. 

“É a única maneira de pessoas comuns como eu, professores, artistas, trabalhadores, estudantes, enfim, pessoas que não são empresarias, ricas, ou milionárias, poderão participar da democracia do país”, afirma.

Contudo, ele ainda argumenta que é, sim, necessário questionar o valor do Fundo Eleitoral e como os recursos são distribuídos. “O fundo eleitoral ele tem um valor estrondoso, devemos questionar isso sim. Devemos questionar a divisão desigual entre os partidos e lutar pela redução desse valor”, finaliza.

Rui Godinho (PTB)

O candidato Rui Godinho, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) informou que é a favor do Fundo Eleitoral. Ele argumentou, porém, que a divisão de recursosdeveria ser feita de forma mais igualitária e não da forma como a lei eleitoral permite hoje, e que isso só será implementado com a entrada de novas pessoas, numa reforma.

Há que se levar em conta também as regras impostas pela atual Lei eleitoral, que permite e inserção de candidatos com quase nada de potencial eletivo, comprovado por sua tentativa anterior de concorrer”, afirma. 

Ele ainda argumenta que uma campanha, que precisa atingir todos os brasileiros que votam, não custa pouco, mesmo em tempos de marketing digital e isso favoreceria apenas quem já está inserido no sistema eleitoral, os ditos políticos profissionais. 

“Seria quase impossível para um cidadão médio fazer parte do processo eleitoral e um dia poder ser candidato, não fosse a possibilidade de usar o recurso do fundo para amplificar sua mensagem, levando-a até o eleitor. Isso seria discriminação econômica”

Ele ainda reforça que o envolvimento privado no Fundo não funcionaria. “A brecha que se cria ao se admitir um sistema paralelo de prestação de favores, ao liberar que as campanhas sejam financiadas apenas pela iniciativa privada, pois os interesses bilaterais e os acordos escusos se acumulariam, favorecendo apenas as partes envolvidas, tanto do político quanto do empresário”, finaliza.

Rui ainda sugere formas de como solucionar alguns dos problemas do Fundo Eleitoral:

“Uma solução para isso seria que as eleições ocorressem a cada 4 anos com voto distrital, o que tornaria a campanha muito mais barata. Por exemplo, os candidatos do Vale do Itajaí fariam campanha apenas na região do Vale, e assim sucessivamente”

E finaliza argumentando que existem pontos positivos a se observar:

“Esse investimento proveniente do fundo eleitoral é reinserido na economia de forma direta, pois o período de campanha absorve um grande volume de mão de obra, desde os criadores e coordenadores de mídias digitais, fotógrafos, agências de produção de vídeo, passando pela indústria gráfica que produz as peças de divulgação em massa até as equipes de distribuição de santinhos”

Sylvio Zimmermann (PSDB) 

O candidato Sylvio Zimmermann não respondeu à reportagem.

Zeca Bombeiro (Patriota) 

O candidato Zeca Bombeiro não respondeu à reportagem.

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